Perfil - Teodoro Sampaio

Mulato, filho de mãe escrava, o engenheiro baiano Teodoro Sampaio (1855-1937) conquistaria papel de destaque entre a intelectualidade brasileira na última década do Império e na República Velha. Formado em 1877, participaria de expedições ao sertão nordestino (1879-80) e ao interior paulista (1886), pondo em prática seus talentos como cartógrafo e como observador atento da paisagem natural e humana. Relatos destas viagens, os livros 'O Rio de S. Francisco e a Chapada Diamantina' (1905) e 'Considerações geographicas e economicas sobre o Valle do Rio Paranapanema' (1890) contêm preciosas informações sobre as populações locais.
Teodoro Sampaio interessou-se também pela história, a etnografia e a lingüística. Seu livro sobre o vale do Paranapanema (Sampaio 1890) inclui, além de informações ligeiras sobre os Otí e os Kaingáng, um vocabulário da língua dos Kaiowá, povo com que conviveu mais de perto. Também investigou a posição etnográfica dos antigos "Guayanã" da capitania de São Vicente (Sampaio 1897). Sua obra mais importante, no entanto, seria o estudo toponímico 'O Tupi na Geographia Nacional' (1901), ressaltando o papel dos bandeirantes na difusão de topônimos de origem Tupí. Tendo servido de subsídio (se não inspiração) a autores como Sérgio Buarque de Holanda, é um livro que -- na opinião do Pe. Lemos Barbosa (1967) -- "apesar de suas fantasiosas 'etimologias', não pode ser estranho a nenhum interessado pelo assunto."

EXPOSIÇÃO: DE MALA PRONTA - O VIAJANTE DO SESC CONTA SUA HISTÓRIA

Instalação artística composta de painéis fotográficos, depoimentos, objetos, álbuns, cartas e lembranças de viagens recolhidas dos viajantes do Programa de Turismo Social do SESC São Paulo. Do térreo ao segundo andar. Concepção: SESC Avenida Paulista. Direção geral e artística: Vera Hamburger. Pesquisa - entrevista com os viajantes e texto analítico: Renata Delduque. Fotografias dos viajantes e lembranças de viagens: Michele Mifano.

Onde: SESC Avenida Paulista
Quando: 01/11 a 28/03. Terça a sexta, 10h às 20h.
Sábados, domingos e feriados, 10h às 19h.

CALIGRAFIA ÁRABE - A ARTE DA ESCRITA

Mostra que apresenta a caligrafia árabe sob vários formatos e representações, como a pintura.
Onde: SESC Vila Mariana
Quando: 18/03 a 23/05. Terça a sexta, das 7h às 21h30; sábados e domingos, das 9h às 18h30.

Curso de Alaúde começa em março

Terá início no dia 06/03/10, sábado, o curso de alaúde com Sami Bordokan.
As aulas serão ministradas no espaço Pandora .

Serviço: Curso de Alaúde

Local: Espaço Pandora (em frente ao metro ana rosa)

Horário: das 15h às 16h00
Investimento: R$ 150,00 reais mensais, no plano quadrimestral
Informações: (11) 7403-0757 sami@samibordokan.com.br

Dica de leitura

Memórias e Identidades num vai-e-vem de migrações

Memórias e identidades num vai-e-vem de Migrações transcende a forma convencional de captar e interpretar histórias. Possibilita uma visão crítica das diversas “realidades” que temos no nosso Brasil, de pessoas que deixaram seu espaço de origem, sua cultura local e precisaram se aventurar em lugares desconhecidos, na busca da melhoria de vida de suas famílias. Rubens de Morais Silva nos leva a mergulhar nas narrativas da família do Manelim. Sua análise transcende a barreira do espaço geográfico e mostra, ao tecer uma teia que entrelaça sofrimentos, esperanças, alegrias, incertezas, trabalhos, tradições e lembranças, que a ressignifi cação dessas memórias recria identidades antes esquecidas ou adormecidas e dão novo sentido à vida. A obra faz referência a autores clássicos da História Cultural e da Antropologia, além de trazer à tona aspectos históricos de Bonfinópolis de Minas e da construção de Brasília, vistos sob o ponto de vista desses migrantes. É um livro envolvente, que nos faz contemplar histórias, cultivar memórias, interpretar experiências e discutir dilemas junto com o autor. As narrativas demonstram o quanto os saberes construídos e acumulados nessas experiências e trajetórias de vida se tornam pontos de referência para compreendermos nossa sociedade e revermos nossa identidade.


