Acesso facilitado à cultura afro do sudeste

Mais de 20 anos de pesquisa de campo em 140 localidades brasileiras resultaram em um acervo de 900 horas de vídeo, 10.000 fotografias e 1.800 horas transcritas e indexadas de som digital, além de uma biblioteca com cerca de 3.700 títulos. Isso é parte do trabalho da Associação Cultural Cachuera!, voltada às tradições afrodescendentes do sudeste do Brasil. E tudo isso agora está mais fácil de conhecer. No último dia quatro, a entidade inaugurou seu novo site, ampliando o acesso a entrevistas, depoimentos, registros de música, dança, teatro e outras manifestações culturais.

Graças aos novos recursos do site, o internauta pode conferir, por exemplo, um especial multimídia sobre o jongo, ou caxambu, ritmo dançado pelos negros que trabalhavam nas plantações paulistas de café. O especial traz um trecho de um documentário em que uma neta de escravos conta como seus avós trouxeram o jongo de Portugal para o Brasil e como dançavam-no nas festas de São Pedro. Há também trechos de um livro sobre o tema, fotos de um encontro de jongueiros e o áudio de um “ponto” característico dessa manifestação.



Além de trazer novos recursos multimídia e permitir atualizações constantes, no novo site é possível consultar todo o acervo, que fica na sede da organização, na capital paulista. O local é aberto e qualquer pessoa pode fazer pesquisas. Renata Celani, coordenadora de comunicação da Cachuera!, comemora os avanços da página: “Nosso antigo sítio foi criado em 2003 e era muito limitado; era difícil atualizá-lo e não era possível incluir arquivos de áudio e vídeo”.



A coordenadora anuncia que, em breve, haverá muito mais material multimídia no site. Já foi digitalizada boa parte do acervo, que será incluído gradativamente na página, na medida em que as comunidades retratadas autorizarem seu uso. Renata enxerga que “além de facilitar o acesso da sociedade em geral ao nosso trabalho, essa iniciativa beneficiará as comunidades. O reconhecimento e a divulgação são importantes para que elas continuem preservando sua memória. Grupos populares sofrem com problemas econômicos e sociais, então é difícil manter o legado cultural”. Outra maneira que a entidade tem de apresentar seu acervo é por meio de um catálogo de 18 itens – entre livros, CDs, documentários etc. – que são comercializados e têm parte de sua renda revertida para as comunidades retratadas nos trabalhos.



Para abrir mais canais de interatividade, o site ganhou dezenas de novas páginas, incluindo um blog e um informativo eletrônico. A seção Na Escola é o instrumento para uma importante meta do projeto: levar mais informações sobre cultura popular e, em particular, sobre a cultura afro, para os meios educacionais. Além de ministrar cursos de história africana e de fornecer textos de apoio para sala de aula, a Cachuera! produz livros, CDs e DVDs que são distribuídos gratuitamente para escolas e outras instituições de ensino.



É só solicitar o material para a associação e arcar com o frete. “Queremos estreitar o relacionamento com os professores, pois é fundamental que a cultura popular entre nas escolas, não aparecendo apenas em datas como o Dia do Folclore e da Consciência Negra”, diz Renata. Nos últimos anos, surgiram algumas iniciativas de apoio por parte do estado, inclusive com a criação da Lei 10.639/2003, que obriga a inclusão de história e cultura afrobrasileira no currículo oficial da rede de ensino. Para a coordenadora, “é um bom começo, mas ainda precisamos de muito trabalho, pois a lei ainda não foi realmente implementada nas escolas”.



Ações como a da Cachuera! ajudam também a valorizar a memória cultural. “A tradição popular representa nossa identidade, mas ainda há preconceito em relação ao legado afrodescendente. O que é feito nos terreiros não é só ‘coisa de macumba’, como muitos dizem. Nos esforçamos para contextualizar essas manifestações culturais na situação política, econômica e social do momento, para que a sociedade passe a valorizá-las efetivamente. Queremos questionar, colocar o erudito no mesmo patamar que o popular”, completa Renata.



Os recursos para a mudança do site da Associação Cultural Cachuera! foram obtidos por meio de um edital da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, o Programa de Ação Cultural 2008. Falando em edital, a associação Cachuera! foi a proponente responsável para que o Projeto Bem-Te-Vi, de Guaratinguetá – SP, fosse reconhecido como Ponto de Cultura, em 2006. Esse projeto integra ações de lazer, cultura, educação e geração de renda em torno do Jongo, expressão cultural dos afrodescendentes bantu da região paulista do Vale do Paraíba.



Para conhecer:Associação Cultural Cachuera!


Rua Monte Alegre, 1094 – São Paulo – SP


Tel: (11) 3872-8113


http://www.cachuera.org.br/


cachuera@cachuera.org.br

Filmes, Receitas e Comentários

Olá,
Para quem ainda não pude desejar boas festas: que o ano novo seja adorável!
Hoje quero aproveitar a fase das férias para comentar 2 filmes, Julie & Julia e Tomates Verdes Fritos.
Com histórias diferentes, eles confluem no ato de contar histórias e na questão da alimentação. E o legal na produção cinematográfica é que as histórias têm começo, meio e fim num breve período. Mas a vida real leva vantagem: pode-se experienciar inúmeras histórias, criar, recriar quantas e tantas quantas forem necessárias para encontrarmos os sentidos que desejarmos.
Julie & Julia é singelo, traça um paralelo extraordinário das tecnologias ao longo dos temposk, fala um pouco sobre a agonia do viver.
Tomates Verdes Fritos, além de abordar a questão racial, fala, entre outros, sobre amizade, fidelidade e comida!

Julie & Julia

Baseado em duas histórias reais, Julie & Julia intercala a vida de duas mulheres que, apesar de separadas pelo tempo e pelo espaço estão ambas perdidas... até descobrirem que com a combinação certa de paixão, coragem e manteiga, tudo é possível.
O longa conta a história real da autora da obra, interpretada por Amy Adams --de "Encantada". Em 2002, a então secretária de uma repartição pública entra em crise e decide criar um blog, onde conta suas aventuras ao realizar 524 receitas do livro de receitas "Mastering Art of French Cook", escrito pela cozinheira Julia Child, uma espécie de Ofélia nos EUA, interpretada por Meryl Streep. De forma divertida, as duas histórias são retratadas paralelamente no filme.
O blog "Projeto Julie/Julia", como ela o chamou, durou um ano e as receitas eram produzidas em uma minúscula cozinha no Queens, subúrbio nova-iorquino sem nenhum glamour. A obra não é uma reprodução do blog, mas a história deste ano diverso na vida de Powell, com informações sobre Child e um tempero de ficção.

alguns links que disponibilizam trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=vjvJHsJD8icSite oficial: http://www.julieandjulia.com/Sinopse do filme: http://cinema.ptgate.pt/filmes/6815
Título no Brasil: Julie & JuliaTítulo Original: Julie & Julia
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 123 minutos
Ano de Lançamento: 2009Estréia no Brasil: 27/11/2009
Site Oficial: Estúdio/Distrib.: Sony PicturesDireção: Nora Ephron

Tomates Verdes Fritos

Evelyn Couch (Kathy Bates) é uma dona de casa emocionalmente reprimida, que habitualmente afoga suas mágoas comendo doces. Ed (Gailard Sartain), o marido dela, quase não nota a existência de Evelyn. Toda semana eles vão visitar uma tia em um hospital, mas a parente nunca permite que Evelyn entre no quarto. Uma semana, enquanto ela espera que Ed termine sua visita, Evelyn conhece Ninny Threadgoode (Jessica Tandy), uma debilitada mas gentil senhora de 83 anos, que ama contar histórias. Através das semanas ela faz relatos que estão centrados em uma parente, Idgie (Mary Stuart Masterson), que desde criança, em 1920, sempre foi muito amiga do irmão, Buddy (Chris O'Donnell). Assim, quando ele morreu atropelado por um trem (o pé ficou preso no trilho), Idgie não conseguia conversar com ninguém, exceto com a garota de Buddy, Ruth Jamison (Mary-Louise Parker). Apesar disto Idgie era bem doce, apesar de nunca levar desaforo para casa. Independente, ela faz seu próprio caminho ao administrar uma lanchonete em Whistle Stop, no Alabama. Elas tinham uma amizade bem sólida, mas Ruth faz a maior besteira da sua vida ao se casar com Frank Bennett (Nick Searcy), um homem estúpido que espanca Ruth, além de ser secretamente membro da Ku Klux Klan. Inicialmente Ruth tentou segurar a situação, mas quando não era mais possível Idgie foi buscá-la, acompanhada por dois empregados. Idgie logo dá a Ruth um emprego em sua lanchonete. Por causa do seu jeito de se sustentar sozinha, enfrentar Frank e servir comida para negros no fundo da lanchonete, Idgie provocou a ira dos cidadãos menos tolerantes de Whistle Stop. Quando Frank desapareceu misteriosamente muitos moradores suspeitaram que Idgie, Ruth e seus amigos poderiam ser os responsáveis.

Título original:Fried Green Tomatoes
Gênero:Drama
Duração:02 hs 04 min
Ano de lançamento:1991
site oficial:
estúdio:Universal Pictures / The Rank Organization / Act III Communications / Eletric Shadow Productions / Avnet/Kerner Productions / Fried Green Tomatoes Productions
distribuidora:Universal Pictures
direção: Jon Avnet
Roteiro:Fannie Flagg e Carol Sobieski, baseado em livro de Fannie Flagg
Produção:Jon Avnet e Jordan Kerner
Música:Thomas Newman
Fotografia:Geoffrey Simpson desenho de produção: -->
Direção de arte:Larry Fulton
Figurino:Elizabeth McBride
Edição:Debra Neil-Fisher
Efeitos especiais:

