Nova publicação sobre História da África


Felizmente o mercado de publicações sobre a cultura africana está em crescimento, e vale à pena acompanhar esta transformação. Isso exigirá uma seleção apurada, com base em leitura crítica.

Em seu segundo número, a Revista SANKOFA de História da África e de Estudos da Diáspora Africana, publicada pelo NEACP - Núcleo de Estudos de África, Colonialidade e Cultura Política, espera ser um elemento pedagógico na formação de pesquisadores, professores e alunos, e contribuir com a divulgação de pesquisas acadêmicas sobre a temática.


Informações:
Núcleo de Estudos de África, Colonialidade e Cultura Política
Departamento de História - USP
11-3091-8599


História Oral e Transformação Social: Os Usos da Memória


Há lembranças e histórias que você ouve e acha que merecem ser documentadas, mas não sabe como organizar e registrar essas memórias?
Então participe da oficina “História Oral e Transformação Social: Os Usos da Memória” que será realizada na ONG Papel Jornal, no dia 28/03/09, sábado, das 14h00 às 18h00.

Uma proposta que pretende conscientizar os participantes da possibilidade de uso da memória como instrumento de valorização da realidade local, oferecendo formação básica para a confecção e divulgação de trabalhos de história local: de bairros, escolas, instituições, grupos e famílias.

A oficina será dividida em três partes:

a) apresentação de conceitos de História Oral;
b) capacitação para o trabalho de realização e documentação de entrevistas;
c) discussão de exemplos de projetos para as comunidades participantes.

Facilitador: Ricardo Santhiago, jornalista, historiador e produtor cultural, pesquisador do Núcleo de Estudos em História Oral (NEHO-USP) e do Centro de Estudos em Música e Mídia (MusiMid). Duração: 4 horas. Patrocínio: Secretaria Estadual de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, por meio do ProAC - Programa de Ação Cultural.
Promoção: Nilda Rodrigues


Quando: 28/03/09, sábado
Horário: das 14h às 18h00
Local – ONG Papel Jornal – Rua Roberto Selmi Dei, 187 (altura do no. 2.200 da M’Boi Mirim)
Vagas: 30
Público: Educadores da rede pública, interessados em geral
Inscrições nyldarodriguez@uol.com.br
Gratuito

Entre na Roda de leitores


A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, por meio do Programa São Paulo: um estado de leitores, gerido pela POIESIS – Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura, e em parceria com a Fundação Volkswagen e o CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), convida os representantes dos municípios do Estado de São Paulo a conhecer o Projeto Entre na Roda, que capacita mediadores capazes de formar novos leitores, despertar o hábito da leitura e também dinamizar as bibliotecas e espaços de leitura comunitários já existentes.


Uma nova turma de formação terá início no ano de 2009, oferecendo aos interessados 64 horas de formação presencial, distribuídas em oito oficinas de oito horas cada, a serem realizadas ao longo do ano. Além disso, os participantes terão mais 16 horas de formação não presencial, dedicadas a estudos, tarefas e preenchimento de documentos solicitados.
Certos de que seu município partilha dos mesmos ideais e compromissos que cultivamos (o de investir na formação de pessoas que contribuam para a melhoria da educação e para a expansão do acesso aos bens culturais), convidamos Vossa Excelência a participar de uma reunião onde serão apresentadas maiores informações sobre o Projeto Entre na Roda e sobre como participar do mesmo.

Pelos becos e vielas da periferia



“O panorama literário do país é dominado por livros didáticos, de autoajuda e religiosos. Porém, aos poucos, as grandes editoras vão percebendo a força de uma nova literatura que pulsa nos grandes centros urbanos”, afirma a jornalista Fabiana Guedes em sua matéria Pelos becos e vielas da periferia, publicada na edição de fevereiro do Le Monde Diplomatique Brasil.
A matéria traça um panorama da atual produção de jovens da periferia que com a criação de novos selos independentes, estão engrossando o número de leitores no país e elevando a autoestima de setores mais carentes da população. Experiências como o sarau da Cooperifa (realizado semanalmente em São Paulo) e da editora Dulcinéia Catadora, que produz livros inteiramente artesanais, são relatadas no texto.O site do Pólis disponibiliza na íntegra o texto Pelos becos e vielas da periferia, de Fabiana Guedes.

Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil

Oiá-Iansã

Êpa Heyi !

Ogum foi um dia caçar na floresta.
Ele ficou na espreita e viu um búfalo vindo em sua direção.
Ogum avaliou logo a distância que os separava
E preparou-se para matar o animal com a sua espada.
Mas viu o búfalo parar e, de repente,
Baixar a cabeça e despir-se de sua pele.
Desta pele saiu uma linda mulher.
Era Iansã, vestida com elegância, coberta de belos panos,
Um turbante luxuoso amarrado à cabeça
E ornada de colares e braceletes.
Iansã enrolou sua pele e seus chifres,
Fez uma trouxa e escondeu num formigueiro.
Partiu, em seguida, um passo leve, em direção ao mercado da cidade,
Sem desconfiar que Ogum tinha visto tudo.

