De mão em mão”,

Programa empresta livros gratuitamente em São Paulo
O programa “De mão em mão”, parceria entre a Fundação Editora Unesp e a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, foi lançado no dia 21 de dezembro, em cerimônia na Biblioteca Mário de Andrade, na capital paulista.
O projeto promoverá o empréstimo gratuito de livros. O primeiro título da coleção será a coletânea A Missa do Galo e Outros contos, de Machado de Assis (1839-1908). Com apoio da SPTrans, a ação terá os terminais de ônibus Mercado (no Centro) e Lapa (na Zona Oeste) como primeiros pontos de distribuição.

De acordo com a Secretaria, a edição da coletânea foi realizada especialmente para o lançamento desse projeto-piloto. São 20 mil exemplares, que poderão ser lidos gratuitamente. A partir de um cadastro, o interessado poderá levar as publicações com o compromisso de passá-las “de mão em mão”.

Após a leitura, as obras podem também ser entregues nos pontos de devolução, a qualquer tempo, possibilitando o compartilhamento com outros leitores. Cada pessoa poderá retirar um único exemplar.

Os quiosques do projeto funcionarão todos os dias da semana, das 10h às 20h, com distribuição até quando houver livros. Nos dias 24, 25 e 31 de dezembro e 1º de janeiro, os pontos estarão fechados.

A iniciativa, de caráter inicialmente experimental, busca promover a distribuição de livros em locais com ampla circulação de pessoas para incentivar o gosto pela leitura. Até o fim do primeiro semestre de 2012, término da fase de experiência, serão lançados mais cinco livros. O próximo título está previsto para março.

Os novos livros oferecidos serão selecionados pelo conselho editorial composto por José de Souza Martins (sociólogo e conselheiro da FAPESP), Luciana Veit (editora e escritora), Sérgio Vaz (poeta e fundador do sarau da Cooperifa), Heloísa Jahn (editora e tradutora), Jezio Hernani Bomfim Gutierre (professor de Filosofia da Unesp e Editor Executivo na Fundação Editora Unesp) e Samuel Titan Jr. (professor de teoria literária na Universidade de São Paulo).

As obras terão gêneros distintos como uma forma de atrair leitores de diferentes perfis e faixas etárias.
O “De mão em mão” foi inspirado na iniciativa colombiana “Libros al viento”, em que obras literárias foram distribuídas à população. O projeto recebeu o aval da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e contribuiu para que Bogotá fosse declarada a Capital Mundial do Livro em 2007.
O Terminal Mercado fica na Avenida do Estado, 3350, no Centro. O Terminal Lapa está localizado na Praça Miguel Dell’Erba, na Zona Oeste.
Mais informações: www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura.

Fonte:http://agencia.fapesp.br/14967

Oswaldo de Camargo fala sobre literatura negra no Brasil

Quando surge essa literatura negra no Brasil? É possível identificar suas fases até os dias atuais?
Oswaldo de Camargo - Ela começa a existir a partir do momento que o negro olha para si mesmo e passa a contar como negro suas experiências particulares, suas memórias, sua vida, suas diferenças, sua identidade, mesmo que esta escrita tenha como base um português camoneano. A grosso modo podemos iniciar este movimento com Luís Gama ao escrever o poema "Bodarrada", que traz o problema da identidade negra. Um texto como "Bodarrada" só poderia ter saído de um negro. O branco não pode idealizar isto, pois o autor está trazendo sua experiência particular de negro. É verdade que podemos citar, no século XVIII, Domingos Caldas Barbosa, mas aí de uma maneira mais enfraquecida, o "Eu", mesmo, aparece apenas com Luís Gama. Depois vem Cruz e Souza com "Consciência Tranqüila", "Escravocratas" e sobretudo "Emparedado". Essas obras são particularíssimas, jorram de dentro de um "Eu" negro.
Ninguém vive a morte do outro, a vida do outro, ou o sonho do outro. No caso, o negro resolveu escrever olhando para si, com sua visão particular. E esta visão particular é provocada. Ela quer ser particular. Ele quer ser negro. Ele escolhe entre os vários temas de seu interesse, a parte humana ligada ao negro. Pode ser uma fase? Pode. E essa fase é necessária, pois a visão que o Brasil teve (e ainda tem) do negro foi dada por escritores brancos. Por bons escritores até, como Jorge Amado, por exemplo, que sempre tratou de negros em suas obras. Porém, alguns textos que escrevo, jamais poderiam ser escritos por ele ou por outro escritor branco. Por faltar-lhes o particularismo de viver uma experiência negra. E por que não se fala isso do branco? Porque o branco vive com naturalidade sua identidade. O negro não. A identidade do negro foi perdida ao ser encravada num mundo ocidental, onde as regras do belo foram ditadas pela Grécia, por Roma, pela Bíblia, pela religião católica e etc.
Leia mais: http://www.portalafro.com.br/literatura/oswaldo/oswaldo.htm

A Descoberta do Frio

Ateliê Editorial e a BibliASPA convidam para o lançamento do livro:
A Descoberta do Frio, de Osvaldo de Camargo
Quando: dia 20/12/11 das 18h30 às 22h
Local: Espaço BibliASPA – Rua Baronesa de Itu, 639 – Sta. Cecília - SP
Em A Descoberta do Frio, o “frio” cobre-se de diferentes camadas: racismo, indiferença, desigualdades... Oswaldo de Camargo, com raro senso de quem vai montando em doses certeiras seu queb...ra-cabeça narrativo, traz para a ficção as tensões de uma sociedade fracionada entre passado escravista e presente do racismo velado, marcada por uma memória de lutas e sofrimentos a todo instante atualizados. E polemiza com nossos mitos fundadores, a fim de colocá-los contra a parede da dura realidade que traz ao leitor, sem nunca perder o encanto do texto bem tramado