4º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE MINICONTOS E HAICAIS

Objetivando incentivar a literatura no país, dando ênfase na publicação de textos, a GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA. promove o 4º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE MINICONTOS E HAICAIS, composto por duas categorias distintas:
a) Contos;
b) Poesias,
o qual será regido pelo seguinte REGULAMENTO:
1. Podem concorrer quaisquer pessoas, de qualquer país, desde que os textos inscritos sejam em língua portuguesa. Os trabalhos não precisam ser inéditos e a temática é livre.
2. As inscrições se encerram no dia 08 de janeiro de 2010. Os trabalhos enviados após esta data não serão considerados para efeito do concurso, e, assim como os demais, não serão devolvidos. Para tanto será considerada a data de postagem (correio e internet).
3. O limite de cada MINICONTO é de até 2 (duas) páginas. Os HAICAIS se prendem à sua forma tradicional.
4. Os textos devem ser redigidos em folha A4, corpo 12, espaço 1,5 (entrelinhas) e fonte Times ou Arial.
5. As inscrições podem ser realizadas por correio ou pela internet da forma seguinte:
a) Via postal (correio): os trabalhos podem ser enviados em papel, CD ou disquete 3 ½ para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. CAIXA POSTAL 31.530 - CEP 20780-970 - Rio de Janeiro – RJ;
b) Internet: os trabalhos devem ser enviados, em arquivo Word, para o e-mail concursoliterario@guemanisse.com.br (com cópia para) editora@guemanisse.com.br
6. Tanto os MINICONTOS quanto os HAICAIS devem ser remetidos em 1 (uma) via, devendo, em folha (ou arquivo word) separada, conter os seguintes dados do concorrente:
a) nome completo;
b) nome artístico, com o qual assina a obra e que será divulgado em caso de premiação e/ou publicação;
c) categoria a que concorre;
d data de nascimento / profissão;
e) endereço completo (com CEP) / e endereço eletrônico (e-mail).
7. Cada concorrente pode realizar quantas inscrições desejar.
8. Para a categoria MINICONTOS, o valor de cada inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais), podendo o autor inscrever até 3 (três) textos por inscrição. Para a categoria HAICAIS, o valor de cada inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais) podendo o autor inscrever até 5 (cinco) textos por inscrição. Os valores devem ser depositados em favor de GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA, na Caixa Econômica Federal, Agência 2264, Oper. 003 Conta Corrente Nº 451-7
9. A remessa do numerário referente à inscrição, quando feita do exterior, deve ser efetuada através dos correios;
10. Os comprovantes de depósito (nos quais os concorrentes escreverão o nome) devem ser remetidos para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. pelo correio, pela internet (escaneados) ou para o fax (21) 3734-2005. Nenhum valor de inscrição será devolvido.
11. Os resultados serão divulgados pelo nosso site www.guemanisse.com.br, pela mídia e individualmente (por e-mail) a todos os participantes, no dia 26 de fevereiro de 2010.
12. Cada Comissão Julgadora será composta por 3 (três) nomes ligados à literatura e com reconhecida capacidade artístico-cultural. Ambas as Comissões podem conceder menções honrosas.
13. As decisões das Comissões Julgadoras são irrecorríveis.
14. Para cada Categoria (Contos e Poesias), a premiação será nos seguintes valores:
a) Premiação em dinheiro:
1º lugar: R$ 3.000,00 (três mil reais) e publicação do texto em livro;
2º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais) e publicação do texto em livro;
3º lugar: R$ 1.000,00 (mil reais) e publicação do texto em livro.
b) Premiação de publicação em livro:
Os textos premiados, inclusive os que forem agraciados com MENÇÃO HONROSA e/ou MENÇÃO ESPECIAL, serão publicados em livro (sem ônus para seus autores, inclusive de remessa postal) e cada um destes autores receberá dez exemplares, a título de direitos autorais. Os direitos autorais subseqüentes à esta edição são de propriedade dos seus autores, não tendo a Guemanisse nenhum direito sobre os mesmos. Esta edição específica não poderá ultrapassar a tiragem de 2.000 (dois mil) exemplares, e os livros restantes desta edição serão preferencialmente distribuídos por bibliotecas e escolas públicas.
15. A inscrição no presente concurso implica na aceitação plena deste regulamento.

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concursoliterario@guemanisse.com.br

Revista África e Africanidades


Alegro-me com o surgimento de novos espaços para o debate da cultura negra !



A Revista África e Africanidades desde maio de 2008 vem preenchendo destacado espaço na vida cultural e acadêmica brasileira, pois é um dos poucos periódicos nacionais inteiramente dedicados a temas africanos, afro-brasileiros e afro-latinos que agrega conteúdos acadêmicos, de informação, entretenimento e subsídios para a prática pedagógica e pesquisas escolares da educação básica.


Todo o conteúdo da Revista África e Africanidades está dividido em quatro núcleos: espaço acadêmico (formado por artigos, resenhas e relatórios de pesquisa), África e Africanidades na Sala de Aula (suplemento totalmente destinado a subsidiar alunos e professores da educação básica); Colunas (com caráter informativo e de entretenimento que abrange diversos temas tais como direito, finanças, cinema, saúde, beleza, comportamento) e por último catálogo de fontes de pesquisa sobre a temática negra fomado por museus, centros culturais, bibliotecas, arquivos nacionais do Brasil e do exterior.
A Revista África e Africanidades é um periódico online com publicação trimestral com acesso totalmente gratuito. Nasce da iniciativa de um grupo de professores, pesquisadores, estudantes, técnicos e especialistas, não estando vinculada a uma instituição de ensino, pesquisa ou empresa da iniciativa privada.

Tendo como missão a divulgação de estudos relativos às temáticas africanas, afro-brasileiras e afro-latinas e o subsídio de práticas pedagógicas e formação continuada de professores da educação básica a Revista África e Africanidades tem como principais linhas de estudo:

A cultura afro-brasileira em seus diversos desdobramentos;
Estudos africanos: pesquisa e divulgação
Literatura, mito e memória;
Educação, formação de professores e relações étnico-raciais;
Desenvolvimento econômico social e discriminação;
Corpo, gênero e sexualidade;
Teoria social e estudos raciais;
Questões negras na educação;
Comunicação, mídia e representações: produção, sentidos e veiculação da imagem do negro;
Os movimentos sociais negros brasileiros: do pós-abolição à contemporaneidade;
Relações raciais em discursos midiáticos e literários;
Trajetórias e estratégias de ascensão social de afro-descendentes;
Territórios e o patrimônio material e imaterial;
Territórios, religiões e culturas negras;
A África na sala de aula: questionamentos e estratégias;
A literatura africana para jovens e crianças;
Ritmos da Identidade: música, territorialidade e corporalidade
Literatura, história e artes: entrelaçamentos possíveis;
Estudos de narrativa: tendências contemporâneas;
Afrodescendências e africanidades nas artes no Brasil;Direitos Humanos e população negra;
O comparativismo literário: interdisciplinaridade e hibridismo;
Tradições orais;
Religiosidade;
Juventude e identidades
Luta e resistência em espaços urbanos e rurais;
Saúde da população negra;
Preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural;
Políticas de ação afirmativas no Brasil e no exterior: avaliações e perspectivas;
Participação e representação política;
Identidades e trajetórias socais;
Educação: mudanças, desafios e novas perspectivas;
Mercado de trabalho;
Racismo institucional

Beethoven Era 1/16 Negro


Literatura – Contos e Crônicas


Escritos em prosa os textos de 'Beethoven era 1/16 negro' perfazem um conjunto que retrata a África do Sul em nova configuração social. Filiação, cor da pele e origem étnica já não são tão determinantes, mas continuam informando as identidades de indivíduos que agora têm a chance de repensar o passado e intuir futuros incertos e promissores.

Autor: GORDIMER, NADINE
Tradução de Beth Vieira.
Companhia das Letras
Telefone: (11) 3707-3500
166 págs., R$ 41.

Exposição: Francisco de Paula Brito – 200 Anos do Primeiro Editor Brasileiro (1809-2009)

Museu Afro Brasil revela a trajetória de Paula Brito, o precursor da história editorial brasileira
De aprendiz de tipografia a maior personalidade da história editorial do Brasil. A exposição Francisco de Paula Brito – 200 Anos do Primeiro Editor Brasileiro (1809 – 2009), que será inaugurada no próximo dia 05 de dezembro, às 13 horas, no Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura, vai revelar a história do iniciador do movimento editorial brasileiro e sua contribuição valorosa no progresso da arte tipográfica. A realização é do Museu Afro Brasil e Governo do Estado de São Paulo, com patrocínio da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e apoio da Prefeitura de São Paulo.

Em plena sociedade escravista Paula Brito foi tipógrafo, litógrafo, editor, jornalista, tradutor, poeta, contista e teatrólogo. A mostra reúne obras que foram impressas, traduzidas e escritas por este carioca, que foi também um dos primeiros contistas brasileiros. Entre os livros estão os 37 volumes da gigantesca Coleção Brasiliana, que pertencem à Biblioteca José e Guita Mindlin e foram impressos pelo próprio Paula Brito entre 1837 e 1862. Outras 10 publicações são da coleção particular do diretor-curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo, que também assina a curadoria desta mostra. A exposição contará com painéis, imagens das principais publicações e cenas do cotidiano da cidade natal, Rio de Janeiro do século XIX. O público poderá conferir de perto uma centenária prensa alemã da marca Krause, usada para trabalhos de litografia em produções editoriais.

Francisco de Paula Brito - Na qualidade de contista, o negro Francisco de Paula Brito (1809-1861) é um dos precursores do gênero no Brasil. Nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1809 e morreu na mesma cidade em 1 de dezembro de 1861, portanto 27 anos antes da Abolição da Escravatura no Brasil. Iniciou sua carreira na adolescência como aprendiz da Tipografia Nacional. Em 1827 foi contratado pelo recém fundado Jornal do Comércio como compositor tipográfico, assumindo mais tarde o departamento de Impressão. Em 1831, tornou-se dono da loja de encadernação de livros de um primo, quando inicia uma revolução com a introdução da tipografia, tornando-se o primeiro editor do país. A “Tipografia Fluminense de Brito & Cia” passou a ser um ponto de encontro de políticos e intelectuais como Machado de Assis. De sua tipografia saíram obras como “O Mulato” e o jornal “O Homem de Cor”, a primeira revista cultural de importância, a “Guanabara” e o primeiro jornal brasileiro dedicado à luta contra o preconceito racial, o que lhe rendeu mais um título, o de precursor da imprensa negra.
Engajado na luta abolicionista, ele militava contra a escravidão e a favor da igualdade racial, antes mesmo de expoentes da causa como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco terem nascido.
Com Francisco Manuel da Silva, autor do Hino Nacional Brasileiro, compôs o “Lundu da Marrequinha”. Seus contos e novelas são publicados a partir de 1839: “O triunfo dos indígenas”; “Os sorvetes e o Fidalgo Fanfarrão”; “A revelação póstuma”, “ A mãe-irmã” e “O enjeitado”, entre outros.

Serviço
Exposição: Francisco de Paula Brito – 200 Anos do Primeiro Editor Brasileiro (1809-2009) Data: de 05 de dezembro – às 13 horas
Período: 05/12/2009 a 25/01/2009
Local: Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Parque Ibirapuera – Portão 10
Funcionamento: de terça a domingo – das 10 às 17 horas (permanência até às 18 horas)Estacionamento: Portão 3 – Parque Ibirapuera (Zona Azul)
Entrada: Gratuita
Informações: (11) 5579-0593 (11) 5579-0593

Sarau Poético em homenagem a Mohamad Al Kaddak

O Movimento Poético, em São Paulo, convida a todos/as para o Sarau Poético em homenagem ao Diretor do Centro Cultural Árabe Sírio, Mohamad Al Kaddak.