ELIZABETH AIKO ODA (Mestre em Sociologia pela UnB e docente na UCB – Brasília)


Rubens de Morais Silva


Editora: Annablume


Formato: 14x21 cm, 220 páginas


ISBN: 978-85-391-0017-0

ETNIA & RELIGIOSIDADE

Quando a imprensa perpetua estereótipos
Rodrigues em 2/2/2010Por Rosiane


Jornalistas são pessoas. Por mais distanciamento e olhar crítico, os "operadores da imprensa" são produtos da sociedade em que vivem. Parece óbvio, mas observar em que contexto social nasceram e cresceram editores e repórteres é o primeiro passo para entender por que a maioria esmagadora dos veículos de comunicação presta um desserviço à liberdade religiosa no Brasil. E por que, mesmo diante de afirmações perturbadoras, somos tentados – e levados! – a jogar a opinião pública a perpetuar preconceitos e promover a discriminação.
Há pouco mais de um mês, o país se chocou com os casos das agulhas. Duas crianças – uma na Bahia e outra no Maranhão – teriam sido alvo de rituais macabros, conduzidos por sacerdotes de matriz africana. Dezenas de agulhas foram introduzidas nos corpos das vítimas. Um outro caso, em São Paulo, há cerca de duas semanas, dava conta de uma mulher que assassinou a empregada porque queria lhe tomar a filha recém-nascida. O corpo da jovem foi encontrado com uma vela na boca e sinais de violência. O fato foi atribuído a um ritual de magia negra, orientado por um pai de santo (?) que chegou a prestar depoimento na delegacia.
O interessante dos três casos é que nenhum sacerdote – seja da umbanda, do candomblé, do catimbó, do omolokô, Xangô de Minas – tenha sido ouvido ou consultado. Salvo o jornal Meia Hora (RJ), que após publicar na capa a manchete "Patroa mata empregada em ritual de magia negra", sobre o assassinato ocorrido em São Paulo, ouviu um sacerdote de matriz africana que definiu o caso como um crime bárbaro que absolutamente não tinha ligação com qualquer prática da umbanda e do candomblé. A entrevista com o religioso saiu na edição seguinte, sem o mesmo destaque.
Ancestralidade e lógica familiar
Mas, por que ouvir uma fonte que parece nada ter a ver com a notícia? Primeiro para ter certeza de que os acusados são realmente sacerdotes ou adeptos de algum segmento da religiosidade afrobrasileira. Segundo para saber o que pensam "pais e mães de santo" a respeito dos episódios. É uma lógica simples: ou todos os jornalistas são profundos conhecedores da religiosidade afrobrasileira e por isso autorizados a afirmar a veracidade e origem do sacerdote e suas práticas ou estão faltando mães de santo no país. Não creio em nenhuma das duas hipóteses.E este é o "xis" da questão. Quem, se não os próprios sacerdotes e adeptos das religiões de matriz africana, pode ratificar a origem de um sacerdote? Quem, se não os próprios ciganos, pode afirmar a ascendência de alguém que lê cartas? Não basta um cocar na cabeça para ser índio. Assim como roupas brancas e "farofas em alguidares" não bastam para titular quem quer que seja como "pai ou mãe de santo". A estruturação organizativa das comunidades que prescindem de ancestralidade possui uma lógica diferente. Seus praticantes precisam necessariamente pertencer a uma comunidade ou família. Na natureza não há geração espontânea. Para ser pai é necessário ter sido filho. E todo sacerdote ancestral (ialorixá, ogan, babalorixá, pajé, baba de umbanda) tem responsabilidade para com seus iniciados.
Digamos que as notícias fossem um pouco diferentes. Os acusados dos crimes se declarassem como padres da Igreja Ortodoxa ou freiras da Ordem do Sagrado Coração de Maria. O que fariam meus colegas? A resposta seria simples, se não fosse cruel. Ligariam imediatamente para o bispo da igreja ou para a madre do convento e checariam se os acusados são membros daquelas instituições. Até porque, chocados, pensariam que este não é um comportamento digno de um verdadeiro religioso. E – claro! – descreveriam detalhadamente todas as sanções que o sacerdote – se realmente o fosse! – sofreria, além de registrar a indignação de toda comunidade. O fato é que igrejas e outras ordens religiosas são organizadas por uma hierarquia vertical, fáceis de ser acessadas. Algo muito diferente do que acontece com as religiões e etnias que pautam suas tradições pela ancestralidade e lógica familiar.