Assim que Iansã partiu, Ogum apoderou-se da trouxa,
Foi para casa, guardou-a no celeiro de milho
E seguiu, também, para o mercado.
Lá, ele encontrou a bela mulher e cortejou-a.
Iansã era bela, muito bela, era a mais bela mulher do mundo.
Sua beleza era tal que se um homem a visse, logo a desejaria.
Ogum foi subjugado e pediu-a em casamento.
Iansã apenas sorriu e recusou sem apelo.
Ogum insistiu e desse-lhe que a esperaria.
Ele não duvidava de que ela aceitasse sua proposta.
Iansã voltou à floresta e não encontrou seu chifre nem sal pele.
“Ah! Que contrariedade! Que teria se passado? Que fazer?”
Iansã voltou ao mercado, já vazio, e viu Ogum que a esperava.
Ela perguntou-se o que ele havia feito daquilo que ela deixara no formigueiro.
Ogum fingiu inocência e declarou que nada tinha a ver,
Nem com o formigueiro nem com o que estava nele.
Iansã não se deixou enganar e disse-lhe:
“Eu sei que você escondeu minha pele e meu chifre.
Eu sei que você se negará a me revelar o esconderijo.
Ogum, vou me casar com você e viver o em sua casa.
Mas, existem certas regras de conduta para comigo.
Estas regras devem ser respeitadas, também, pelas pessoas da sua casa.
Ninguém poderá me dizer: Você é um animal!
Ninguém poderá utilizar cascas de dendê para fazer fogo.
Ninguém poderá rolar um pilão pelo chão da casa”.

Ogum respondeu que havia compreendido e levou Iansã.
Chegando em casa, Ogum reuniu suas outras mulheres e
Explicou-lhes como deveriam comportar-se.
Ficara claro para todos que ninguém deveria discutir com Iansã,
Nem insultá-la.

A vida organizou-se.
Ogum saía para caçar ou cultivar o campo.
Iansã, em vão, procurava sua pele e seus chifres.
Ela deu á luz uma criança, depois uma segunda e uma terceira...
Ela deu á luz nove crianças.
Mas as mulheres viviam enciumadas da beleza de Iansã.

Cada vez mais enciumadas e hostis,
Elas decidiram desvendar o mistério da origem de Iansã.
Uma delas conseguiu embriagar Ogum com vinho de palma.
Ogum não pôde mais controlar suas palavras e revelou o segredo.
Contou que Iansã era, na realidade, um animal;
Que sua pele e seus chifres estavam escondidos no celeiro de milho.
Ogum recomenou-lhes ainda:
“Sobretudo não procurem vê-los, pois sito a amedrontará.
Não lhes digam jamais que é um animal!”
Depois disso, logo que Ogum saía para o campo,
As mulheres insultavam Iansã:
“Você é um animal! Você um animal!”

Elas cantavam enquanto faziam os trabalhos da casa:
“Coma e beba, pode exibir-se, mas sua pele está no celeiro de milho !”
Um dia, todas as mulheres saíram para o mercado.
Iansã aproveitou-se e correu para o celeiro.
Abriu a porta e, bem no fundo, sob grandes espigas de milhos,
Encontrou sua pele seus chifres.
Ela os vestiu novamente e se sacudiu com energia.
Cada parte do seu corpo retomou exatamente seu lugar dentro da pele.

Logo que as mulheres chegaram do mercado, ela saiu bufando.
Foi um tremendo massacre, pelo qual passaram todas.
Com grandes chifradas Iansã rasgou-lhes a barriga,
Pisou sobre os corpos e redou-os no ar.
Iansã poupou seus filhos que a seguiam chorando e dizendo:
“Nossa mãe, nossa mãe !! É você mesma ?
Nossa mãe, nossa mãe !! Que você vai fazer ?
Nossa mãe, nossa mãe !! Que será de nós ?”
O búfalo os consolou, roçando seu corpo carinhosamente no deles e dizendo-lhes:
“Eu vou lhes deixar uma lembrança.”
Retirou seus chifres, entregou-lhes e continuou:
“Quando qualquer perigo lhes ameaçar,
Quando vocês precisarem dos meus conselhos,
Esfreguem estes chifres um no outro.
Em qualquer lugar que vocês estiverem,.
Em qualquer lugar que eu estiver,
Escutarei suas queixas e virei socorrê-los.”

Eis porque dois chifres de búfalo estão sempre no altar de Iansã.

Referência: Verger, Pierre Fatumbi – Lendas africanas dos orixás – editora Corrupio.
Imagem: "Iansã", acrílica sobre tela, 122cm por 122cm - Marcio Melo

Passeio virtual revela facetas de poeta Ariano Suassuna




Como dramaturgo, poeta e romancista foram inúmeras publicações, entre elas "O Santo e a Porca", a "Farsa da Boa Preguiça" e, possivelmente a mais famosa delas, o "Auto da Compadecida". Essas peças ganharam destaque nos principais jornais e livrarias do País, mas a criação artística do professor, filósofo e gestor cultural Ariano Suassuna não pára por aí. O paraibano também marcou a história das artes visuais brasileira ao revelar um aspecto pouco divulgado de seu talento.



A exposição "Ariano Suassuna: Iluminogravuras - a Estética Armorial", que segue em cartaz até o próximo domingo, 15 de fevereiro, no Santander Cultural, em Porto Alegre, mostra essa faceta pouco conhecida do artista.


Quem não pode visitar a mostra pessoalmente tem agora a oportunidade de conferir o passeio virtual elaborado pelo Universia com as principais obras gráficas de Suassuna, que deram origem ao Movimento Armorial.