O evento ocorrerá quarta-feira, dia 9 de dezembro de 2009, às 19h30, na sede do Centro Cultural Árabe Sírio - Rua Augusta, 1053, São Paulo - SP.

Na ocasião será lançado o livro ANTOLOGIA SARAU POÉTICO 2009.

O FESPACO, o maior festival de cinema do continente africano

O FESPACO é, desde 1969, o maior festival de cinema do continente africano e um dos principais eventos culturais focados em produções africanas. Centrado na idéia de promover e valorizar o cinema africano, o festival atrai burkinabês, em projeções espalhadas pelas periferias e centro da capital, visitantes de outras regiões africanas e também interessados ao redor do mundo, mobilizados nessa grande festa da sétima arte. Na edição deste ano, uma delegação de cineastas brasileiros lá esteve, entre os quais Jeferson DE e Viviane Ferreira, convidados que trarão suas percepções sobre as dinâmicas econômicas locais impulsionadas pelo Festival, a presença feminina, a influência francesa, entre outros assuntos, projetando o olhar para este evento ainda tão pouco conhecido no Brasil.

Serviço:


O que é: Bate-papo sobre o FESPACO - Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou, Burkina Faso - com exibição do ensaio audiovisual ''7 Planos em Burkina''


Quando: 11/12/09 às 19


Local: Rua Eng. Francisco Azevedo, 524, Sumarezinho (metrô Vila Madalena). Inscrições: (11) 3801-1718 / 3801-1718

O Mistério Amarelo da Noite - O tradicional e o novo ao contar e criar histórias

A UMAPAZ convida para a palestra de pré-lançamento do livro "O Mistério Amarelo da Noite - O tradicional e o novo ao contar e criar histórias", do ludoeducador e contador de histórias Fabio Lisboa.

Na ocasião, o autor falará sobre a arte de contar histórias, abordando as formas tradicionais e os novos meios e recursos audiovisuais que podem ser integrados a esta prática.
A palestra abrangerá: explanação teórica, performance de contação de história, atividade de incentivo à criação literária, criação de atividades a partir de temas como o medo, a coragem, a cultura de paz e a educação ambiental e o possível encontro do tradicional jeito de se contar histórias com os novos meios e recursos audiovisuais.

O evento, realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo - Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (PROAC - Programa de Ação Cultural - 2008) - é gratuito e aberto a pais, professores, arte-educadores, contadores de história, bibliotecários, incentivadores e mediadores de leitura e demais interessados.
Serviço: Palestra de Fabio Lisboa
"O Mistério Amarelo da Noite - O tradicional e o novo ao contar e criar histórias"
Dia e Horário: 16 de dezembro, das 19h30 às 21h30
Local: UMAPAZ (Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz)
End.: Av. IV Centenário, 1268, portão 7-A, Parque Ibirapuera
Participação gratuita, aberta a interessados
Não é preciso se inscrever. Pedimos chegar com 15 minutos de antecedência

O Autor na Praça em tarde de Cinema, Literatura e Teatro

O Autor na Praça realiza uma tarde de Cinema, Literatura Marginal, Contos, Poesia e teatro com a atriz e diretora de cinema Helena Ignez, o escritor e educador Rodrigo Ciríaco, a antropóloga e escritora Érica Peçanha, a poeta Tula Pilar e o grupo teatral “Os Mesquiteiros”.

No próximo sábado, dia 5 de dezembro, nossos convidados são Helena Ignez, apresentando os DVDs dos Filmes “Canção de Baal” e “Bandido da Luz Vermelha”, além de Cartazes de alguns filmes; Rodrigo Ciríaco autografando o livro “Te Pego Lá Fora”; Érica Peçanha com o livro “Vozes Marginais na Literatura” e Tula Pilar com seu livro de poesias “Palavras Inacadêmicas”. Claro que haverá leituras, depoimentos e participação especial do Grupo Teatral “Os Mesquiteiros” apresentando trechos da peça “De aqui de dentro da Guerra”. O cartunista Júnior Lopes participa do evento realizando caricaturas. Outras informações abaixo.

Serviço
O Autor na Praça em Tarde de Cinema, Literatura Marginal, Contos, Poesia e Teatro
Dia 05 de dezembro, sábado, a partir das 14h.
Espaço Plínio Marcos - Tenda na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto - Pinheiros.Informações: Edson Lima – 3739 0208 / 9586 5577 - edsonlima@oautornapraca.com.br Realização: Edson Lima e AAPBC – Associação dos Amigos da Praça Benedito Calixto. Apoio: Max Design, Jornal da Praça, TV da PRAÇA, Enlace-media.com, Letras em Cena, Restaurante Consulado Mineiro, Cantinho Português, Bar do Jeová e Vozoteca LEK.

Saiba mais: informações: www.efeito-colateral.blogspot.com

Seminário discute arte negra no Brasil contemporâneo


A arte negra será o tema dos debates do Seminário "A estética negra no Brasil contemporâneo" que acontecerá no Rio de Janeiro de 14 a 16 de dezembro, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O evento é promovido pelo Centro brasileiro de informação e documentação do artista negro (CIDAN) e reunirá artistas, intelectuais e representantes governamentais para discutir e analisar os espaços que artistas e autores negros têm ocupado no campo das artes.


O presidente da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, participa da abertura do evento, no dia 1º ao lado do Ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e do presidente da Funarte, Sergio Mamberti. Participam do Seminário artistas como Milton Gonçalves, Elisa Lucinda, o cineasta Zózimo Bulbul e o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré.


As inscrições para o debate podem ser feitas no primeiro dia, no local do evento até às 17h. Mais informações pelo telefone (21) 2524 3502 (21) 2524 3502.


A ABI fica na Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro - Rio de Janeiro.

Profeta, O e O Jardim do Profeta


Esse volume reúne duas obras-primas, em versões completas, que confirmam a impressionante atualidade das mensagens de Khalil Gibran, autor de tratados filosófico-literários que conseguem falar dos temas mais complexos de maneira clara e poética. Um escritor que deve ser lido e relido constantemente, pois a cada leitura revelam-se novas faces do mistério da existência humana.

Gibran Khalil Gibran, nascido em 6 de janeiro de 1883; Bicharre, Líbano10 de abril de 1931, Nova Iorque, Estados Unidos da América), também conhecido simplesmente como Khalil Gibran, foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor de origem libanesa, cujos escritos, eivados de profunda e simples beleza e espiritualidade, alcançaram a admiração do público de todo o mundo.

Profeta, O e O Jardim do Profeta
Khalil Gibran
Editora Claridade

Contos de Animais do Mundo Todo


Vovó Aranha

É um conto dos Estados Unidos, cuja história se passa nas Terras do Norte, quando no planeta só moravam animais. Cansados da escuridão, os animais reúnem-se para mudar as coisas: querem trazer luz para as Terras do Norte.

Qual dos animais empreenderá a longa e perigosa viagem para ir até um lugar de luz e trazer, assim, um pouco desta luz?


O coelho na lua

Esta narrativa é da Índia e conta como o coelho chegou na lua! Afinal, pode-se ver bem que o vulto azul-prateado na superfície da lua cheia é um lindo coelhinho olhando para você!


O dragão e o galo

O conto é chinês, afinal é na China que o dragão é a criatura mais reverenciada. Mas na época desta história, o dragão ainda não estava completamente formado, e assim, ele pede ao galo que lhe empreste algo para pôr na cabeça...


O sapo ganancioso

É uma narrativa da Austrália que fala sobre a Era dos Sonhos, quando o mundo ainda estava sendo criado. O sapo da história chama-se Tidalic, e era gigantesco e muito ganancioso: tomou toda a água que havia no mundo!

Os animais pedem, então, para Tidalic devolver a água.


Os músicos de Bremen

Da Alemanha, é a história de um velho burro que resolve fugir para Bremen e se tornar músico, pois seu dono tinha planos de mandá-lo embora para longe, apesar de todo o serviço que o burro prestou fielmente para ele, durante muitos anos.

A caminho de Bremen, o burro faz amizade com uma gata, um cachorro e um galo. Vivem muitas aventuras juntos e tornam-se músicos!

É uma homenagem à amizade e à força para buscar uma nova vida.


Não confie em pelicano

Conto tailandês sobre um velho e fraco pelicano que vivia sozinho à beira do lago. Com muita dificuldade para pegar os peixinhos e se alimentar, cria um plano para enganar os peixinhos...


O coração de macaco

Conto do Quênia, no qual conta-se a história da amizade entre um macaco e um crocodilo. Entretanto, o crocodilo, por causa da mentira do chefe que liderava o seu grupo, acaba traindo o macaco, seu melhor amigo.


Sedna e o rei gaivota

É uma linda história canadense de amor, sobre a Mãe do Oceano: Sedna.

Ela já foi uma menina mortal, que morava em um iglu. Gostava de brincar com os pássaros e seu melhor amigo era o rei das gaivotas.

Usando de poderes mágicos, o rei das gaivotas consegue transformar-se em um homem para casar com Sedna, pois eles se amavam. E assim, ele consegue levá-la para a longínqua terra dos pássaros.

A história prossegue contando de forma lúdica como ela se tornou a rainha do mar, a Mãe do Oceano, que cuida de todas as criaturas marinhas do mundo.


Magia na Floresta Amazônica

Tendo como cenário a magia da noite da floresta, é uma história de amizade entre a onça e o gavião-de-penacho. O gavião ajuda a onça a livrar-se da magia da serpente.


