CASA DE jE PALADAR, convida

CULTURA POSTAS À MESA
"postesia" e " correspondências poéticas



OFICINA RELÂMPAGO DE POESIA, INSTALAÇÃO POÉTICA
EM POSTES DA REGIÃO E BATE-PAPO
com Binho, Suzi, Fernando da Fundão , Alisson da Paz, comunidade e outros poetas
DOMINGO, 02/maio/10
muqueca bahiana e bate-papo , a partir de meio-dia

Local: Sacolão das Artes 


Rua Cândido josé xavier, 577 - Parque Santo Antônio
apoio: bancredi - bloco do beco - Subprefeitura de M'boi Mirim
Fone: (11) 5819.2564
www.artepaladar.blogspot.com







Voz destoante

Por Fábio de Castro
No primeiro semestre de 1850, a revista Guanabara publicou três capítulos de Meditação, uma obra inacabada de Gonçalves Dias (1823-1864). O texto, escrito em prosa poética, é hoje praticamente desconhecido, apesar da notável importância histórica: pela primeira vez um escritor do romantismo criticava de forma implacável a sociedade, o Estado e, em especial, o sistema escravista.


Um estudo feito por Wilton José Marques, professor do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), abriu a discussão sobre esse texto pioneiro do poeta maranhense.


Os resultados da pesquisa – um pós-doutorado realizado com bolsa da FAPESP entre 2002 e 2003 no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – formaram a base para o livro Gonçalves Dias: o poeta na contramão, que acaba de ser publicado com apoio da Fundação na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.


De acordo com Marques, o que mais chama a atenção em Meditação, é o fato de escancarar as mazelas sociais do país de forma inédita entre os escritores canônicos românticos naquela época. O eixo central do livro nasceu a partir do texto As ideias fora do lugar, de Roberto Schwartz. Uma das teses do crítico, segundo Marques, sustenta que em meados do século 19 os escritores viviam quase exclusivamente dos favores do governo.


“Os intelectuais brasileiros viviam uma relação de dependência com o Estado. Essa política do favor explica por que a literatura nacional só passou a abordar criticamente o tema da escravidão quando o abolicionismo já dominava o debate nacional”, disse Marques.


Segundo ele, quando Gonçalves Dias publicou Meditação, a literatura romântica praticamente não tinha referências explícitas à escravidão e a violência do sistema não transparecia em nenhuma obra. Os primeiros textos abolicionistas de Castro Alves (1847-1871), por exemplo, só entraram em cena a partir de 1863, quando a discussão já tomava as ruas.


“O texto de Gonçalves Dias é uma crítica ferrenha à escravidão e é incrível que seja tão pouco conhecido. Praticamente não há referências à sua existência. O meu livro procura preencher essa lacuna, discutindo a posição do intelectual em relação ao Estado e a forma como ele se insere na máquina estatal por meio de uma relação de favores”, disse Marques.


Apesar da virulência do texto, Gonçalves Dias não estava isento da “política do favor”. Em 1846, quando começou sua carreira literária e mudou-se para o Rio de Janeiro, o poeta tornou-se funcionário público, trabalhando como professor no Colégio Pedro 2º.


Com a economia baseada na escravidão, o trabalho livre praticamente não existia. O intelectual, assim, não tinha alternativa além de trabalhar e ser remunerado pelo Estado. Os escritores eram obrigados a se resignar a uma espécie de “cumplicidade cabisbaixa”.


“Em um país que tinha 70% da população analfabeta e os livros eram exclusividade de uma pequena elite, era natural que os escritores atuassem como funcionários públicos. Mas, apesar de se sujeitar a isso, Gonçalves Dias fez uma literatura que questionava o estado das coisas. A primeira expressão dessa contestação está em Meditação”, disse Marques.


Dedo na ferida


Gonçalves Dias estava consciente da própria situação de cooptado e acreditava que a dependência em relação ao Estado era danosa para a produção artística. Em uma carta da década de 1860, o poeta ressaltou que, “enquanto o literato precisar de empregos públicos, não poderá haver literatura digna de tal nome”.