Fadaluh

A perdição dos professores

Desde as origens desse prato, no início do século XX, e até os anos 1970, considerou-se que o homus se destinava unicamente ao café da manhã. Seu aroma próprio, junto com o das cebolas que geralmente o acompanham, sempre me lembra de forma inconfundível os percursos que fazia de madrugada, quando pequeno, de casa à escola. Nós, escolares, caminhávamos pelo centro da longa e estreita rua de paralelepípedos da Kasbah, que atravessa toda a parte antiga de Nablus. Naquelas primeiras horas da manhã, ao longo de ambos os lados do trajeto, os mercadores se reuniam – e ainda continuam fazendo isso – em pequenos grupos ao redor de um prato de hous e sob a tutela e bênção de versículo do Alcorão salmodiados pelo Sheik Abdel Baset, que emanavam dos transistores das lojas de comércio.

Apesar de o prato ser muito pequeno e conter pouca quantidade de homus, os consumidores pronunciam de forma automática a palavra fadaluh (convite para comer) a qualquer pessoa que passe ao lado e lhes transmita um simples olhar.

Esse costume é muito estimado e está presente em todas as cidades do Oriente Médio, não apenas entre os comerciantes; também é cultivado pelos empregados dos escritórios, ministérios, escolas, etc.

Ainda lembro de meus temidos professores com uma cebola na mão, relaxados e alegres, rodeando esse delicioso prato, na hora do café da manhã. A primeira aula do dia era , sem dúvida, a mais agradável de todas, se comparada com as seguintes. Os professores eram mais permissivos, embora mais por inércia prazerosa que por vontade própria. A causa estava apenas em seu repetitivo e diário e, como culminação, uma xícara de chá com hortelã ou sálvia provocava o mais ativo um irremediável relaxamento e uma placidez de mental. Portanto, a primeira uala do dia sempre era mais uma hora de transmissão ou de mentalização, para se entrar posteriormente nas seguintes. Além disso, a aula de matemática sempre era programada para a primeira hora do dia, para aproveitar a clareza mental tanto de professores como de alunos. O resultado acadêmico supunha-se que seria evidente. Sempre me perguntei, e não é brincadeira, por que no mundo árabe escasseiam bons matemáticos, apesar de ter sido ali o berço de tal disciplina. Será o homus o culpado? No Egito se indica mdamas (pasta de favas) como o culpado desse fenômeno. Os egípcios, que ostentam a fama de ser os mais brincalhões do mundo árabe, em vez de desqualificar alguém com clássicos adjetivos como “cabeça-oca”, “louco” ou “idiota”, preferem o termo “cabeça cheia de mdamas”.

Receita – Homus
Ingredientes
250g de grão-de-bico cozido (reserva alguns para decorar)
1 colher (chá) rasa de sal
2 dentes de alho médios amassados
½ copo de suco de limão
½ copo de tahine
1 xícara (café) de água
1 colher (sopa) de coalhada (opcional) para clarear a pasta
Azeite, salsa e cominho para decorar.

Preparo
Bater todos os ingredientes até obter uma pasta consistente
Espalhar a pasta num prato plano e decorar com grãozinhos de grão-de-bico cozido, fios de azeite de oliva, pedaços de salsa fresca e uma pitada de cominho em pó. Para obter uma pasta de estrema leveza e uniformidade, bater o grão-de-bico num liquidificador.

Texto/fonte: Aroma árabe: receitas e relatos/Salah Jamal, editora SENAC
Imagem:
www.rainhasdolar.com

Identidades em Trânsito



Identidades em Trânsito trata das experiências de estudantes de Guiné-Bissau e Cabo Verde formados no Brasil. O filme aborda a saída, a chegada, adaptação no Brasil, e o retorno desses estudantes aos seus países de origem.


Clique aqui para assistir e aqui para ler o roteiro.


Imagem: Tela do Artista Roel Caboverde Yacer

Cortejo do Bloco Afro Ilú Obá De Min, dia 20/02




Dia 20/02/09 às 21h
Concentração a partir das 19h30

Local: Viaduto Major Quedinho s/n Bela Vista - SP




Ilú Obá De Min – Educação, Cultura e Arte Negra é uma entidade feminina, sem fins lucrativos, surgiu ao longo de vinte anos de pesquisa-ação desenvolvidas com variados grupos sociais tendo como base, as culturas de matriz africana e afro-brasileira.



O objetivo da entidade é preservar e divulgar a cultura negra no Brasil, mantendo diálogo cultural constante com o continente africano através dos instrumentos, dos cânticos, dos toques e da corporeidade, além de abrir novos espaços, de maneira lúdica e responsável, visando o fortalecimento individual e coletivo das mulheres na sociedade.O Ilú Obá De Min abarca os cinco projetos a seguir:1- Bloco Afro Ilú Obá De Min:cujo objetivo é divulgar as tradições percussivas, musicais e coreográficas africanas e afro-brasileiras a partir de oficinas de rua para mulheres. 2- Banda Ilú Obá De Min:cujo objetivo é a pesquisa musical de matriz africana e afro-brasileira e sua divulgação. Composta por 30 mulheres ritmistas tocando djembês, alfaias, ilús, agogôs e xequerês.