Livro: Contos de Animais do Mundo Todo,
Naomi Adler, Ilustrador:Amanda Hall

"Atotô, Obaluaê"

Teatro da FSP USP mostra a saúde através do orixá Obaluaê

Fazer uma reflexão poética e teatral sobre os temas da área da Saúde que, desde tempos imemoriais, se apresentam aos homens e povoam seus sonhos, seus medos e anseios é o objetivo do Grupo de Teatro da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, composto por alunos e funcionários da mesma, que encenará o Espetáculo Teatral "Atotô, Obaluaê".
A peça faz uma abordagem contemporânea de cinco lendas da cultura afro-brasileira que contam a história de Obaluaê , o orixá da saúde e das doenças.
O Grupo pesquisou as lendas sobre os Orixás , (segundo a cultura africana, seres divinizados que em vida estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o vento, a água salgada, por exemplo ou a possibilidade de poder exercer atividades como a caça, o trabalho com metais, etc.), e por ser um grupo que pertence a uma comunidade que trabalha, pesquisa e estuda a saúde, optou pelo Orixá Obaluaê como tema da peça, pela sua relação com a saúde e a doença, os seus poderes de cura e o seu trânsito entre os vivos e os mortos, evidenciando a essa relação que o homem tem com a saúde e com a doença desde os primórdios e que está refletida em suas religiões, sua cultura e seus medos.
O grupo não enfoca o lado religioso e sim o cultural e faz uma releitura com os olhos da atualidade sobre o tema. Segundo Maurício Perussi - Diretor do Grupo, "A idéia não foi ser fiel ao culto africano, mas usar as lendas apenas como matriz, como tema e fazermos uma atualização, uma releitura. Como se fosse uma visão de Obaluaê São Paulo 2009."
"A idéia é que assistindo nossa peça sobre Obaluaê, as pessoas tenham uma outra leitura sobre o enfoque da saúde e doença na cultura africana. A peça tenta mostrar que a doença e a cura sempre foram preocupações para o homem. As lendas que utilizamos para fazer o espetáculo, são lendas muito antigas, milenares, que vem da África, através de uma cultura oral e mostra como desde essa época, o homem lidava com sua relação saúde/doença/cura e com seus medos, etc.", afirma Maurício.
Teatro como forma de melhor falar em público
Alunos e pesquisadores da FSP/USP que sempre tem que lidar com a exposição em suas atividades cotidianas, seja apresentando trabalhos em Congressos, Seminários e eventos, seja dando aulas ou seja participando de reuniões e debates, tendo sempre que se expor em público, podem contar agora com os recursos do teatro para desenvolver suas habilidades de "falar em público". O Grupo de Teatro da FSP/USP foi criado em 2007 por iniciativa da Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx.) da Faculdade, com ajuda da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP que indicou o Diretor teatral Maurício Perussi, para montar o grupo. O objetivo era possibilitar lazer, cultura, entretenimento e desenvolvimento pessoal a docentes, funcionários e alunos. O Grupo foi criado mais com a preocupação de ensinar os princípios básicos da arte teatral aos participantes, mas com o tempo, surgiu a necessidade da montagem de um espetáculo, finalizando as atividades de ano do grupo, para proporcionar experiência de cena aos atores. Sendo assim, no primeiro ano foi montada uma esquete teatral sobre ex-professores da Faculdade, homenageados dando seus nomes as salas de aula da Faculdade.
O grupo é aberto a participação de todo e qualquer interessando, mas como é novo, ainda é um grupo pequeno, composto por uma funcionária médica do Centro de Saúde da FSP/USP, duas alunas e um aluno do primeiro ano do Curso de Graduação em Nutrição e três alunas do quinto ano do mesmo Curso, além do Diretor, que acaba de se formar na ECA;/USP como Diretor Teatral. A maioria procurou o grupo como uma opção de lazer, entretenimento, socialização, desinibição e uma forma de se trabalhar com o corpo. Para a médica e integrante do grupo, Dra. Vera Shirley "Estou no grupo por ser uma atividade bastante diferente da do atendimento médico. Uma atividade de lazer, de cultura, de entrosamento e também para trabalhar a desinibição, a postura de voz, o falar em público. Achei interessante. Melhor do que uma psicoterapia", afirma. Já para a aluna Érica, "o teatro tem várias coisas que me chamam muito a atenção, não só por gostar muito, mas também a questão corporal e isso tem muito a ver com a saúde, pois acho que trabalhamos pouco o corpo, o toque, entre estudantes da área de saúde, inclusive os profissionais da saúde."
Serviço:
Peça: Atotô, Obaluayê!
Grupo: Grupo de Teatro da FSP/USP
Datas e horários das apresentações: Dias 09/12 e 11/12 às 12h e às 17h.
Local: FSP/USP – Av. Dr. Arnaldo, 715 – Cerqueira Cesar - Anfiteatro João Yunes. (Próximo ao Metrô Clínicas)
Gratuito e aberto a qualquer interessado
informações com Maurício Perussi - Diretor do Grupo, pelo e-mail: mauricio_perussi@hotmail.com

“JARDIM BELELÉU”


Encruzilhada Filmes, Ari Cândido Fernandes, Caio Vecchio e Toni Domingues apresentam premiére do curta metragem: JARDIM BELELÉU


Filmado na Cidade Tiradentes em 2009, com apoio e participação da comunidade, especialmente da Escola de Samba Príncipe Negro. Prêmio estímulo de curta metragem da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo tem no elenco José Wilker, Flavio Bauraqui, Thalma de Freitas, Laércio de Freitas, Adyel Silva, Misty, Nábia Vilela. Este filme é uma homenagem ao músico e compositor Itamar Assunpção. Através da intitulação do personagem interpretado por Bauraqui – com o nome de Itamar.


SINOPSE

ITAMAR, trabalhador da indústria metalúrgica, sua todo dia para sustentar ROSELI, sua esposa, e suas duas filhas. Um dia, voltando do trabalho após receber seu salário, é assaltado no ônibus, perdendo todo o seu dinheiro. No dia seguinte, após ser humilhado pelo sogro por pedir-lhe dinheiro emprestado, resolve vender um revólver que conservava para sua proteção. No trajeto, avista CORISCO SPUTNIK, o assaltante que havia lhe levado o salário que sustentaria a família. Furioso, resolve matar o assaltante, segue-o sem ser percebido até sua casa, quando se depara com uma cena chocante: as filhas do assaltante, duas meninas da idade da sua filha, saindo de casa para abraçar o pai. É quando Itamar terá sua chance de redenção.

Serviço:
Premiére do curta metragem Jardim Beleléu, lançamento do DVD 4 BLACK'S Films (For All Colours People) pela Original Vídeo especializada em cinema brasileiro e exibição dos 4 filmes
Cine Olido – Av. São João, 473 – Tel. 3397 0171 / 0158 – Centro – SP
Dia 30 de novembro de 2009, 19h30
Entrada Franca – Convites com uma hora de antecedência – Sujeito a Lotação – Acesso Universal
Divulgação: O Autor na Praça / Edson Lima – 3739 0208

Após a exibição será oferecido um coquetel aos convidados


JARDIM BEBELÉU é uma adaptação livre e autorizada, do pequeno conto - “Não Era Uma Vez“ – do escritor de vários livros consagrados – Cuti (pseudônimo de Luis Silva) – que nunca teve quaisquer de seus escritos adaptados ao cinema. A escolha desse conto entre as obras de Cuti foi pela atualidade de seu enredo. Ele o impregna, com mescla sincopadas de falas, sussurros, suores, tensões e situações inusitadas dos seus personagens, na atmosfera de uma cidade grande. Daí envolve-nos em identificações e sentimentos que muitos de nós vivemos ou ainda passaremos por tal. Até aqui normal, tudo bem... Mas, CUTI, através desse conto, nos induz a “vivenciar na pele“ os conflitos de seus personagens: o EU individual dos personagens, com que muitos de NÓS nos identificamos. E sem perceber, avançamos juntos, para a dilatação desse EU para um NÓS. Porque sutilmente, o enredo e esse roteiro nos colocam diante de vivências, palpitações, etc... E outros fragmentos reflexivos da vida e porque não dizer também diante da morte, “a morte hipotética do próprio assaltante“ – do operário ITAMAR, uma de suas vítimas de assalto, em um ônibus da periferia paulistana. Esse impacto instala-se revelador e instantâneo, não só para o assaltado, mas também para o assaltante, levando-nos à uma ou várias reflexões, que também serão compartilhadas, com todos os possíveis espectadores, sem nenhuma distinção. Assim, com certeza, a catarse será uma reflexão incessante e convite à um debate íntimo, sobre nossas possíveis atitudes e ações, que podemos tomar na vida (ou diante do filme), seja hoje ou no futuro.


Sobre o diretor ARI CÂNDIDO FERNANDES (Londrina, 1951) cursou cinema na Universidade de Brasília, tendo como professores Vladimir Carvalho, Geraldo dos Santos e Fernando Duarte. Em 1971, ameaçado pelo artigo 477 da Lei de Segurança Nacional, partiu para a Suécia. De Estocolmo foi para Paris, onde à partir de 1975, continuou sua formação em cinema na Nouvelle Sorbonne. Seu primeiro curta, MARTINHO DA VILA (Paris1977), capta a passagem do sambista carioca em Paris. Em 1978, foi para a África documentar o conflito entre eritreus e etíopes, um dos últimos capítulos da história de independência dos países africanos. Realiza POR QUÊ ERITRÉIA? , filmado em plena guerrilha, testemunho da luta pela independência do país. Ari Cândido também atuou como fotógrafo para diversas agências de notícias européias. No Brasil realizou mais três filmes: O RITO DE ISMAEL IVO (2003), retrato biográfico do bailarino negro; O MOLEQUE (2005), ficção baseada num conto do escritor Lima Barreto; e PACAEMBU TERRAS ALAGADAS (2006), documentário sobre o bairro paulistano. Reconhecido ativista da comunidade negra, Ari Cândido coordenou o Projeto Zumbi e foi um dos idealizadores do Dogma Feijoada – movimento cinematográfico disposto a questionar os estereótipos e o modelo perverso de representação do negro veiculados pelo cinema e pela TV.

Cajueiro: meu baobá

Por Elizandra Souza
Na cultura africana as árvores são sagradas, sobretudo, o baobá, que é considerada uma testemunha da história de vida de uma comunidade e também uma árvore mãe, no qual se aproveita todas as suas partes para a sobrevivência humana.


Meu baobá particular e também do meu povo nordestino é o cajueiro, de origem brasileira que se espalhou pela África e Ásia, no período colonial e atualmente provém dele a única fonte de sobrevivência de muitas famílias nordestinas. Esta árvore pode atingir até 40 metros de altura na região Amazônica, seu fruto é a castanha, e o pseudofruto é o caju, palavra de origem tupi Acaiu, que significa noz que se produz.


Era no tempo das férias escolares, na Fazenda Cauê, cidade de Nova Soure no interior da Bahia, que eu desfrutava do meu baobá individual, aproveitando suas safras, suas flores, frutos, sombras, sucos e o mais importante sua companhia.


Com uns sete a oito anos, já estava de mãos dadas com os galhos. Meu avô fez um balanço, com um pedaço de madeira e duas cordas de sisal, somente por não brotar era um dos mais solitários cajueiros da fazenda, e ficava localizado no lado esquerdo da casa de meus avôs. Ali tive meus momentos mágicos tão intensos que fui ao céu pela primeira vez.


Nessa idade também ajudava a minha vozinha, o trabalho era simples, apenas procurar entre as folhas secas castanhas e cajus, separando um do outro e colocando em um balde. O fruto era a nossa moeda de troca, no qual eu conseguia comprar roupas, brinquedos e o meu material escolar.