"UCristo louro m de olhos azuis"
Há pouquíssimo tempo, se esconder e clamar por justiça divina eram as únicas opções dos seguidores das religiões de matriz africana. Com intuito de garantir suas estratégias de sobrevivência, religiosos e grupos étnicos se inviabilizaram – por séculos! – do ponto de vista da mobilização social e representação institucional. E, a verdade é que, poucos se sentem seguros o suficiente para lidar com jornalistas em situações tensas. A grande maioria se amua em seu cantinho e se sente incapaz de instigar as redações a terem um novo olhar sobre esses conflitos. Mas, mesmo a dificuldade de consultar fontes confiáveis não pode servir de argumento para que uma informação não seja honestamente apurada.
Mais que elucubrar possibilidades, percebam que é impensável para qualquer um que uma freira assassine uma mulher para lhe tomar seu bebê ou que um padre oriente um fiel a introduzir agulhas no próprio filho. Mas, por que tendemos a acreditar que aberrações como essas são possíveis de acontecer com seguidores da umbanda e candomblé? Por que não duvidamos que sacerdotes afrobrasileiros se utilizam de seres humanos em rituais macabros? De que tipo de gente estamos falando? É de gente que faz o mal, que tem pacto com demônios e que por isso se tornam assassinos frios e bestiais? Ou de pessoas religiosas, pais e mães de famílias, cidadãos comuns em busca de sua religação com o Criador, com liturgias e especificidades próprias?
Levamos para as redações uma gama inimaginável de (pré)conceitos que nem nós mesmos sabemos. Somos todos nascidos, criados e formados numa sociedade que ao colocar em prática suas idéias de dominação, perseguiu a religiosidade dos descendentes de escravos por 500 anos e que se pensa religiosa e filosoficamente a partir de conceitos europeizados do Cristo "loiro de olhos azuis" e do primitivismo das sociedades ancestrais. A partir desta reflexão superficial, não é difícil entender o porquê de não nos preocuparmos em apurar sumariamente os dados que chegam às redações.
O princípio do contraditório
Nem sequer nos perguntamos: será que existe uma religião ou grupo étnico que sobreviva por meio de assassinatos e bestialidades? O que pensam os adeptos e sacerdotes desses segmentos quando alguém, se intitulando religioso ou membro da comunidade, assassina, rouba ou estupra num suposto ritual? Isso é prática religiosa? Ciganos roubam, mesmo, crianças? Muçulmanos são treinados para explodir bombas? Umbandistas enfiam agulhas em bebezinhos?
Assim também fica fácil entender a lógica utilizada por segmentos fundamentalistas que – possuidores de centenas de canais de rádios e TVs – alicerçaram suas doutrinas e liturgias calcadas na demonização do conteúdo simbólico das comunidades ancestrais. As igrejas neopentecostais apenas reforçam os conceitos aos quais fomos subjetiva e culturalmente doutrinados a aceitar. Desde os tempos da Coroa ouvimos que os rituais ciganos, africanos e indígenas são primitivos, praticados por seres sem almas – e, por que não? – acometidos de doenças mentais e pouco inteligentes. É por isso que o trabalho de "evangelização" da intolerância (desenvolvido por bispos, pastores e apóstolos) nos púlpitos eletrônicos é tão eficaz.
A sociedade brasileira conhece muito pouco de suas origens e ignora conceitos elementares de segmentos que foram (e são) primordiais para a sua construção. Religiosos e comunidades étnicas acreditam que fazer valer o princípio do contraditório em notícias de crimes envolvendo supostas práticas ritualísticas é, ao mesmo tempo, diminuir o nosso próprio desconhecimento relativo aos grupos minoritários e informar genuinamente – sem correr o risco de sedimentar e perpetuar preconceitos.