3- Corpo de baile Ilú Oba De Min, cujo objetivo é trabalhar com a dança de matriz aficana e afro-brasileira.
4- Ilú na Mesa - ciclo de palestras e debates :cujo objetivo é promover o debate entre as/os integrantes da entidade e sociedade em geral sobre temas voltados para educação, cultura e arte negra.
5- Triunfo das Heranças Africanas: cujo objetivo é divulgar e dialogar com os inúmeros grupos culturais brasileiros que desenvolvem pesquisa-ação voltada para as culturas de matriz africana e afro-brasileira.




Foto e texto: acervo Ilú Oba de Min

Ruy Castro e Paulo Lins exploram o universo da literatura na TV Cultura


Programa Letra Livre reúne os consagrados escritores nesta quarta, dia 11


Um é considerado o marco da prosa contemporânea brasileira. O outro é autor de biografias de alguns dos personagens mais interessantes da história. O escritor Paulo Lins, autor do livro Cidade de Deus, e o jornalista Ruy Castro, que se notabilizou pelas biografias como as do craque Garrincha e da cantora Carmen Miranda, são os convidados da edição de fevereiro do programa Letra Livre, que vai ao ar na TV Cultura nesta quarta-feira (11/02), às 23h10 com apresentação do jornalista e crítico literário Manoel da Costa Pinto.

Jornalista que transita com igual talento pela crônica e pela reportagem, Ruy Castro é autor de biografias de algumas das personagens mais marcantes da cultura brasileira, incluindo a do dramaturgo Nelson Rodrigues. Trabalhou na revista Manchete, Jornal do Brasil, Correio da Manhã e Pasquim (tablóide de humor que se tornou foco de resistência ao regime militar). Recentemente, lançou Era no tempo do rei – um romance histórico que tem como fio condutor a chegada da corte portuguesa ao Brasil, há 200 anos.

Com apenas um livro publicado, mas com muita estrada na literatura, o carioca Paulo Lins tornou-se um marco da prosa contemporânea brasileira. Cidade de Deus, romance lançado em 1997, inovou ao retratar a favela carioca do ponto de vista de quem conviveu de perto com essa realidade. Adaptado para o cinema pelo diretor Fernando Meirelles, a obra fez de Paulo Lins um escritor conhecido internacionalmente. Em seu segundo romance – anunciado para este ano e com o título Desde que o samba é samba é assim – Paulo Lins aborda esse universo de um outro ângulo, mostrando como a música tornou-se elemento de inclusão social do negro no Brasil.

Mensal, o programa Letra Livre promove grandes encontros com escritores consagrados, que tem a oportunidade de confrontar suas idéias, expor opiniões e oferecer ao público um rico conteúdo literário. Levados ao ar na primeira segunda-feira de cada mês, os debates levantam questões importantes relacionadas à literatura contemporânea, bem como sua relação com a sociedade.

Biblioteca Virtual da América Latina


A Fundação Memorial da América Latina lançará na próxima sexta-feira (13/2) a http://www.bvmemorial.fapesp.br/. O projeto, que conta com apoio da FAPESP, traz já no início informações da coleção de vídeos e do acervo bibliográfico da Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, cujo acervo especializado em artes e humanidades tem mais de 25 mil registros.

Assim como a Biblioteca Virtual do Centro de Documentação e Informação da FAPESP (BV-CDi), , a BV@L utiliza a tecnologia BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), desenvolvida pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme).



De acordo com a coordenadora operacional do CDi da FAPESP, Rosaly Favero Krzyzanowski – que integrou a comissão consultiva responsável pela implantação do projeto –, a BV@L era há anos uma aspiração da Fundação Memorial, mas a instituição ainda não tinha à disposição a tecnologia de informação necessária para a implementação.


“Em 2007 foi estabelecida uma parceria com a FAPESP, com a finalidade de transferir à equipe do Memorial a experiência acumulada pela equipe da BV-CDi”, disse Rosaly à Agência FAPESP.
Segundo ela, o sistema BVS é voltado para a área médica, mas foi adaptado para o uso em ciência e tecnologia na ocasião da implantação da BV-CDi, permitindo a montagem de indexadores e planilhas capazes de incluir os dados necessários para a FAPESP.

“Essa experiência de customização permitiu que apoiássemos o Memorial na construção de sua biblioteca virtual. A função da BV@L será a promoção da integração dos países latino-americanos por meio da reflexão sobre a informação cultural disponível nos países do continente”, afirmou.

Com a conclusão da fase de desenvolvimento, o Memorial assumiu a gestão da biblioteca virtual. “A instituição tem uma equipe técnica que está fazendo a indexação dos conteúdos”, disse Rosaly. A coordenação técnica do projeto é de Marcia Rosetto, especialista em sistemas automatizados e responsável pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (USP).

A BV@L está sendo lançada com algumas bases bibliográficas, sendo que todo o acervo da Biblioteca Victor Civita já está indexado. Uma série de diretórios indica o que está ocorrendo atualmente no continente na área cultural.

“O portal seguiu o conceito da BV-CDi: não é preciso que absolutamente todos os conteúdos informados estejam disponíveis e digitalizados. O ponto central é informar onde está o material e descrever seu conteúdo. Nossa intenção não é montar um acervo próprio, mas facilitar o acesso aos acervos institucionais”, explicou Rosaly. Diretórios

Os mais de 25 mil registros do acervo bibliográfico da Biblioteca do Memorial consistem em livros, periódicos, folhetos de arte, catálogos e recortes de jornais. Há também mais 10 mil itens pertencentes à coleção André Franco Montoro, do Instituto Latino-Americano (Ilam), doada ao Memorial. Todo esse conteúdo pode ser consultado no local.