Eu escalava nos galhos, quando estava no topo observava Deus por entre as frestas das folhas. Ali sentada escondia-me das pessoas que passavam na estrada, sejam montadas a cavalo ou a pé. Meu sonho era ter uma casa na árvore, que nem a Punk – na levada da Breca. Como não consegui convencer a ninguém para fazer a minha casa na árvore, ficava só imaginando como seria possuir uma, para guardar meu diário, meus sonhos e meus repousos.


Já o suco era menos trabalhoso, ainda não tinha eletricidade na fazenda, portanto, sem liquidificar. Então numa peneira era pressionado o caju para que se desfragmentasse e virasse uma pasta cremosa, no qual acrescentava água e açúcar e estava pronta a bebida.


Uma outra forma de degustar do cajueiro é por meio das castanhas, que ao serem assadas, elas são deliciosas. Minha mãe é viciada em castanhas, ela não pensa em ninguém quando esta em transe pelo efeito provocado pelo sabor da mesma.


O cajueiro faz com que os meus olhos brilhem, sou apaixonada por esta árvore que tão bem me representa, se existir outras vidas, quero nascer um pé de caju, bem grande com galhos tortos que alcancem o céu e assim eu possa namorar as estrelas, e me deliciar com cajus e de castanhas.


Na verdade, acho que quero nascer menina sonhadora novamente e encontrarei um cajueiro que possa ser meu namorado, assim me balançarei nos seus galhos, descansarei nas suas sombras, me alimentarei de castanhas e beberei dos seus lábios os melhores doces e licores.


LANÇAMENTO DA REVISTA LITERATURA E SOCIEDADE E MESA-REDONDA HOMENAGEIAM ANTONIO CANDIDONO MARIA ANTONIA


No dia 1º de dezembro, às 17h, o Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH-USP, com o apoio do Centro Universitário Maria Antonia, lança dois novos números da revista Literatura e Sociedade, com organização de Maria Augusta Fonseca, ambos dedicados ao estudo da obra teórico-crítica de Antonio Candido. O evento inclui uma mesa-redonda com as participações de Antonio Arnoni Prado, Celso Lafer, Modesto Carone, Roberto Schwarz e Sandra Nitrini. A entrada é franca, com senhas distribuídas 30 minutos antes do início.

Os números 11 e 12 de Literatura e Sociedade reúnem ensaios, depoimentos, entrevistas, resenhas de obras publicadas e outros textos importantes fora de circulação, compondo um amplo debate, sob perspectivas críticas diversas, com a colaboração de intelectuais do Brasil e do exterior. Tendo como foco principal os campos da literatura e da crítica literária, os artigos contemplam ainda várias áreas das humanidades, como sociologia, historiografia, filosofia, antropologia e dramaturgia, mantendo como eixo uma das linhas de pesquisa do departamento – literatura e sociedade. Publicada desde 1996, a revista Literatura e Sociedade tem sua comissão editorial formada atualmente pelas professoras Cleusa Rios Pinheiro Passos, Betina Bischof e Ana Paula Pacheco.
Antônio Cândido é crítico literário e professor aposentado da FFLCH-USP. Criou, no início da década de 1960, o curso de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP, que originou a fundação do departamento de mesmo nome, em 1990. Sua extensa obra inclui livros como Formação da literatura brasileira, Introdução ao método crítico de Sílvio Romero, O observador literário, Tese e antítese, Parceiros do Rio Bonito, A educação pela noite e outros ensaios, O discurso e a cidade, Ficção e confissão, Um funcionário da monarquia e Na sala de aula.

SUMÁRIO: LITERATURA E SOCIEDADE nº 11
ENTREVISTAS SOBRE A OBRA DE ANTONIO CANDIDO
Beatriz Sarlo (Universidad de Buenos Aires), Candace Slater (Berkley University), John Gledson (University of Liverpool), Alfredo Bosi (USP), Iná Camargo Costa (USP), Davi Arrigucci Jr (USP), Silviano Santiago (UFRJ) e Roberto Schwarz (UNICAMP).

ENSAIOS
Passagem
Celso Lafer (USP) - Antonio Candido e a Faculdade de Direito
Lilia M. Schwarcz (USP) - Introdução ou sobre segundos escalões
Antonio Arnoni Prado (UNICAMP) - Sílvio Romero – a crítica e o método

Literatura e sociedade
Adriana Amante (Universidad de Buenos Aires) - Esquema argentino de Antonio Candido
Salete de Almeida Cara (USP) - A reflexão literária e política como acumulação
Benjamin Abdala Jr. (USP) - Desenhos do crítico, inclinações da crítica
Sérgio de Carvalho. (USP e Cia. do Latão) - A dialética de Ricardo II

Aspectos da formação
Luís Augusto Fischer (UFRGS) - Formação, hoje – uma hipótese analítica, alguns pontos cegos e seu vigor
Gonzalo Aguilar (Universidad de Buenos Aires) - Antonio Candido y David Viñas: la crítica y el cierre del pasado histórico
Ettore Finazzi-Agrò (Sapienza Roma) e Roberto Vecchi (Università di Bologna) - A formação e a história fraturada: uma dupla aproximação
Dinâmicas da obra
Telê Ancona Lopez (USP) - A literatura como direito
Maria Augusta Fonseca (USP) - Batuque: cultura e sociabilidade

Resenhas
Murilo Marcondes de Moura (USP) - Recortes
Sérgio Miceli (USP) - Retrato do crítico jovem

DEPOIMENTOS
José Aderaldo Castello (USP) - Parceria crítica: Presença da Literatura Brasileira
Carlos Vogt - Depoimento sobre a formação do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP
Aldo de Lima (UFPE) - Crítica do esclarecimento.


SUMÁRIO: LITERATURA E SOCIEDADE nº 12

ENTREVISTAS COM ANTONIO CANDIDO
Pablo Rocca (Universidad Uruguai) - A experiência hispano-americana de Antonio Candido
Luís Augusto Fischer (UFRS) - Entrevista com Antonio Candido
Walnice N. Galvão (USP) - Reprodução de entrevista para D.O. Leitura: José Mindlin e Antonio Candido

ENSAIOS
Passagens
Heloísa Pontes (UNICAMP) - Ar de família: a turma de Clima
Luiz Carlos Jackson (USP) - O Brasil dos caipiras
Rodrigo Ramassote (UNICAMP) - Na sala de aula: Antonio Candido e a crítica literária acadêmica (1961 - 1970)
Literatura e sociedade
Edu Teruki Otsuka (USP) - Literatura e sociedade hoje
Paulo Arantes (USP) - O recado dos livros comentário palestra de AC no MST
Maria Sílvia Betti (USP) - Antonio Candido e ‘A culpa dos reis’
Milton Ohata (USP e CosacNaify) - Ascensão à brasileira
Raul Antelo (UFSC) - A hybris e o híbrido na crítica cultural brasileira

Variações: Tese e antítese. O discurso e a cidade.
Joaquim Alves de Aguiar (USP) - Dois em um
Modesto Carone (UNICAMP) - ‘O discurso e a cidade’: quatro esperas
Jerusa Pires Ferreira (PUC-SP): Antonio Candido em letra, voz e história
Ivone Daré Rabello (USP) - Trajetos dos discursos na órbita da vida contemporânea- perspectivas de leitura de ’O discurso e a cidade’

Dinâmicas da obra
Boris Schnaiderman (USP) - Uma novela da emigração?
Walnice Nogueira Galvão (USP) - Perfis
Marcos Antonio de Moraes (USP) - 124 erros de revisão!

DEPOIMENTOS
Antonio Dimas (USP) - Papel da aula
Ligia Chiappini e Marcel Vejmelka (FU-Berlin) - Antonio Candido na Alemanha

CRIAÇÃO
Vilma Arêas (UNICAMP) - Sister 1982
Lançamento da revista Literatura e Sociedade n. 11 e n. 12
e mesa-redonda sobre a obra de Antonio Candido
com Antonio Arnoni Prado, Celso Lafer, Modesto Carone,
Roberto Schwarz e Sandra Nitrini

1º de dezembro
terça-feira, às 17h
entrada franca (retirar senhas 30 minutos antes)

Local
Centro Universitário Maria Antonia
Rua Maria Antonia, 294 – Vila Buarque – São Paulo
3º andar — Salão Nobre

Informações
(11) 3255 7182 / 3255 7182 — ramal 35
http://www.usp.br/mariantonia

Sarau de Contação de Histórias para a Celebração de Fim de Ano

Um Sarau de contação de histórias para todos que frequentam a UMAPAZ para uma confraternização e uma celebração das festividades de fim de ano. O sarau será aberto, sem a necessidade de inscrição prévia, para todos os interessados em ouvir e narrar histórias. Elas estimulam o desenvolvimento da afetividade, o raciocínio, a imaginação e a criatividade, além de incentivar a leitura e aproximação com o universo literário.

Queremos:
- Destacar histórias sobre as celebrações de fim de ano de diversos povos e que apresentem valores humanos como a Cultura de Paz, não-violência, igualdade, simplicidade, verdade, tolerância e convivência pacífica.
- Resgatar e cultivar valores universais, através das narrativas e da interação humana no ambiente da contação de histórias. Estimular a percepção e a reflexão sobre as relações na comunidade da vida e incentivar a cultura de paz.

O encontro será conduzido pelas parceiras da UMAPAZ, Irene Tanabe e Mª Cecília Martin Ferri, que também farão a abertura e o encerramento do sarau.

Serviço: Sarau de Contação de Histórias para A Celebração de Fim de Ano
Data: 04 de dezembro de 2009
Horário: 18h às 20h30
Locais: UMAPAZ – Av. IV Centenário, 1268 – Portão 7-A – Parque Ibirapuera
Participantes: 60
Facilitadoras: Irene Tanabe e Maria Cecília Martin Ferri
Coordenação: Márcia Amélia Moura e Maricy Montenegro
INSCRIÇÕES: com 15 minutos de antecedência para quem quiser assistir.
Quem quiser se apresentar contando uma história, chegar com 30 minutos de antecedência para colocar o nome na lista.

Narração de histórias transporta crianças a terras africanas

A garotada se diverte e conhece um pouco da África com a apresentação do grupo Sansakroma sem Fronteira na sala de leitura da Biblioteca Sérgio Milliet, no Centro Cultural São Paulo, região central da capital paulista, neste domingo (22), às 14h30.


Os escritores, arte-educadores e narradores de histórias Julio e Débora D'Zambê, fundadores do grupo, levam os pequenos para uma viagem por terras africanas, com cantos e contos da tradição oral como "Nzuá e o Arco-Íris", a história de um menino africano de Angola que vê nas cores do arco-íris a paz no mundo.

A narração de história, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, ocorre também no dia 29 e integra a programação em homenagem ao Dia da Consciência Negra, comemorado nesta sexta (20).