Em sua análise, Marques discute como Gonçalves Dias estava na contramão das expectativas românticas, de valorização da natureza e do índio como “brasileiro autêntico”.


“Além de criticar a escravidão e fugir da corrente comum dos escritores canônicos do romantismo, ele, naquele texto, também criticou de forma virulenta a elite brasileira. Atacou a classe política – que acusou de se aproveitar do bem público para interesses particulares – e criticou a exclusão social”, apontou.


O poeta desferiu golpes não só contra as esferas do poder, mas principalmente contra as esferas do saber. “Em determinado momento ele defendeu que é preciso dar educação ao povo. A estrutura política do Império era excludente em vários aspectos, mas especialmente em relação à educação. Gonçalves Dias colocou o dedo nessa ferida sem rodeios”, afirmou.


Em seu livro, Marques levanta a hipótese de que uma parte particularmente contundente do terceiro capítulo de Meditação pode ter sido censurada. O trecho não foi publicado na versão de 1850 da revista Guanabara, mas reapareceu em uma publicação de 1868. <> “Esse trecho retrata uma conversa noturna dentro de um palácio – que remete ao Palácio São Cristóvão – na qual políticos discutem o que fazer com o Brasil. Um deles questiona o que o Imperador pensará de tal debate. Um dos políticos levanta o véu da cama e diz: ‘o Imperador dorme’. O trecho remete ao período da regência, quando o Imperador era jovem demais para exercer o poder”, disse.


Em sua crítica à escravidão, Gonçalves Dias lançou mão principalmente de argumentos econômicos, segundo o professor da UFSCar. A entrada do Brasil na modernidade, para o poeta, só se daria por meio da implantação do trabalho assalariado.


“Gonçalves Dias não fez uma leitura humanista, como a de Castro Alves. Ele acreditava na superioridade racial dos brancos. Mas, em sua visão, a escravidão era um atraso por impedir a adoção de um modelo capitalista”, disse.


Fonte: Agência FAPESP

1º Simpósio de História Oral e Memória

O 1º Simpósio de História Oral e Memória reunirá especialistas e pesquisadores da área nos dias 22 e 23 de junho no campus da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (USP).

Realizado pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em História Oral e Memória (Gephon) da USP, o evento será dividido em dois eixos principais: “História oral, memória e fontes de pesquisa” e “História e memória da Zona Leste de São Paulo”.
O primeiro eixo possui cunho mais geral e se subdivide em três temas: “Fontes orais: métodos de pesquisa e análise”, “Memória, identidade e cultura” e “História oral e história local”.
O segundo é focado especialmente na capital paulista e na sua Zona Leste, compreendendo os temas: “Movimentos sociais, história e política na Zona Leste de São Paulo”, “Movimentos migratórios em São Paulo e na Zona Leste” e “Patrimônio, memória, urbanização das cidades e da Zona Leste de São Paulo”.
O evento será realizado na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo que fica na rua Arlindo Bétio, 1000, Ermelino Matarazzo, São Paulo.
Informações: http://each.uspnet.usp.br/gephom/simposio2010

IV Encontro Internacional de Contadores de Histórias - Boca do Céu

Haverá oficinas para contadores de histórias, educadores, escritores e demais interessados na milenar arte de narrar histórias. Além de apresentações para crianças e adultos. Tem contadores de diferentes países como França, Burkina Faso e Canadá. Gente vinda de várias partes do Brasil.

Quando: de 10 a 16 de maio de 2010
Onde: Oficina Oswald de Andrade, na Rua Três Rios, no Brás
Informações: www.bocadoceu.com.br
ATIVIDADES GRATUITAS

Orquestra Folclórica de Abu Ghid (Egito)

Pela primeira vez no Brasil apresenta-se a ORQUESTRA FOLCLÓRICA DE ABU GHID (Egito).