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Luís Carlos
Fonte: Observatório da Imprensa
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=575FDS007

Prêmio São Paulo de Literatura abre inscrições

Estão abertas até 25 de março as inscrições para o Prêmio São Paulo de Literatura 2010.
Será premiado um autor em cada categoria: Prêmio São Paulo de Melhor Livro do Ano de 2009 e Prêmio São Paulo de Melhor Livro – Autor Estreante do Ano de 2009. Cada um receberá R$ 200 mil
Podem concorrer livros de ficção no gênero romance lançados no ano de 2009, escritos em português e publicados em primeira edição no Brasil. Serão considerados livros de autoria única ou escritos em co-autoria, desde que não façam parte de compilações ou compêndios.
Na categoria Melhor Livro – Autor Estreante, não poderá concorrer o autor que já tenha publicado outro livro no gênero romance/ficção. Também não serão aceitos livros cujo conteúdo (parcial ou completo) tenha sido publicado, nas formas impressa e/ou virtual, antes de 1º de janeiro de 2009 e depois de 31 de dezembro de 2009.
Os finalistas serão anunciados durante o 3º Festival da Mantiqueira, que será realizado entre os dias 28 e 30 de maio em São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos (SP). E os vencedores do Prêmio São Paulo de Literatura serão conhecidos no dia 2 de agosto, durante cerimônia no Museu da Língua Portuguesa.
No ano passado, o prêmio recebeu 217 inscrições e os vencedores foram Galiléia, de Ronaldo Correia de Brito, como melhor livro do ano, e A parede no escuro, de Altair Martins, como melhor obra de autor estreante.
A entrega dos documentos deverá ser efetuada pelo Correio ou no Núcleo de Protocolo e Expedição da Secretaria de Estado da Cultura, localizada na rua Mauá nº 51, Bairro Luz, em São Paulo.

Inscrição e informações: www.cultura.sp.gov.br

Uma Visão Comparada das Atuais Relações Raciais nos EUA e Brasil

O Museu Afro Brasil em parceria com o Consulado Geral dos Estados Unidos promove no próximo dia 24 de fevereiro, das 14 às 17 horas, o Fórum Uma Visão Comparada das Atuais Relações Raciais nos EUA e Brasil. O evento destaca as comemorações do Black History Month (Mês da História do Negro Americano), que todo mês de fevereiro mobiliza a comunidade afro-americana. O evento reunirá especialistas convidados dos dois países para compartilhar experiências e discutir sobre o tema. O Cônsul Geral, Thomas White e o Diretor-Curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo falarão na abertura do evento.


O painel de discussão contará com as participações de seis convidados: Dr. David Brooks, Cônsul Político – Professor de História; Dr. Calvin Watlington, Cônsul Administrativo - Advogado; Deneyse A Kirkpatrick, Vice-Cônsul- Mestre em Administração de Negocios da Universidade de Howard e Mestre em Administração da Universidade de Georgetown; Prof. Luiz Carlos dos Santos, Sociólogo e Pesquisador de Relações Raciais no Brasil; e Jackline Romio, pesquisadora USP/UFBA. A mediação será da Dra. Ligia Ferreira, presidente do Conselho do Museu Afro Brasil.
No encerramento do evento os participantes farão uma visita orientada à Exposição “Eu Tenho um Sonho: De King a Obama - A Saga Negra do Norte”, aberta em novembro de 2009.
O evento é dirigido aos funcionários do Consulado Geral dos Estados Unidos, estudantes da USP e de outras instituições e interessados nas questões raciais no Brasil.

Mês da História do Negro Americano - Todo mês de fevereiro é dedicado à História do Negro Americano. Nos EUA são rendidas homenagens às lutas e triunfos de milhões de cidadãos americanos diante dos mais difíceis obstáculos, como a escravidão, o preconceito, a pobreza, bem como às suas contribuições à vida cultural e política da nação.
O Mês da História do Negro Americano foi uma inspiração de Carter G. Woodson, acadêmico e historiador notável, que instituiu a Semana da História do Negro em 1926. Ele escolheu a segunda semana de fevereiro por coincidir com o aniversário do presidente Abraham Lincoln e do abolicionista Frederick Douglass.
De acordo com o censo, há mais de 41 milhões de habitantes negros nos Estados Unidos, incluindo os de mais de uma raça. Eles formam 13.5 por cento da população total norte-americana.
SERVIÇO


Evento: Fórum “Uma Visão Comparada das Atuais Relações Raciais nos EUA e Brasil”
Data: 24 de fevereiro, das 14 às 17 horas
Local: Museu Afro Brasil - Auditório Ruth de Souza
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Parque Ibirapuera
Inscrição: Gratuíta
Informações: (11) 5579-0593 - 5579-0593


Texto e foto: divulgação

Encontro de literatura e erotismo começa dia 20

No mês em que se comemora o carnaval, o Sesc Pinheiros traz o segundo Encontro de Literatura e Erotismo. A programação é composta por debates, leituras e oficinas e acontece no período de 20 a 27 de fevereiro, no Sesc Pinheiros, com entrada Catraca Livre.