Informações sobre eventos gratuitos e populares podem ser consultadas no site: http://catracalivre.folha.uol.com.br/


Centro Cultural São Paulo - r. Vergueiro, 1.000, Liberdade, região central, São Paulo, SP.
Tel.: 0/xx/11/3397-4002.
Dom. (22): 14h30. Até 29/11.
Grátis. 60 lugares. Recomendado para crianças maiores de 5 anos.


Foto: Sônia Parma/Divulgação
Texto: Folha OnLine

'Os nove pentes d'África'' de Cidinha da Silva

A história construída em 56 páginas, com ilustração da atriz e artista plástica Iléa Ferraz, é lançamento da Mazza Edições, editora de Belo Horizonte, Minas Gerais. Na micro apresentação de seu novo livro, Cidinha da Silva expressa que “Os nove pentes d'África" tecem um bordado de poesia e surpresa na tela de uma família negra brasileira. Os pentes herdados pelos nove netos de Francisco Ayrá, personagem condutor, são a pedra de toque para abordar a pulsão de vida presente nas experiências das personagens e rituais cotidianos da narrativa. O livro de Cidinha da Silva cativa pela descrição minuciosa do universo das relações familiares, pela reverência à sabedoria dos mais velhos e à ancestralidade africana.

Dia: 22/11/2009
Horário: 15:00hs
Local: Casa de Angola - rua Visconde de Nova Granada, 513 Jd Alvorada - Osasco - SP
Contato Regina ou Tânia 2183-6199 ramal 214.
Cidinha da Silva - cidinha.tridente@gmail.com



Fonte: Casa das Áfricas

“A identidade brasileira: mito e literatura”

Café Filosófico da CPFL Cultura
convida




“A identidade brasileira: mito e literatura”
é o tema que será debatido no encontro com José de Paula Ramos Jr.

Ramos afirma que a identidade brasileira não é uma essência, mas o processo de construção de uma grande narração coletiva em que mito exerce papel decisivo. “Porque é o mito que consolida em lendas e figuras toda experiência mágico-fantástica do povo. Tudo que apavora, tudo que alegra fundamente o povo está no mito, em suas raízes. Ele narra, conta. Se não faz isso, as coisas se perdem por entre rezas, rituais, festanças, assombrações – coisas míticas também – mas o vento pode levar. Isso se evidencia na literatura, especialmente na obra de autores românticos e modernistas, que insistiram na providência do folclore, das festas rurais, no registro das façanhas caboclas... Todas dão perfil de nossa identidade. Mas o mito também tem o poder de destilar realidades nunca imaginadas antes e, neste sentido, ele não é só passado, mas vanguarda, nem só Brasil, mas universo. Idealizadora ou crítica, a literatura apropria-se do mito para reconstruir o imaginário nacional.”


Data: 18 novembro, quarta-feira, 20h30.


Local: Bar Tom Jazz - Av. Angélica, 2331 - Higienópolis, São Paulo (SP).Entrada franca - Não há necessidade de inscrição antecipada. Lotação por ordem de chegada (180 lugares)


o palestrante
Ramos é doutor em literatura brasileira e professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP. Dedica-se à pesquisa da fortuna crítica de Macunaíma, de Mário de Andrade, ao estudo da crítica textual e ao estabelecimento de texto para publicação de edições fidedignas de obras literárias como Várias histórias, de Machado de Assis (Ed Ateliê).

Participação também pela internetSe você desejar enviar perguntas sobre o tema da palestra - antes do debate ser realizado - basta escrever um e-mail com o assunto “Mito. O que esperar dos nossos ancestrais" para cpflcultura@cpfl.com.br que repassaremos as perguntas para o mediador do encontro.

O evento também é transmitido em tempo real no site www.cpflcultura.com.br/ . Siga: twitter.com/cpflcultura.
Próximo encontro: sempre às quartas-feiras, 20h30.
dia 25 nov: O mito da raça: em busca da pureza, com Demétrio Magnoli

O NEGRO COMO AUTOR E PERSONAGEM DA AÇÃO CINEMATOGRÁFICA


São Paulo de 19 a 22 de novembro acontece a mostra

O NEGRO COMO AUTOR E PERSONAGEM DA AÇÃO CINEMATOGRÁFICA na sala de cinema do MIS-SP


Uma seleção de curtas e longas metragens que abordam a ação e a representação do negro na historiografia do cinema brasileiro desde a década de 1960. A programação, gratuita, inclui conversas com cineastas e educadores convidados.


As exibições são em 2 horários por dia, mais de 20 filmes em 04 dias, confiram!!


Entre na Roda

Formação de Orientadores de Leitura
Curso gratuito

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, por meio do Programa São Paulo: Um Estado de Leitores, gerido pela Poiesis – Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura, em parceria com a Fundação Volkswagen e o Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), iniciará uma nova turma do projeto “Entre na Roda”, que capacita orientadores a formar novos leitores, a despertar o hábito da leitura e a dinamizar as bibliotecas, salas de aula e espaços comunitários de leitura já existentes.

O curso “Entre na Roda” é destinado a bibliotecários, professores, educadores e interessados já atuantes ou com intenção de atuar como orientadores de leitura em suas comunidades.
A nova turma terá início em 2010, com 40 vagas disponíveis.

A participação é gratuita e a formação contempla material didático para o participante, certificação e um baú de livros para cada instituição representanda, além de acompanhamento, pelo Programa São Paulo: Um Estado de Leitores, das atividades e projetos realizados pelos alunos.
Para participar da seleção da turma, é imprescindível o comparecimento à apresentação do curso no dia 7 de dezembro, às 14h, no Museu da Língua Portuguesa: Praça da Luz, s/n - Centro - São Paulo (SP). O interessado deverá também, antes da data da apresentação, preencher e enviar a ficha de inscrição.
Informações podem ser solicitadas pelo e-mail: contato.spel@poiesis.org.br
Telefone: (11) 3331-5549.

Dia da Consciência Negra na Casa das Rosas

* Sugestão enviada por Simone Francischetti

A Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura oferece uma programação especial em homenagem aos afro-brasileiros, que tanto contribuem para a formação cultural do povo brasileiro, ao lado das comunidades indígenas, europeias e asiáticas. A programação conta com a apresentação do Sarau Chama Poética, do projeto Rimas de Zumbi e com show do Grupo Curima. Participe!

20 DE NOVEMBRO, 15H ÀS 22H

PROGRAMAÇÃO
15h - Rimas de Zumbi
Performance de grafite e teatro, com o projeto Rimas de Zumbi.

16h - Grupo Camiranga
"Camiranga é urubu. Um de pena marrom e cabeça vermelha, o que se arrisca. Sem a sua aprovação, nem larva come a carne. Injustamente malvisto e malfalado, como todo urubu, é mestre na arte de planar. Procura entre os cheiros que sobem da terra o que lhe cabe. Quando encontra, cumpre com majestade sua função na Terra, transformando carne podre em energia e vitalidade para voar, voar, voar..."

18h - Sarau Chama Poética: "Consciência Negra"
O sarau evoca a cultura afro-brasileira por meio da música e da poesia. Lula Barbosa, cantor e compositor, apresentará composições próprias e interpretará grandes cantores da MPB. O cantor, declamador e escritor José Domingos cantará, entre outras músicas, alguns dos afro-sambas de Vinícius de Morais e Baden Powell e declamará textos. O Grupo Poema Novo apresentará músicas e textos relacionados ao tema. Alex Dias e Fernanda de Almeida Prado dirigem o sarau e declamarão poemas como "Plantei-me qual raiz no solo arcano", de Antônio Lázaro de Almeida Prado; "Minhas Raças", de Alex Dias; "Eu me sinto grimpado", de Mário de Andrade, entre outros.

21h - Grupo Curima
O Grupo Curima faz uma releitura de canções da tradição afro-brasileira e também compõe curimbas (rezas cantadas), com base na vivência do intérprete Paulo Brito na cultura Yorubá e da diversidade musical de seus componentes. Este repertório popular e moderno é explorado numa visão contemporânea dos cantos aos Orixás, com a marca da simplicidade e espiritualidade presentes nesse universo musical. www.myspace.com/grupocurima.
SERVIÇO
"Dia da Consciência Negra"
20 de novembro, 15h às 22h
Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Avenida Paulista, 37 Próximo à Estação Brigadeiro do Metrô
Tel.: (11) 3285-6986 (11) 3285-6986 www.casadasrosas-sp.org.br Estacionamento conveniado Patropi: Al. Santos, 74 Dúvidas, críticas e sugestões: contato@poiesis.org.br Twitter: @casadasrosas

Filme - Besouro: da capoeira nasce um herói


*Sugestão feita por: Simone Francischetti


A História
Quando Manoel Henrique Pereira nasceu, não havia nem dez anos que o Brasil tinha sido o último país do mundo a libertar seus escravos.

Naqueles tempos pós-abolição nossos negros continuavam tão alijados da sociedade que muitos deles ainda se questionavam se a liberdade tinha sido, de fato, um bom negócio. Afinal, antes de 1888 eles não eram cidadãos, mas tinham comida e casa para morar. Após a abolição, criou-se um imenso contingente de brasileiros livres, porém desempregados e sem-teto. A maioria sem preparo para trabalhar em outros serviços além daqueles mesmos que já realizavam na época da escravatura. E quase todos ainda sem a plena consciência de sua cidadania. O resultado desse quadro, principalmente nas regiões rurais, onde estavam os engenhos de açúcar e plantações de café, foi o surgimento de um grande contingente de negros libertos que continuavam, mesmo anos após a abolição, submetendo-se aos abusos e desmandos perpetrados por fazendeiros e senhores de engenho.

Assim era sociedade rural brasileira de 1897, ano em que Manoel Henrique Pereira, filho dos ex-escravos João Grosso e Maria Haifa, nasceu na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano.

Vinte anos depois, Manoel já era muito mais conhecido na cidade como Besouro Mangangá - ou Besouro Cordão de Ouro -, um jovem forte e corajoso, que não sabia ler nem escrever, mas que jogava capoeira como ninguém e não levava desaforo para casa. Como quase todos os negros de Santo Amaro na época, vivia em função das fazendas da região, trabalhando na roça de cana dos engenhos. Mas, ao contrário da maioria, ele não tinha medo dos patrões. E foram justamente os atritos com seus empregadores - e posteriormente com a polícia - que deixaram Besouro conhecido e começaram a escrever a sua imortalidade na cultura negra brasileira.


Há poucos registros oficiais sobre sua trajetória, mas é de se supor que a postura pouco subserviente do capoeirista tenha sido interpretada pelas autoridades da época como uma verdadeira subversão. Não por acaso, constam nas histórias sobre ele episódios de brigas grandiosas com a polícia, nas quais ele sempre se saía melhor, mesmo quando enfrentava as balas de peito aberto. Relatos de fugas espetaculares, muitas vezes inexplicáveis, deram origem a seu principal apelido: Mangangá é uma denominação regional para um tipo de besouro que produz uma dolorosa ferroada. O capoeirista era, portanto, "aquele que batia e depois sumia”. E Sumia como? Voando, diziam as pessoas.