Além do acervo bibliográfico, a Biblioteca Victor Civita reúne mais de 2 mil registros de vídeos de ficção e documentários da produção cinematográfica mundial e, principalmente, latino-americana.

A Biblioteca Victor Civita possui ainda a Coleção Produção Científica – composta por cerca de 200 registros das publicações editadas pelo Memorial –, a Coleção Biblioteca Ayacucho – uma das principais coleções sobre a cultura latino-americana, editada na Venezuela desde 1974 – e a Coleção Brasiliana, série da Biblioteca Pedagógica publicada pela Editora Nacional e iniciada em 1931, que contempla ensaios sobre a formação histórica e social do Brasil.

De acordo com Rosaly, além do acesso a todo o acervo da Biblioteca Victor Civita, o portal BV@L também oferece os diretórios de países, de sites e de eventos, bem como as seções “Memorial na mídia”, “Acervos especializados”, “Bases de dados”, “Feiras de livros”, “Jornais eletrônicos” e “Revistas eletrônicas”.

O diretório de países contempla uma breve descrição sobre cada país integrante da biblioteca virtual, com suas listas de sites selecionados sobre Artes, Arquivos, Bibliotecas, Fundações, Governo, Instituições, Literatura, Museus, Publicações, Turismo e Universidades. Esses temas também correspondem à indexação do diretório de sites.

Já o diretório de eventos apresenta informações sobre os eventos do Memorial da América Latina desde a sua fundação, há 20 anos, em 1989, propiciando uma visualização geral das atividades realizadas sobre exposições, concertos, shows, mostras de filmes, lançamentos de publicações, cursos, oficinas, congressos, seminários, palestras, entre outros tipos de eventos e atividades.

Leitura dramática de Rasga Coração

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) apresenta quarta-feira (11/2), às 20h, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em São Paulo, a leitura dramática da peça "Rasga Coração", de Oduvaldo Vianna Filho - o Vianinha. Com entrada gratuita, o evento faz parte da programação do Projeto Arena 2008, que reconstitui o espaço do Teatro Eugênio Kusnet como um centro de experimentação de linguagem, de discussão e reflexão sobre as dramaturgias brasileira e latino-americana.
Sob direção geral de José Renato, que em 1955 esteve à frente da fundação do Arena, o projeto faz uma revisão crítica da obra de Vianinha, um dos principais autores revelados nos Seminários de Dramaturgia promovidos pelo Arena nos anos 1960.
Além da leitura dramática dos textos de Vianinha "Papa Highirte" (já realizada em 28 de janeiro) e "Rasga Coração", a programação do projeto abrange a montagem da peça Chapetuba F. C., também de Vianinha, em cartaz até 15 de fevereiro no Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Haverá, ainda, um bate-papo sobre futebol nesta quinta-feira, dia 12, às 23h (logo após o espetáculo), com os jornalistas esportivos Roberto Avallone e Soninha Francine, o craque de futebol Leivinha e o presidente eleito do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo.
A leitura de Rasga Coração, nesta quarta-feira, tem direção de José Renato e elenco composto por Álvaro Gomes, Elis Meneses, Emerson Natividade, Fernanda Sanches, Flávio Kenna, João Ribeiro, Melina Menghini, Pedro Monticelli e Vinicius Meloni, escolhidos pelo diretor em seleção pública que envolveu 742 currículos. Participam, também, os atores convidados Francarlos Reis, Marcelo Hessel,Tim Urbinatti, e Zecarlos Machado.
Sobre a peça
Texto premiado pelo VI Concurso de Dramaturgia do Serviço Nacional de Teatro em 1974, "Rasga Coração" é a última e uma das mais consagradas obras de Vianinha, que não chegou a vê-la nos palcos. Censurada pela ditadura militar, a peça circulou por muito tempo apenas por meio de cópias datilografadas, e recebeu sua primeira montagem somente em 1979, cinco anos depois da morte do autor, com direção do ator e dramaturgo José Renato e Raul Cortez no papel
principal.
"Rasga Coração é a história de Manguari Pistolão, lutador anônimo, que depois de quarenta anos de luta por aquilo que ele acha novo, vê o filho acusá-lo de conservadorismo, antiguidade, anacronismo. Para investigar essas razões, a peça ilumina quarenta anos de nossa vida política, mostrando a repetição do conflito do verdadeiramente novo. Este conflito se dá na percepção de gerações diferentes mas, principalmente, estala dentro de cada geração, e é dentro de cada uma delas que se define", analisa o próprio Vianinha, no prefácio que dedicou à obra.
O que: Leitura dramática de Rasga Coração, de Vianinha
Quando:quarta-feira (11/2), às 20h
Local: Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Rua Teodoro Baima, 94 – Consolação, tel: 3256-9463. Capacidade 99 lugares.
Entrada franca

Akins Kinte recita poesias eróticas


Nesta quarta-feira, dia 11 de fevereiro de 2009, ás 19h - o poeta Akins Kinte estará recitando versos eróticos no Projeto Entrelinhas do Corpo, no qual saúda as delicadezas do erotismo e suas entrelinhas no Encontro de Literatura Erótica, com debates, oficinas e leituras, a programação estimula a imaginação e quer aguçar o senso crítico dos leitores.