proposta é levantar algumas reflexões sobre o corpo, suas transformações, exageros e sutilezas. O projeto Entrelinhas do Corpo quer estimular a imaginação, aguçar o senso crítico e, claro, a ousadia dos leitores. Alice Ruiz, Márcia Tiburi, Ivana Arruda Leite, Marcelino Freire, Xico Sá, Cláudio Willer e Luiz Roberto Guedes são os convidados desta edição. Para saber mais sobre os participantes.


confira a programação: http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/busca.cfm?conjunto_id=5731


Imagem: O beijo de Gustav Klim

Biblioteca São Paulo é inaugurada

O Parque da Juventude, localizado na Zona Norte da capital paulista, ganhou novo espaço cultural. A área com 4.257 m² abriga a mais nova biblioteca pública da cidade, batizada de Biblioteca de São Paulo.

A inauguração foi feita no dia 8, pelo governador José Serra e pelo secretário de Cultura, João Sayad. Foram investidos R$ 12,5 milhões, sendo R$ 10 milhões do Governo do Estado de São Paulo e R$ 2,5 do Ministério da Cultura, por meio do Programa Mais Cultura.

No local funcionará também um centro de formação permanente para atualização e qualificação de profissionais da região. O novo espaço tem cinco áreas de atividades, divididas por faixas etárias.

A biblioteca conta com cerca de 30 mil livros, periódicos, CDs, DVDs e computadores com acesso à internet e recursos multimídia. Além disso, há auditório e área para exposições temporárias e permanentes, envolvendo atividades de incentivo à leitura. Pessoas com deficiência têm acesso integral aos espaços.

Nas áreas infantis, destinadas a crianças de até 3 anos e outra para as de 4 a 11, há poltronas, pufes coloridos e mesas de leitura, nas quais pais ou responsáveis podem acompanhar as brincadeiras que envolvem a leitura.

Para os jovens de 12 a 17 anos, foram instalados 30 computadores com acesso à internet, enquanto mesas, poltronas e pufes ocupam local próprio para leituras individuais ou em grupo.

A partir de agora, a Biblioteca de São Paulo passa a ser a sede do Sistema Estadual de Bibliotecas, criado em 1984 pelo Decreto n° 22.766, cujos objetivos são incentivar a integração das 941 bibliotecas públicas do Estado de São Paulo, propiciar a expansão de atividades culturais, facilitar o acesso às informações e fomentar condições de atendimento adequado aos leitores.

A Biblioteca São Paulo funcionará de terça a sexta-feira das 9h às 21h e, aos sábados, domingos e feriados, das 9h às 19h. A biblioteca está localizada na avenida Cruzeiro do Sul, 2.630, com acesso pelo Metrô Carandiru.

Informações: (11) 2089-0800 /2089-0800

Coro Luther King no foyer do Auditório Ibirapuera

Em 2010, quando completa 40 anos, a Rede Cultural Luther King vai fazera série de concertos - CANTADOR, SÓ SEI CANTAR.Será no foyer do Auditório Ibirapuera, um sábado por mês, às 18 horas, gratuito.

A abertura dessa série será no dia 20 de fevereiro.Vá ao Ibirapuera, passeie um pouco e ouça um pouco de Janequin, Monteverdi,Osvaldo Lacerda, tradicional peruano, spirituals, ...

E no dia 22, venha cantar com a gente. Venha participar do oficina do som, coro de ingresso na Rede Cultural Luther King.Toda segunda-feira, das 19h30 às 21h, Rua Pelotas, 475.

Pré-requisito: gostar de música e querer cantar.

Literatura indígena e o tênue fio entre escrita e oralidade


Por Daniel Munduruku


A escrita é uma conquista recente para a maioria dos 230 povos indígenas que habitam nosso país desde tempos imemoriais. Detentores que são de um conhecimento ancestral aprendido pelos sons das palavras dos avôs e avós antigos estes povos sempre priorizaram a fala, a palavra, a oralidade como instrumento de transmissão da tradição obrigando as novas gerações a exercitarem a memória, guardiã das histórias vividas e criadas.


A memória é, pois, ao mesmo tempo passado e presente que se encontram para atualizar os repertórios e encontrar novos sentidos que se perpetuarão em novos rituais que abrigarão elementos novos num circular movimento repetido à exaustão ao longo de sua história.