Histórias como essas, verdadeiras ou não, foram aos poucos construindo a fama de Besouro. Que se tornou um mito - e um símbolo da luta pelo reconhecimento da cultura negra no Brasil - nos anos que se sucederam à sua morte.


Morte que ocorreu, também, num episódio cercado de controvérsias. Sabe-se que ele foi esfaqueado, após uma briga com empregados de uma fazenda. Registros policiais de Santo Amaro indicam que ele foi vítima de uma emboscada preparada pelo filho de um fazendeiro, de quem era desafeto. Já a lenda reza que Besouro só morreu porque foi atingido por uma faca de ticum, madeira nobre e dura, tida no universo das religiões afro-brasileiras como a única capaz de matar um homem de "corpo fechado".

E Besouro, o mito, certamente era um desses.


Ficha técnica
• Produtor: Vicente Amorim
• Produtor associado: Daniel Filho
• Produtor executivo: Caique Martins Ferreira
• Produtora delegada: Eliane Ferreira
• Produtor: Vicente Amorim
• Produtor associado: Daniel Filho
• Produtor executivo: Caique Martins Ferreira
• Produtora delegada: Eliane Ferreira
• Coordenador das cenas de ação: Dee Dee
• Preparação de elenco: Fátima Toledo
• Figurinista: Bia Salgado
• Maquiador: Martin Macias
• Diretor de Arte: Claudio Amaral Peixoto
• Documentário e making of: Kátia Lund
• Montagem: Gustavo Giani
• Fotógrafo: Christian Cravo
• Direção musical: Rica Amabis
• Música-tema: Gilberto Gil
• Trilha sonora: Pupillo, Tejo Damasceno e Rica Amabis
• Distribuição: Buena Vista International
• Produção: Mixer, Miravista, Globo Filmes, Teleimage

Fonte: http://www.besouroofilme.com.br/
Foto: Paulo Mussoi

Eventos em comemoração ao mês da consciência negra

  • 13/11 - SARAU DE POETAS NEGROS NA BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO EM GUARULHOS AS 19h
  • 17/11 - SARAU DA FEIRA PRETA NA FNAC PINHEIROS AS 19 h
  • 20/11 - VI MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - CONCENTRAÇÃO AS 10 h NA IGREJA NOSSA S. DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS LARGO DO PAISSANDU
  • 28/11 - SARAU VALEU ZUMBI

O Sarau Valeu Zumbi abordará a vivência afro-brasileira com poemas de Tico de Souza e de autores negros contemporâneos. No início haverá uma pequena exposição sobre a lei 10.639 que institui o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas publicas e particulares. Coordenação: Tico de Souza, escritor, produtor cultural e MC.

Serviço

Quando: 28/11 sábado 13h - Sarau Valeu Zumbi

Local: BIBLIOTECA MALBA TAHAN
Rua Helena Jacquey, 208 - Rudge Ramos

Telefone: 43681010
E-mail: mtahansbc@gmail.com
Horário de funcionamento: das 8h às 18h30 (segunda a sexta) e das 8h às 13h30 (sábados)

BALADA LITERÁRIA - de 19 a 22 de novembro, na Vila Madalena


A BALADA LITERÁRIA chega ao quarto ano e comemora em grande estilo. E com grande literatura. É quase uma centena de artistas, nacionais e internacionais, em mesa de debate, em mesa de bar, no palco, trocando ideias, festejando lançamentos.


O homenageado desta edição é o escritor paulistano JOÃO SILVÉRIO TREVISAN, que acaba de lançar, pela Editora Record, o romance Rei do Cheiro. “Sempre fazemos um brinde a um autor vivo, que julgamos importante para o espírito-clima da Balada”, diz o escritor pernambucano Marcelino Freire, criador e organizador do evento, ao lado da Livraria da Vila e com o apoio do SESC Pinheiros, da Biblioteca Alceu Amoroso Lima, do Centro Cultural b_arco, do Itaú Cultural e dos bares Mercearia São Pedro e Ó do Borogodó. E que, desde 2006, já reuniu, entre outros, Adélia Prado, Angeli, Antonio Cândido, Chico César, Cristovão Tezza, David Toscana, Efraim Medina Reyes, Fernando Bonassi, José Luandino Vieira, José Miguel Wisnik, Luis Fernando Verissimo, Mario Bellatin, Moacyr Scliar, Paulo Lins, Sérgio Sant’Anna e Tony Belotto.


Desta vez, de 19 a 22 de novembro, estarão na Vila Madalena Mário Prata, João Gilberto Noll, Marcelo Coelho, José Luís Peixoto, Francisco Alvim, Márcio Souza, Reinaldo Moraes, Raimundo Carrero (que também coordenará uma oficina de criação), Michel Melamed, Lira Neto, Chacal, etc.


Na sexta, 20 de novembro, haverá, no auditório do SESC Pinheiros, um show com o jovem pianista pernambucano Vitor Araújo e com os cantores Fabiana Cozza e Rubi, numa homenagem ao Dia da Consciência Negra e aos 50 anos de carreira de João Ubaldo Ribeiro, que aparecerá na RESSACA LITERÁRIA, que sempre acontece logo após a Balada (veja programação a seguir).


Também, no domingo, dia 22, está programada uma mesa em homenagem a Lygia Fagundes Telles, marcando o relançamento de toda a sua obra, iniciado este ano.


De novidades para esta edição, Freire destaca a presença de dois autores venezuelanos, marcando um começo de parceria: “o escritor Santiago Nazarian irá a Caracas no comecinho de novembro participar de uma minibalada literária que rolará por lá. No ano que vem, esse intercâmbio se fortalecerá e a nossa Balada, inclusive, ganhará edições em outras capitais brasileiras”, promete o anfitrião.


Acompanhe a programação em: http://baladaliteraria.zip.net/

Cine Clube MuBE - Ciclo Consciência Negra

O MuBE, em parceria com o Serviço audiovisual da Embaixada da França, apresenta:
Entrada Gratuita - Programação de Novembro:

14/11/2009 – 19h30

Negros, A Identidade no Coração da Questão Negra
Noirs, l'Identité au Cœur de la Question Noire (França, 2006). Um filme de Arnaud Ngatcha e Jérôme Sesquin. Cores. Duração 70’.
Filmado na França metropolitana, nas Antilhas e no Senegal, este documentário introduz a « questão negra » que se apresenta hoje na França. Conduzido sobre a forma de uma investigação pontuada de imagens de arquivos, o filme traça os diferentes episódios históricos que aconteceram na comunidade negra da França, a fim de compreender o impacto da escravidão, da colonização e da imigração africana na construção da identidade dos Negros assim como sua representação na sociedade francesa.

21h
Os Panteras Negras

Black Panthers (França, 1968). De Agnès Varda. PB. Duração 28’.
No verão de 68, os Panteras Negras, de Oakland (Califórnia), organizaram vários debates de conscientização em torno do processo de um de seus líderes, Huey Newton. Eles queriam – e conseguiram – chamar a atenção dos americanos e mobilizar as consciências negras, durante esse processo político. Neste sentido, deve-se realmente datar este documento: 1968.
21h30
Clasified People

Filme de Yolande Zauberman.Cores. Duração 60’.
Filmado clandestinamente na África do Sul, este filme denuncia as fendas sociais e afetivas causadas pelo Aparthaid. Em 1948, a vida de Robert, que acreditava ser branco, balança... Ele é classificado como mestiço, sua mulher e seus filhos, que "continuam brancos", o renegam. Ele refaz sua vida com Doris, que é negra, e juntos eles nos contam, com humor e cumplicidade, sua história trágica. Para estar engajado pela causa de um batalhão de mestiços, Robert se considerou mestiço e perdeu todos os seus direitos de "antigo negro". Sua história ilustra o absurdo e a crueldade do sistema de classificação que repousa pela cor da pele, mas também sobre os critérios econômicos e sociais.

20/11/2009 – 14h00
O Pesadelo de Darwin
Darwin's Nightmare (França/Áustria/Bélgica/França, 2004). De Hubert Sauper. Cores. Duração 107’. Classificação etária Livre.

Poderia começar como uma lenda oriunda da África. Nos anos 60, na Tanzânia, um peixe chamado perca do Nilo, um predador voraz que dizima todas as outras espécies, foi introduzido no Lago Victoria. Desta catástrofe ecológica nasceu uma indústria frutuosa, pois a carne branca do enorme peixe é exportada com sucesso para todo o hemisfério norte. Mas, acima do lago, imensos aviões cargueiros da ex-URSS compõem um balé constante, abrindo caminho para um outro comércio, ao que parece, o das armas. Pescadores, políticos, pilotos russos, prostitutas e industriais tornam-se cúmplices ou vítimas de um drama que ultrapassa a imaginação. As margens do maior lago tropical do mundo são hoje o palco em que se desenrola o pior pesadelo da globalização.


16h
Os Mestres Loucos


Les Maîtres Fous (França, 1955). De Jean Rouch. PB. Duração 30’.
Filmado em apenas um dia, o filme revela as práticas rituais de uma seita religiosa. Os praticantes do culto Hauka, trabalhadores nigerienses reunidos em Accra, se reúnem à ocasião de sua grande cerimônia anual. Na ‘concessão’ do grande padre Mountbyéba, após uma confissão pública, começa o rito da possessão. Saliva, tremedeiras, respiração ofegante… são os signos da chegada dos ‘espíritos da força’, personificações emblemáticas da dominação colonial: o cabo da polícia, o governador, o doutor, a mulher do capitão, o general, o condutor da locomotiva, etc… A cerimônia atinge seu ápice com o sacrifício de um cão, o qual será devorado pelos possuídos. No dia seguinte, os iniciados retornam às suas atividades cotidianas.Governador, o doutor, a mulher do capitão, o general, o condutor da locomotiva, etc… A cerimônia atinge seu ápice com o sacrifício de um cão, o qual será devorado pelos possuídos. No dia seguinte, os iniciados retornam às suas atividades cotidianas.


16h40
Eu, um Negro
Moi, un Noir (França, 1959). De Jean Rouch. Cores. Duração 73’.
Jovens nigerienses deixam sua terra natal para procurar trabalho na Costa do Marfim. Desenraizados em meio à civilização moderna, acabam chegando a Treichville, bairro operário de Abdijam. O herói, que conta sua própria história, se autodenomina Edward G. Robinson, em honra ao ator americano. Da mesma forma, seus amigos escolhem pseudônimos destinados à lhes forjar, simbolicamente, uma personalidade ideal.