Composta por Hossam Shaker (Qanun), Atef Metkal Kenawy (Percussão), Mohamed El Sayed (Giro Sufi), Douglas Felis (Percussão) e Refat Farhat (Flauta). Será uma festa de músicas populares do Nilo, ritmos dos ciganos de Luxor, flautas tradicionais místicas e cantigas do Egito antigo. Também poderão ser apreciadas as mágicas danças Sufi de giro e as danças de transe, praticadas no Egito desde antes da idade média, com os trajes tradicionais.
Esta orquestra foi avaliada pela UNESCO como um importante resgate das artes egípcias (Hossam Shaker foi nomeado secretário regional no Egito por ser um dos maiores representantes da música oriental, no Cairo).
A ORQUESTRA FOLCLÓRICA DE ABU GHID é, também, um braço do famoso grupo OS MÚSICOS DO NILO, pois conta com o grande mestre da percussão, Atef Metkal Kenawy, filho do fundador do mesmo.
As percussões sufi e os ritmos fatímidas, a cargo de Douglas Felis, poderão ser apreciados pelos amantes do ritmo, executadas com pandeiros coloridos típicos das festividades do Cairo islâmico.
Temos a honra de contar com Refat Farhat no Brasil apresentando para o público a Kawala (flauta egípcia). Sem dúvida, o mais importante instrumento da música folclórica mística
Além do Show, Mohamed El Sayed fará um Workshop no sábado, 24 de Abril, a partir das 10h da manhã na Universidade Anhembi Morumbi Campus Centro.
Todas as atividades e práticas serão acompanhadas pela ORQUESTRA DE ABU GHID, ao vivo.

Informações e inscrições:
e-mail: dancandopelapaz@ceuaum.org.br
Telefones: (11) 3847-3584 e (11) 9912-1208
Teatro Anhembi MorumbiRua Doutor Almeida Lima 1134, Brás, São Paulo /SPsite: http://www.teatroanhembimorumbi.com.br/

CRONISTA DE UM TEMPO RUIM

Sempre com uma escrita forte e contundente, muitas vezes até mal-interpretada, como o recente processo por apologia ao crime, acatado pelo Ministério Público, por conta de um dos seus textos. Se fosse em suas palavras, ele certamente diria nesta introdução: “Apologia ao crime é a panela vazia”.

Enquanto a esmagadora maioria está escrevendo para ter um lugar ao sol, Ferréz parece estar escrevendo para simplesmente chegar ao sul, ao leste, a oeste ou ao norte de lugar algum, afinal o autor trabalha vendendo roupas com frases de seus livros e fazendo palestras em escolas públicas, municipais, além de jovens em liberdade assistida, cadeias, ONGs e dezenas de movimentos populares.

Neste livro, podemos ler a crônica “SPPCC”, que o escritor escreveu meses antes dos atentados cometidos pela facção criminosa, e que somente quem tem uma visão muito pontual da cidade poderia fazer. Assim como também a crônica “Meu dia na guerra”, que, além de narrar os fatos após os atentados, ainda foi um texto muito importante por denunciar as dezenas de chacinas que vieram em seguida, esse texto inclusive foi fator determinante para que elas fossem reprimidas.Outro que merece destaque é o texto “Cotidiano 100%”, que foi proibido de sair no livro da companhia de metrô de São Paulo.

Este livro contém textos publicados na revista Caros Amigos, Folha de São Paulo, Le Monde Diplomatique Brasil, revista Trip, e Relatório da ONU.

LANÇAMENTO DO LIVRO " CRONISTA DE UM TEMPO RUIM" NO SARAU DO BINHO 2A. FEIRA, 19/04, ÁS 21HS.

Autor: Ferréz
Editora: SELO POVO
Formato: 10x16cm
Preço: R$15,00
ISBN: 978-85-62848-00-1

Cores da África


Tingimento de tecidos com pigmentos naturais Workshop com Hisako Kawakamidia 24 de abril, das 9 às 17h Será mostrado o passo-a-passo do tingimento vegetal utilizando cascas de árvores do cerrado, terras, folhas, sementes e outros materiais inspirados nas cores da África. Cada aluno poderá levar consigo um pedaço de tecido.