Assim estes povos traziam consigo a memória ancestral. Essa harmônica tranqüilidade foi, no entanto, alcançada pelo braço forte dos invasores: caçadores de riquezas e de almas. Passaram por cima da memória e foram escrevendo no corpo dos vencidos uma história de dor e sofrimento. Muitos dos atingidos pela gana destruidora tiveram que ocultar-se sob outras identidades para serem confundidos com os dasvalidos da sorte e assim poderem sobreviver. Estes se tornaram sem-terras, sem-teto, sem-história, sem-humanidade. Estes tiveram que aceitar a dura realidade dos sem-memória, gente das cidades que precisa guardar nos livros seu medo do esquecimento.


Por outro lado – e graças ao sacrifício dos primeiros – outro grupo pode manter sua memória tradicional e continuar sua vida com mais segurança e garantia. Estes povos foram contatados um pouco mais tarde quando os invasores chegaram à Amazônia e tentaram conquista-la como já haviam feito em outras regiões. Tiveram menos sorte, mas também ali fizeram relativo estrago nas culturas locais e as tornaram dependentes dos vícios trazidos de outras terras. Foram enfraquecidos pela bebida, entorpecidos pela divindade cristã e envergonhados em sua dignidade e humanidade.Estes povos – uns e outros – estão vivos. Suas memórias ancestrais ainda estão fortes, mas ainda têm de enfrentar uma realidade mais dura que de seus antepassados. Uma realidade que precisa ser entendida e enfrentada. Isso não se faz mais com um enfrentamento bélico, mas através do domínio da tecnologia que a cidade possui. Ela é tão fundamental para a sobrevivência física quanto para a manutenção da memória ancestral.


Claro está que se estes povos fizeram apenas a “tradução” da sociedade ocidental para seu repertório mítico, correrão o risco de ceder “ao canto da sereia” e abandonar a vida que tão gloriosamente lutaram para manter. É preciso interpretar. É preciso conhecer. É preciso se tornar conhecido. É preciso escrever – mesmo com tintas do sangue – a história que foi tantas vezes negada


A escrita é uma técnica. É preciso dominar esta técnica com perfeição para poder utiliza-la a favor da gente indígena. Técnica não é negação do que se é. Ao contrário, é afirmação de competência. É demonstração de capacidade de transformar a memória em identidade, pois ela reafirma o Ser na medida em que precisa adentrar no universo mítico para dar-se a conhecer ao outro


O papel da literatura indígena é, portanto, ser portadora da boa noticia do (re)encontro. Ela não destrói a memória na medida em que a reforça e acrescenta ao repertorio tradicional outros acontecimentos e fatos que atualizam o pensar ancestral.


Há um fio muito tênue entre oralidade e escrita, disso não se duvida. Alguns querem transformar este fio numa ruptura. Prefiro pensar numa complementação. Não se pode achar que a memória não se atualiza. É preciso notar que ela – a memória – está buscando dominar novas tecnologias para se manter viva. A escrita é uma dessas técnicas, mas há também o vídeo, o museu, os festivais, as apresentações culturais, a internet com suas variantes, o rádio e a TV. Ninguém duvida que cada uma delas é importante, mas poucos são capazes de perceber que é também uma forma contemporânea de a cultura ancestral se mostrar viva e fundamental para os dias atuais.


Pensar a Literatura Indígena é pensar no movimento que a memória faz para apreender as possibilidades de mover-se num tempo que a nega e que nega os povos que a afirmam. A escrita indígena é a afirmação da oralidade. Por isso atrevo-me a dizer como a poeta indígena Potiguara Graça Graúna


Ao escrever,

dou conta da minha ancestralidade;

do caminho de volta,

do meu lugar no mundo.


Diversidade e riqueza cultura

O Brasil é detentor de uma riqueza cultural muito expressiva quando falamos das populações indígenas. São reconhecidos atualmente 230 povos diferentes habitando todos os estados brasileiros com exceção do Piauí. São faladas 180 línguas e dialetos divididos em troncos, famílias e línguas isoladas.Segundo o IBGE existem cerca de 750 mil indígenas por todo o Brasil e a situação de cada povo é peculiar com relação ao tempo de contato, situação fundiária, atendimento às necessidades básicas.


A Funai acredita que ainda haja entre 30 e 50 grupos indígenas considerados isolados do contato com a sociedade brasileira.


As principais dificuldades que enfrentam estão ligadas à terra, mas hoje há uma crescente demanda por cursos superiores e projetos de economia autosustentável.


A literatura indígena é um fenômeno relativamente recente, mas já é possível identificar vários autores com projeção nacional e internacional. Alguns livros já fazem parte de acervos de bibliotecas internacionais.