18h
Férias em Casa
Vacances au Pays (França/Camarões/França, 2000). De Jean-Marie Teno. Documentário em PB. Duração 75’.
Em 1998, Jean-Marie Teno volta, durante o verão, à terra de sua infância, nos Camarões. De Yaoundé, cidade grande, até Badjoun, aldeia onde passava as férias na infância, a viagem lhe permite fazer inventário irônico da situação do país. Ao sabor dos encontros, o autor denuncia a incompetência da administração e o fascínio pela modernidade importada da Europa, que não se adapta à África e suas tradições. “A escola nos ensinou a desprezar os símbolos de nossa cultura e a palavra de nossos avós” lastima ele. À procura de um novo modelo para a África, sonha com uma modernidade a serviço da maioria, que permita ao país reconciliar-se com sua cultura.


19:30h

Memória Entre Duas Margens

Mémoire Entre Deux Rives (França/Burkina Faso/França, 2002). De Frédéric Savoye, Wolimité Sié Palenfo. Documentário em PB. Duração 90’.

Fréderic Savoye e Wolimité Sié Palenfo revisitam a história da colonização francesa na região Lobi, a sudoeste de Burkina Faso. Nessa região, aldeias e famílias ainda estão marcadas pela lembrança desse período doloroso. Comparada aos arquivos dos administradores coloniais, a tradição oral permite restaurar cerca de um século de história, desde a chegada dos primeiros brancos até os dias de hoje. Através de depoimentos transmitidos de geração em geração, o filme desenvolve uma reflexão crítica a respeito da colonização e suas conseqüências individuais, sociais e religiosas.


21h
África sobre o Sena

Afrique Sur Seine (França/Senegal, 1957). De Mamadou Sarr e Paulin Vieyra. PB. Duração 21’.
A África está na África sobre as margens do Sena ou no Quartier Latin? Interrogações "meio-amargas" de uma geração de artistas e estudantes a procura de sua civilização, sua cultura e seu futuro.
Com Marpessa Dawn, M Bathily, AM Baye, C. Clairval, D. Dane, I. Diop, M. Leprovol, P. Letourneur, L. Malik

21/11/2009 – 19h30
A Ilha Vigilante

L'Île Veilleuse (França, 2006). De Euzhan Palcy. PB. Duração 55’.
A vida, a obra e a ação política do poeta. Aime Césaire nos faz descobrir sua Martinica.
20h30
Encontros Para a Conquista
Au Rendez-vous de la Conquête (França, 2006). De Euzhan Palcy. PB. Duração 57’.
A ética, a teoria e a filosofia da Negritude. Os diferentes encontros do jovem estudante Aimé Césaire em Paris compensadores, intelectuais, seu encontro com a África pela ótica do jovem Senhor.
JÁ EXIBIDO
07/11/2009 – 19h30
Poeira Urbana
Poussières de Ville (França/Congo/Senegal, 2001). De Moussa Touré. Documentário em PB. Duração 52’.
O filme começa com uma imagem surpreendente: sete crianças esfarrapadas vão saindo de debaixo dos tabuleiros em um mercado de Brazzaville, onde passaram a noite. Moussa Touré os descobre e passa a registrar suas perambulações pela cidade, atrás de comida e de pequenos biscates. Aproveitando sua aproximação com as crianças, o cineasta resolve reintegrá-los a suas famílias. Mas o caminho de volta está cheio de dificuldades que revelam o estado da sociedade congolesa.

20h30h
A Dançarina de Ébano
La Danseuse d’Ébène (França, 2002). Filme de Seydou Boro. Cores. Duração 52’.
Seydou Boro, que durante um tempo trabalhou como intérprete com Mathilde Monnier, é também coreógrafo e produtor. Este seu documentário é dedicado a uma das maiores personalidades da dança de origem africana, Irène Tassembédo – nativa, como ele, de Burkina Fasso, onde o filme foi inteiramente rodado. Este “retrato filmado”, que apresenta também Germaine Acogny, contribui para a restauração de todo um segmento da história da dança, investigando os laços e as tensões existentes entre dois continentes e duas culturas.Irène Tassembédo reside na França há 20 anos. Em 1978, em Burkina Fasso, é selecionada para freqüentar a escola Mudra-África, fundada por Maurice Béjart em Dacar e dirigida por Germaine Acogny. Conhecer Irène Tassembédo conduz à reflexão sobre um tema essencial: a questão do corpo, tanto em termos dos seus valores como do seu imaginário, e a concepção particular que ele assume para os dançarinos africanos confrontados com a aprendizagem da dança contemporânea ocidental. Ilustrando a sua trajetória com um grande número de entrevistas, sessões de trabalho e viagens, o filme evoca uma abordagem que parte de uma autêntica convicção: Irène Tassembédo considera que a dança africana deve situar-se em um mundo em evolução, mas sem virar as costas à sua própria gestualidade nem permanecer estagnada em um esquema tradicional geralmente associado ao folclore. Sua experiência abrange duas gerações de artistas e os seus respectivos questionamentos em relação à criação contemporânea e à miscigenação cultural.

Rua Alemanha, 221 - 2594-2601
Gratuito
Auditório Pedro Piva
http://www.mube.art.br/

O Círculo do Ouro


Às vésperas de completar 30 anos, grupo apresenta texto inédito que narra o século de ourodas Minas Gerais, reafirmando seu compromisso com a palavra e a literatura.


Único final de semana: dias 13, 14 e 15 de novembro no Teatro do SESC Vila Mariana

Após o sucesso de Ser Minas tão Gerais e Pra Nhá Terra, o grupo Ponto de Partida estreia O Círculo do Ouro, com seus 14 atores e realização do SESC SP. O espetáculo foca o olhar em um dos momentos mais determinantes da história de Minas Gerais e do país, quando as minas são descobertas e o ouro atrai para o sertão o maior contingente de habitantes jamais visto na colônia: nessa época, Villa Rica era mais populosa que Nova York. Seguindo os processos muito particulares do Ponto de Partida na montagem de um novo espetáculo, os personagens e o texto foram criados pelos atores a partir da pesquisa. A história e a dramaturgia são da diretora do grupo, Regina Bertola.

O texto traz a saga dessa gente vigiada, cercada por impostos absurdos e delações, afinal, o volume de ouro retirado das minas era tamanho que foi suficiente para contribuir significativamente com o financiamento da Revolução Industrial, na Inglaterra, e transformar o mundo para sempre*. Apesar disso, essa gente vivia em condições miseráveis, na luta permanente para sobreviver, se inventar, se nomear. Como essa herança nos determina hoje e como ela amalgamou tantos elementos na construção da nossa forma de ver e estar no mundo e na criação de nossos artistas contemporâneos é o mote da peça, com apresentações nos dias 13, 14 e 15 de novembro no Teatro do SESC Vila Mariana.

Toda essa história é contada do ponto de vista do povo e não se desenrola atada a nenhum compromisso didático. É puro teatro: lúdico e poético, que quer deixar aflorar os traços que nos determinam brasileiros, mas também as questões que nos instigam como seres humanos: o amor, a liberdade, o medo, a solidariedade, a sobrevivência, a paixão, a ousadia, a coragem, a loucura, a identidade.

Nesses 29 anos de trabalho, com mais de 30 espetáculos produzidos, o Ponto de Partida orgulha-se de ter pesquisado e criado uma dramaturgia que coloca o homem brasileiro no centro do palco, no papel principal. Tem incorporados à sua bagagem textos de sua autoria, como Viva o Povo Brasileiro ou Beco a ópera do lixo, montagens de grandes autores brasileiros, como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Manoel de Barros, Jorge Amado, Adélia Prado, Bartolomeu Campos de Queirós e a obra de compositores como Milton Nascimento, Chico Buarque, Pablo Bertola. E, apesar de fortemente ligado às suas raízes culturais, em momento algum o grupo se fecha num regionalismo estreito, haja visto a sua carreira internacional com vários espetáculos premiados fora do país.

*fonte: KOSHIBA, Luiz História do Brasil. São Paulo, Ed. Atual, 1993.

TEXTO
Além do desafio imenso de inventar um espetáculo tendo como suporte mais de um século de História, o aspecto mais instigante e inovador do “O Círculo do Ouro” é que essa história é contada a partir da fala do povo e do universo de escritores mineiros contemporâneos. Então, os personagens do século XVIII, em sua maioria mestiços, falam também Adélia Prado, Drummond e Guimarães Rosa. E o mais emocionante é como isso se concilia, com que propriedade o texto toma forma e como é quase mágico perceber como as palavras empregadas em outros textos e contextos, se entregam com gosto a essa nova história. Também se incorporam ao texto documentos oficiais, cartas régias, decretos, “bandos”, cartas de viajantes que determinam o tempo histórico e mostram a relação da Coroa e do poder com a gente das Minas.

Apesar de O Círculo do Ouroestar contextualizado num tempo histórico ele é uma ficção, um texto dramático.

A música
A pesquisa foi feita pelo Ponto de Partida, sob coordenação de Pablo Bertola. Remonta aos compositores barrocos mineiros, ao canto dos negros: os vissungos, os cantos religiosos, os cantos de festas como o lundu e os batuques e a música que começou a ser produzida para movimentar a incipiente vida social urbana, como as modinhas. Também se aprendeu a dançar a umbigada e a contra dança, o moçambique e o samba de roda.

PONTO DE PARTIDA

Ponto de Partida é um dos grupos teatrais mais cultuados do país. Foi fundado em 1980, em Barbacena, por artistas que decidiram que não deixariam a cidade, mas também não aceitariam os limites da província. Assim, tornou-se uma companhia de repertório, itinerante, independente, com 21 profissionais em exercício permanente, 30 espetáculos montados, com apresentações pelo Brasil, África, Europa e América do Sul.


SERVIÇO:

O Círculo do Ouro - Grupo Ponto de Partida

13, 14 e 15 de novembro

Sex e sab, às 21h. dom às 18h.

Teatro SESC Vila Mariana

Ingressos à venda em todas as unidades SESC
R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (usuário inscrito no SESC, +60 anos, estudante e professor da rede pública de ensino); R$ 5,00 (trabalhador no comércio de bens e serviços matriculado no SESC)

Lotação: 608 lugares

Acesso para pessoas com deficiência

Não recomendado para menores de 12 anos

Duração: 150 minutos com intervalo

Informações e vendas: 11 5080-3000 www.grupopontodepartida.com.br www.sescsp.org.br

Estacionamento: a partir de R$ 5,00

SESC Vila Mariana
Rua Pelotas, 141
Informações: 11 5080-3000
www.sescsp.org.br
http://www.grupopontodepartida.com.br/


Imagem e texto: divulgação SESC Vila Mariana