O bazar reunirá peças feitas à mão por artesãos africanos, criadas e desenvolvidas a partir de oficinas orientadas por Renato Imbroisi e sua equipe de designers brasileiros. A introdução de novas cores, formas, aplicações e materiais resultam em cangas, bolsas de algodão tingidos com pigmentos naturais, acessórios de moda em ébano, madeira, cestarias e outros. Os produtos são expressões autênticas de artesanato contemporâneo.

Renato Imbroisi Designer carioca, auto didata, em 1990 implantou a oficina de tecelagem da Associação Comunitária Monte Azul e, atualmente trabalha para a criação de uma escola de artesanato em Moçambique e Angola. Já desenvolveu projetos em mais de 60 comunidades do Brasil. Hisako Kawakami Formada na Faculdade Feminina de Belas Artes em Tóquio, emigrou ao Brasil em 1967. Especialista em tintura natural, em 1992 fez exposição individual no Ateliê Renato Imbroisi (SP), em 2001 e 2005, no Espaço Artes Shoko Suzuki (SP). Ministrou cursos sobre tingimento natural em Moçambique (África) em 2004 e 2006 e em Brasília, em 2006.

(14) 3814-1194 /3814-1194
Local: Oficina Straat-Burity - ao lado da Pizza Bel
dia 24 de abril - das 10h às 17h
dia 25 de abril - das 10h às 12h
Investimento: R$ 130,00

Cabaré da RRRRRaça

O SESC Vila Mariana apresenta em abril

Dirigido por Marcio Meirelles, o musical, criado em 1997, apresenta o ponto de vista de diversos personagens sobre o que é ser negro no Brasil, discutindo comportamento, religião, sexualidade, profissão, passando por discriminação e posturas políticas. Sua trilha sonora traz diversos estilos e suas coreografias foram criadas a partir das tradições afro e das danças populares contemporâneas.

SESC Vila Mariana
Dias 09, 10 e 11/Abril, sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h
Rua Pelotas, 141 - Vila Mariana
Fone: 11 5080-3000

SEMANA DE ARTE AFRICANA

Mostra de Cinema Africano
Dia 12-04-2010
Das 17h00min às 18h30min
Abertura da Mostra de Cinema Africano
Exibição do _lme Histoire d'une rencontre
(História de um encontro), de Brahim Tsaki / Árgelia.Local: Teatro do campus.

Dia 13-03-2010
Das 17h00min às 18h30min
Exibição do _lme Pièces d'identité
(Pedaços da identidade),
de Dieudonné Ngangura Mweze / Congo.
Local: Teatro do campus.

Dia 14-03-2010
Das 17h00min às 18h30min
Exibição do _lme Xala,
de Ousmane Sembène / Senegal.
Local: Teatro do campus.

Dia 15-03-2010
Das 17h00min às 18h30min
Exibição do _lme Tilaï,
de Idrissa Ouedraogo / Burkina Faso.
Local: Teatro do campus.

Exposições e Palestras
Dia 12-03-2010
Das 18h40min às 19h30min
Abertura das Exposições:
*Pontos de Vista (fotogra_as do continente Áfricano)
*Tecidos Africanos : Uma cultura material
parceria UNIFESP - Fórum África
Local: foyer do Teatro do campus

Dia 14-03-2010
Das 18h40min às 19h30min
Palestra sobre a Produção Téxtil Africana,
com Luciane Silva (pesquisadora assossiada
da Casa das Áfricas) e Vanderli Salatiel ( Coordenadora do Fórum África)
Local: Teatro do campus

Dia 15-03-2010
Das 17h00min às 18h30min
Palestra sobre Cinema Africano: Ontem e Hoje,
com Serge Noukoué (Assessor Audiovisual do
Consulado Geral da França em São Paulo )
e Viviane Ferreira ( Diretora e coordenadora
de produção da ODUN Formação e Produção)
Local: Teatro do campus

Organização: Núcleo de História da UNIFESP e Fórum África

Local: Estrada do Caminho Velho, 333 Bairro dos Pimentas - Guarulhos-SP