Os convidados para o debate são: Marcelino Freire, Ivan Marques, Gonçalo Júnior e mediação de Ricardo Santhiago. Recital de poesias com o poeta Akins Kinte.


100 vagas. Retirada de senha no local.

Sala de Oficinas, 2º andar.Grátis Dia(s) 11/02

Quarta, às 19h.

SESC Pinheiros Rua Paes Leme, 195 (proximo do Largo da Batata)

As sentenças de Habalin

Na última viagem que fiz ao Egito, encontrei, casualmente, em velho bazar do Cairo, exemplar raríssimo de um livro muito curioso, intitulado La Tanish.

Julgo prudente avisá-lo, meu amigo, de que a tradução do título La Tanish pode ser feita por meio de uma frase bem sugestiva: “Não se esqueça de mim” – e isso só estará certo admitindo-se que tal conselho seja dirigido a pessoa do sexo feminino. A mesma recomendação feita a distinto cavalheiro seria expressão, em árabe, por outro vocábulo – La tansah.




Pois bem. Nas páginas de La Tanish foram incluídas as quarenta sentença mais sugestivas e originais proferidas pelo célebre Kalil Habalin, um dos juízes mais famosos do Islã.
Vou recordar, agora, a 15ª sentença do insigne Habalin. As 39 restantes ficarão (se Alláh quiser) para amanhã.




Um dia, ao cair da tarde, três bons amigos, um alfaiate, um caçador e um músico, divertiam-se numa das ruas do Cairo, jogando pelota. Em dado momento, a pelota, escapando casualmente da mão de um dos jogadores, foi alcançar um camponês, chamado Chafik, que passava descuidado, machucando-o seriamente no olho direito.
O camponês, ferido, pôs-se a esbravejar como um demente. Queria uma indenização: exigia que os culpados fossem severamente punidos. Vários populares intervieram no caso e procuraram acalmar exaltado. Nada, porém, demovia o irritado Chafik do seu rancoroso intento de conseguir uma punição para os três estouvados peloteiros.
O rumoroso caso foi levado, no meso dia, ao conhecimento do juiz Habalin.
O velho magistrado, depois de ouvir a queixa formulada pelo ferido e tendo-se certificado da inteira casualidade do acidente, voltou-se, solene, para os acusados e interrogou-os.
- Desejo saber qual dos três, no momento em que ocorreu o acidente, se achava em situação mais fraca na partida.
O músico, que parecia o mais velho, responde:
- A vitória do jogo pendia para o meu lado. Em segundo lugar estava o caçador; menor número de pontos contava o alfaiate.
Volveu, então, pausadamente, o juiz:
- Um de vocês (é difícil apurar com segurança o verdadeiro culpado) feriu, com uma pelota, o olho direito do infeliz Chafik. Determina o Alcorão, nosso código de justiça, que um dos três culpados sofra um golpe idêntico ao que sofreu o queixoso. Resolvo, pois, que o alfaiate, que pelo modo de pelotar aparece como menos hábil no jogo e que, provavelmente, foi o autor do golpe desastrado, leve uma violenta pelotada precisamente no olho esquerdo.
A sentença inesperada do grande Kalil Habalin fez empalidecer o pobre alfaiate. Suas pernas tremiam e sua testa cobriu-se de suor.
- Judicioso cádi ! – disse ele, inclinando-se já meio sucumbido diante do juiz. – A vossa sábia e notável sentença, inspirada pelo nobre desejo de punir o verdadeiro culpado, cai impiedosa sobre mim. Confesso, realmente, que não sou dos mais hábeis no jogo da pelota ! Mas, dada a confusão do momento em que ocorreu o acidente, é difícil apurar de quem partiu o desastrado golpe que feriu o camponês distraído. Acresce ainda, no caso, uma circunstância que milita a meu favor. Se eu levar uma pelotada no olho, direito ou esquerdo, não importa, ficarei impossibilitado, durante muito tempo, de exercer a minha árdua e delicada profissão. Como poderei, com o olho vendado, cortar, provar e acertar as roupas que preparo para os meus exigentes fregueses? O nosso amigo caçador, sim, é que pode sofrer, sem prejuízo, a pelotada judicial, pois, como é sabido, o caçador, ao atirar na presa, fecha um olho. Que importa ao caçador a perda de um olho quando este olho é completamente inútil ao exercício de sua profissão?
Volvidos alguns segundos, respondeu o prestigioso Habalin, o juiz:
- A observação feita por esse honrado alfaiate tem, a meu ver, muito fundamento. Reformo, pois, a sentença proferida, e determino que a pelotada – exigida pelo queixoso – seja aplicada no olho direito do caçador!
Focalizado pela perigosa sentença do cádi, o caçador achou que devia, no caso, defender-se de qualquer forma. E, depois de saudar respeitosamente o digno magistrado, assim argumentou, numa voz trêmula e débil, retorcendo os dedos:
- Não nego, senhor, que ao visar a caça fecho, muita vez, um olho, no momento desferir o tiro certeiro. Mas se a escolha, por esse motivo, pudesse recair sobre mim, por mais músico! Sim, todo mundo sabe o músico – que é, aliás, um exímio flautista - , quando tira as melodias admiráveis pelotada no olho, direito ou esquerdo, para um artista que fecha os dois olhos no exercício de sua profissão?
Depois de um momento de reflexivo silêncio, o juiz Habalin volveu tranqüilo, arrastando austeramente as palavras:
- Vejo-me forçado a reconhecer que as razões que o caçador acaba de alegar não podem ser desprezadas. São muito sérias e ponderáveis. Reformo, pois, a minha segunda sentença e determino que seja aplicada ao músico, que é o terceiro dos acusados, uma pelotada no olho direito ou esquerdo, como próprio réu achar preferível !
Será inútil dizer que o músico, que não podia esconder a inquietação que lhe abafava o espírito, não se conformou com a terceira sentença do sábio Habalin. É difícil que um homem fique impassível diante da ameaça de levar no olho uma pelotada capaz de cegar até um elefante !
E, resolvido a fugir das malhas da justiça, como já haviam feito seus dois companheiros, pediu permissão ao juiz para expor sua maneira de pensar sobre o melindroso caso.
- Acredito, sr. Juiz, que o camponês Chafik nada lucrará se eu levar uma pelotada no olho esquerdo. Sugiro, pois, que ofereçamos à vítima uma indenização. E essa indenização deve ser de tal forma que nela possam contribuir, em partes iguais, os três acusados, isto é, eu, o caçado e o alfaiate !
- E que indenização propõe ? – indagou, curioso, o juiz.
- A indenização que julgo mais interessante – acudiu, pressuroso, o músico – é a seguinte: o caçador apanhará na mata mais próxima uma linda raposa prateada; com a pele dessa raposa o alfaiate fará um belíssimo colete. Esse colete de raposa prateada será oferecido ao camponês !
Com a interessante sugestão do músico concordou logo, com viva satisfação, o queixoso. Para ele, com efeito, era mais interessante vestir um colete de raposa do que ver um pobre e alegre flautista levar uma pelotada no olho. Diante disso o preclaro juiz achou que seria de bom aviso reformar, mais uma vez, a sua sentença. E o fez sem a menor hesitação.
- Determino que o segundo acusado, o caçado, seja obrigado a apanhar uma raposa de pêlo prateado; com a pele dessa raposa o primeiro acusado, o alfaiate, fará um lindo e perfeito colete que será oferecido como indenização ao camponês que levou, sem querer, a pelotada !
Um advogado que acompanhara, desde o princípio, todas as peripécias do singular julgamento, não se conformou com a sentença final. E, depois de dirigir ao juiz um respeitoso Salam, ponderou delicadamente:
- Quer-me parecer, sr. Juiz, que a sua última sentença veio beneficiar um dos acusados, em detrimento dos outros dois. Com efeito, para a indenização oferecida ao camponês, os três culpadosdeveriam contribuir com parcelas ou partes iguais: cabe ao caçador a tarefa de onbter a raposa de pêlo prateado; cumprirá ao alfaiate o dever de arranjar um colete com a pele de raposa. E ao flautista ?Qual foi sua contribuição no caso ? Como descobrir a terça parte do músico ?
Sorriu o íntegro cádi ao ouvir aquela observação. E, a fim de evitar que a menor sombra de dúvida pudesse acinzentar a confiança que seu prestigioso nome inspirava, assim falou:
- Na indenização, oferecida e aceita pelo camponês Chafik, todos os três acusados contribuíram igualmente. O habilidoso alfaiate fará o colete; o caçador, com sua astúcia, terá de aprisionar uma bela raposa de pêlo de cor prateada; e o músico, com seu talento e inspiração, contribuiu com a idéia ! Há idéias, meu amigo, que valem mais do que todas as raposas prateadas do mundo !