Alguns autores com destaque nacional e internacional:Daniel Munduruku, Yaguarê Yamã, Olívio Jekupé, Kaká Werá Jekupé, Kanátyo Paraxó, Ailton Krenak.


informações:







Contadores de História do Patrimônio Paulistano

Colmeia oferece vagas gratuitas para o curso Contadores de História do Patrimônio Paulistano

Em convênio com a Secretária de Estado da Cultura, a instituição oferece oportunidade para jovens entre 16 e 24 anos.

A Colmeia – Instituição a Serviço da Juventude está com 35 vagas abertas para o curso Contadores de História do Patrimônio Paulistano. Com carga horária de 288 horas, o curso será realizado as segundas, quartas e sextas-feiras das 08h00 às 12h00 na sede da entidade que está localizada no Jardim Europa, em São Paulo.

Durante as aulas teóricas, que terão início em março, os alunos irão realizar pesquisas sobre o patrimônio cultural, história, português e oratória. Nos meses de encerramento, agosto e setembro, os jovens irão participar de aulas práticas que envolvem disciplinas como artes cênicas, música e canto. No final do período, os alunos farão apresentações em espaços públicos contando a história da cidade, uma oportunidade para que possam colocar em prática todo ensinamento ministrado no curso. Segundo Elisia André, Assistente de Projeto da Instituição, todos os jovens passarão por um processo seletivo antes de iniciar as atividades.

“Temos que fazer uma pré-seleção para darmos oportunidade aos jovens que realmente tem vontade de participar. Desejamos que eles aproveitem muito bem cada dia, cada disciplina e que possam descobrir seus interesses profissionais”, explica.
Os interessados em participar do curso devem estar cursando o ensino médio ou terem concluído em rede pública, ter entre 16 e 24 anos e serem moradores do município de São Paulo. Para se inscrever o jovem deve comparecer a sede da Colmeia com original e cópia dos seguintes documentos: RG, CPF, declaração da escola de conclusão ou que está cursando o Ensino Médio e caneta para o preenchimento do cadastro.

Curso:Contadores de História do Patrimônio Paulistano
Inscrições: de 01 até 26 de fevereiro
Início: março - Término: setembro
Turmas de 2ª, 4ª e 6ª feira das 08h00 as 12h00

Inscrições:
Colméia – Instituição a Serviço da Juventude
Rua: Marina Cintra, 97 (altura do 4.800 da Av. 9 de julho)
Fone/fax: 11 3881-1545 11 3881-1545 / 3881-1536
E-mail: colmeia@colmeia.org.br ou www.colmeia.org.br
Investimento: gratuito
Não será oferecido vale transporte

Projeto Literatura nas Ruas

Palestra: Projeto Literatura nas Ruas

O Rap é Literatura?

Participantes: - Elly - poeta e vocalista do grupo DMN - Paulo Brown - escritor, publicitário e apresentador do programa de rádio Balanço Rap na 105FM - Raquel Almeida - escritora e fundadora do sarau Elo da Corrente em Pirituba - Eduardo Godoy - mediador da palestra, produtor e técnico de áudio

Quando: 22/2, SEGUNDA, das 19h30 às 21h30
Onde: Livraria da Vila - Rua Fradique Coutinho, 915 - Pinheiros
Telefone: (11) 3814-5811

A ética e o futuro da humanidade


Museu Afro Brasil oferece programação volta às aulas

Aos finais de semana o Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil oferece uma série de atividades voltadas para professores, estudantes e público em geral