(de Maktub!)

Texto: Tahan, Malba. Os melhores contos, Ed. Record.
Imagem:
http://www.toucanart.com/pt/products/3582/

7º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE CONTOS E POESIAS / 2009

Objetivando incentivar a literatura no país, dando ênfase na publicação de textos, a GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA. promove o 7º CONCURSO LITERÁRIO GUEMANISSE DE CONTOS E POESIAS, composto por duas categorias distintas:
a) Contos;
b) Poesias,
o qual será regido pelo seguinte

REGULAMENTO

1. Podem concorrer quaisquer pessoas, desde que os textos inscritos sejam em língua portuguesa. Os trabalhos não precisam ser inéditos e a temática é livre.

2. As inscrições se encerram no dia 09 de março de 2009. Os trabalhos enviados após esta data não serão considerados para efeito do concurso, e, assim como os demais, não serão devolvidos. Para tanto será considerada a data de postagem (correio e internet).

3. O limite de cada CONTO é de até 6 (seis) páginas e o de cada POESIA é de 2 (duas) páginas. Os textos devem ser redigidos em folha A4, corpo 12, espaço 1,5 (entrelinhas) e fonte Times ou Arial.

4. As inscrições podem ser realizadas por correio ou pela internet da forma seguinte:
a) Via postal (correio): os trabalhos podem ser enviados em papel, CD ou disquete 3 ½ para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. CAIXA POSTAL 92.659 - CEP 25.953-970 - Teresópolis – RJ;
b) Internet: os trabalhos devem ser enviados, em arquivo Word, para o e-mail editora@guemanisse.com.br

5. Tanto os CONTOS quanto as POESIAS devem ser remetidos em 1 (uma) via, devendo, em folha (ou arquivo) separada, conter os seguintes dados do concorrente:
a) nome completo;
b) nome artístico, com o qual assina a obra e que será divulgado em caso de premiação e/ou publicação;
c) categoria a que concorre;
d data de nascimento / profissão;
e) endereço completo (com CEP) / e endereço eletrônico (e-mail).