Sábado dos Pequenos Griots
Neste projeto, crianças com idade entre cinco e doze anos recebem atendimento diferenciado que conta com uma visita ao acervo do Museu, contação de histórias e mitos afro-brasileiros ou africanos, além da vivência criativa em artes plásticas. A palavra “griot” vem da língua francesa e esta designação é comumente utilizada na região do Mali. Entretanto, a importante e fascinante figura do contador de histórias pode ser encontrada em muitos outros lugares do continente africano desempenhando os papéis de músicos, cantores, oradores públicos, historiadores orais, fazendo rezas que previnem as pessoas, profetizando fatos, contando anedotas, crônicas e conectando a história mais antiga do passado ao presente.O repertório de conhecimento e poder verbal de um griot é inconcebivelmente vasto, impressionando fortemente os mais profundos conhecedores ocidentais do que possa ser uma memória histórica, mesmo se comparássemos seus conhecimentos ao que se pode perpetuar em livros.
Quem pode participar? Os visitantes em geral e instituições (com agendamento prévio), com idade entre cinco e doze anos.
Quantas pessoas podem participar? Podem participar no mínimo cinco e no máximo vinte crianças.
Quando acontece? A partir de 06 de fevereiro de 2010, todos os sábados, das 14h às 16h.
Como se inscrever? Através do email agendamento@museuafrobrasil.com.br , do telefone 11 5579 0593 11 5579 0593 ramal 121 (setor de agendamento) ou pessoalmente com até 10 minutos de antecedência do início da atividade (sujeito à disponibilidade de vagas).
Datas de realização: 06, 13, 20 e 27 de fevereiro; 06, 13, 20 e 27 de março.
Ensinando com o Museu Afro Brasil - atendimento aos professores
Agora os professores do Ensino Fundamental (I e II), terão um espaço para discussões quinzenais sobre o currículo escolar que compreende a antiga Lei 10.639/03, suas relações possíveis com os núcleos do acervo do Museu e as possibilidades de dinâmicas e estratégias de aprofundamento de conteúdos em sala de aula.
Quem pode participar? Professores das redes estadual, municipal e privada, de Ensino Fundamental I e II (apresentar comprovante de vínculo no dia como carteira do professor, comprovante de recebimento de salário etc.).
Quantas pessoas podem participar? Podem participar no mínimo cinco e no máximo vinte professores.
Quando acontece? A partir de 06 de fevereiro de 2010, aos sábados, quinzenalmente, das 10h às 13h.
Como se inscrever? Através do email agendamento@museuafrobrasil.com.br e do telefone 11 5579 0593 11 5579 0593 ramal 121 (setor de agendamento).
Datas de realização: 06 e 20 de fevereiro; 06 e 20 de março; 10 e 24 de abril de 2010.
Vivências Artísticas no Museu Afro Brasil
Todos os domingos oferecemos visitas com oficinas que abordam conceitos estéticos ou históricos de obras de arte que se encontram no acervo do Museu. Após a visita, os participantes participam de uma vivência artística criativa.
Quem pode participar? Interessados no geral a partir de doze anos.
Quantas pessoas podem participar? Podem participar no mínimo cinco e no máximo vinte pessoas.
Quando acontece? A partir de 07 de fevereiro, aos domingos, das 14h às 16h.
Como se inscrever? email agendamento@museuafrobrasil.com.br, do telefone 11 5579 0593 11 5579 0593 ramal 121 (setor de agendamento) ou pessoalmente com até 10 minutos de antecedência do início da atividade (sujeito à disponibilidade de vagas).
Datas de realização: 10, 17, 24 e 31 de janeiro; 07, 21 e 28 de fevereiro e 07, 14, 21 e 28 de março de 2010.
Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n, Porão 10, Parque Ibirapuera, São Paulo, SP, 11 5579 0593 11 5579 0593.

Ilú Obá De Min



No próximo final de semana, o projeto da associação Ilú Obá De Min - Educação, Cultura e Arte Negra e Ponto de Cultura Ilú Ònà - Caminhos do Tambor, finda o seu período de oficinas de rua de percussão para mulheres e de dança para ambos os sexos para o carnaval 2010 (sábado a partir das 15h30 embaixo do Viaduto do Chá e domingo a partir das 14h na Praça do Patriarca).
Foram 5 meses de atividades que ocorreram aos sábados e domingos e que retornarão em outubro 2010.


Até a volta, seguimos com outras atividades culturais, acompanhe a nossa agenda no site.
Agradecemos a todos que acompanharam as oficinas, que fizeram parte do projeto em 2009/2010, ao MINC, Cultura Viva, + Cultura, Secretaria de Estado da Cultura, Subprefeitura da Sé, CET e Polícia Militar.

Aguardamos vocês nos últimos dias de oficina (06 e 07/02/2010) e no grande cortejo (12/02/2010) .

Após a saída do bloco, haverá a tradicional Festa da Saída, que será realizada no Teatro Coletivo - Rua da Consolação, 1623 ? Consolação. Os ingressos estarão a venda no local.
E no domingo 14/02/2010, realizaremos a nossa primeira matinê no bairro da Barra Funda, onde estamos sediados.
O cortejo sairá da Rua Guaianazes esquina com a Rua Eduardo Prado e terminará na sede da Cia São Jorge de Variedades, localizada na Rua Lopes de Oliveira.
Esta ação promoverá o primeiro encontro do Ponto de Cultura com a comunidade da Barra Funda.
Acompanhe as nossas atividades através do site http://www.iluobademin.com.br/home1.htm