6. Cada concorrente pode realizar quantas inscrições desejar.

7. Para a categoria CONTOS, o valor de cada inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais), podendo o autor inscrever até 2 (dois) textos por inscrição. Para a categoria POESIAS, o valor de cada inscrição é de R$ 30,00 (trinta reais) podendo o autor inscrever até 2 (dois) textos por inscrição. Os valores devem ser depositados em favor de GUEMANISSE EDITORA E EVENTOS LTDA, na Caixa Econômica Federal, Agência 2264, Oper. 003 - Conta Corrente Nº 451-7.

8. Os comprovantes de depósito (nos quais os concorrentes escreverão o nome) devem ser remetidos para Guemanisse Editora e Eventos Ltda. pelo correio, pela internet (escaneados) ou para o fax (0XX – 21) 2643-5418 (lembramos que os moradores da Cidade do Rio de Janeiro também devem discar o código de área). Nenhum valor de inscrição será devolvido.

9. Os resultados serão divulgados pelo nosso site www.guemanisse.org (ou com.br), pela mídia e individualmente (por e-mail) a todos os participantes, no dia 11 de maio de 2009.

10. Cada Comissão Julgadora será composta por 3 (três) nomes ligados à literatura e com reconhecida capacidade artístico-cultural. Ambas as Comissões podem conceder menções honrosas ou especiais.

11. As decisões das Comissões Julgadoras são irrecorríveis.

12. Para cada Categoria (Contos e Poesias), a premiação será nos seguintes valores:
a) Premiação em dinheiro:
1º lugar: R$ 3.000,00 (três mil reais) e publicação do texto em livro;
2º lugar: R$ 2.000,00 (dois mil reais) e publicação do texto em livro;
3º lugar: R$ 1.000,00 (mil reais) e publicação do texto em livro.
b) Premiação de publicação em livro:
Os textos premiados, inclusive os que forem agraciados com MENÇÃO HONROSA e/ou MENÇÃO ESPECIAL, serão publicados em livro (sem ônus para seus autores, inclusive de remessa postal) e cada um destes autores receberá dez exemplares, em troca do que cedem os direitos autorais apenas para esta edição específica a qual não poderá ultrapassar a tiragem de 2.000 (dois mil) exemplares. Os exemplares restantes desta edição serão preferencialmente distribuídos por bibliotecas e escolas públicas.

13. A inscrição no presente concurso implica na aceitação plena deste regulamento.

Desabafo

por Diane de O.Padial
Paraisópolis 04/02/2009
Os passarinhos eu não os tenho ouvido
Todos devem estar acuados em algum cantinho verde descoberto neste território
Hoje tem cavalaria, tem cachorro bravo
O som agora é papapapapapapapa
Há um pássaro de aço sobre a minha cabeça
Sobre a favela este som que faz a vigília todo o tempo
Nas entradas, tudo que é camuflado esta explicito
Todos uniformizados
Lá o aço também se faz presente em formato de fuzil
Do céu o som
Dos lados, a imagem do uniforme camuflado,o controle
Aqui dentro, uma só pressão
No peito, na garganta, nos olhos
E no estomago
As pessoas passam olhando para o chão, suas caras estampam a tristeza imposta
A rua que é sempre cheia, com as pessoas de roupas coloridas, esta quase vazia
Pouco movimento
Não agüento mais esta máquina na minha cabeça
papapapapapapapa
A cidade Paraíso no seu antagonismo máximo
Contradições, desproporções, uma cadeia ao ar livre,
Contradição...
Os contra e os a favor
Uma garota me diz ao telefone
"Desculpa, ontem eu não fui a aula por causa da guerra"
Escuto e não acredito, aquilo parece um raio dentro de mim.
A guerra
É isto olha, escuta ........ papapapapapapapapa
Ele não para
Vigia este povo, esta gente com a pele escura
Esta gente quase nua, vigia, controla
A guerra,
É só isto
Aqui são 80 mil, e o espaço.... só um pedacinho de chão
assim ....o Paraíso
Paraisópolis
Todas as pessoas vigiadas, todas as lotações verificadas, cada sacolinha que a humilde senhora carrega tem que ser mostrada, as casas invadidas para averiguações
Humilhação
Por cima, pelos lados, controle, opressão
Debaixo esta a pressão, vai explodir, vem explodindo,
E assim vem aquela força e os meninos vão
Seus atos são vândalos, mas o seu inconsciente não
Traz dentro de si o arquétipo do cabresto, a humilhação, a miséria de seu povo,
Lamentavelmente o seu grito é assim... visceral, irracional, é na paulada, tijolada,
Foram vândalos, marginais,
Os meninos sem escolas, nem estas de mentirinha que a gente conhece eles tem, destituídos de muitos direitos
A pressão cresce, e é também um sentimento mesclado, camuflado, que a gente não explica bem
Pressão crescente, desta vez de baixo para cima
Explode em pauladas, tijoladas, incêndios, caos
Atos vândalos

A cidade Paraíso esta em explosão
Razão?????
É a guerra tia
È a guerra....
papapapapapapapapapa

por Diane de O.Padial

foto: correio24hglobo.com