“JARDIM BELELÉU”


Encruzilhada Filmes, Ari Cândido Fernandes, Caio Vecchio e Toni Domingues apresentam premiére do curta metragem: JARDIM BELELÉU


Filmado na Cidade Tiradentes em 2009, com apoio e participação da comunidade, especialmente da Escola de Samba Príncipe Negro. Prêmio estímulo de curta metragem da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo tem no elenco José Wilker, Flavio Bauraqui, Thalma de Freitas, Laércio de Freitas, Adyel Silva, Misty, Nábia Vilela. Este filme é uma homenagem ao músico e compositor Itamar Assunpção. Através da intitulação do personagem interpretado por Bauraqui – com o nome de Itamar.


SINOPSE

ITAMAR, trabalhador da indústria metalúrgica, sua todo dia para sustentar ROSELI, sua esposa, e suas duas filhas. Um dia, voltando do trabalho após receber seu salário, é assaltado no ônibus, perdendo todo o seu dinheiro. No dia seguinte, após ser humilhado pelo sogro por pedir-lhe dinheiro emprestado, resolve vender um revólver que conservava para sua proteção. No trajeto, avista CORISCO SPUTNIK, o assaltante que havia lhe levado o salário que sustentaria a família. Furioso, resolve matar o assaltante, segue-o sem ser percebido até sua casa, quando se depara com uma cena chocante: as filhas do assaltante, duas meninas da idade da sua filha, saindo de casa para abraçar o pai. É quando Itamar terá sua chance de redenção.

Serviço:
Premiére do curta metragem Jardim Beleléu, lançamento do DVD 4 BLACK'S Films (For All Colours People) pela Original Vídeo especializada em cinema brasileiro e exibição dos 4 filmes
Cine Olido – Av. São João, 473 – Tel. 3397 0171 / 0158 – Centro – SP
Dia 30 de novembro de 2009, 19h30
Entrada Franca – Convites com uma hora de antecedência – Sujeito a Lotação – Acesso Universal
Divulgação: O Autor na Praça / Edson Lima – 3739 0208

Após a exibição será oferecido um coquetel aos convidados


JARDIM BEBELÉU é uma adaptação livre e autorizada, do pequeno conto - “Não Era Uma Vez“ – do escritor de vários livros consagrados – Cuti (pseudônimo de Luis Silva) – que nunca teve quaisquer de seus escritos adaptados ao cinema. A escolha desse conto entre as obras de Cuti foi pela atualidade de seu enredo. Ele o impregna, com mescla sincopadas de falas, sussurros, suores, tensões e situações inusitadas dos seus personagens, na atmosfera de uma cidade grande. Daí envolve-nos em identificações e sentimentos que muitos de nós vivemos ou ainda passaremos por tal. Até aqui normal, tudo bem... Mas, CUTI, através desse conto, nos induz a “vivenciar na pele“ os conflitos de seus personagens: o EU individual dos personagens, com que muitos de NÓS nos identificamos. E sem perceber, avançamos juntos, para a dilatação desse EU para um NÓS. Porque sutilmente, o enredo e esse roteiro nos colocam diante de vivências, palpitações, etc... E outros fragmentos reflexivos da vida e porque não dizer também diante da morte, “a morte hipotética do próprio assaltante“ – do operário ITAMAR, uma de suas vítimas de assalto, em um ônibus da periferia paulistana. Esse impacto instala-se revelador e instantâneo, não só para o assaltado, mas também para o assaltante, levando-nos à uma ou várias reflexões, que também serão compartilhadas, com todos os possíveis espectadores, sem nenhuma distinção. Assim, com certeza, a catarse será uma reflexão incessante e convite à um debate íntimo, sobre nossas possíveis atitudes e ações, que podemos tomar na vida (ou diante do filme), seja hoje ou no futuro.


Sobre o diretor ARI CÂNDIDO FERNANDES (Londrina, 1951) cursou cinema na Universidade de Brasília, tendo como professores Vladimir Carvalho, Geraldo dos Santos e Fernando Duarte. Em 1971, ameaçado pelo artigo 477 da Lei de Segurança Nacional, partiu para a Suécia. De Estocolmo foi para Paris, onde à partir de 1975, continuou sua formação em cinema na Nouvelle Sorbonne. Seu primeiro curta, MARTINHO DA VILA (Paris1977), capta a passagem do sambista carioca em Paris. Em 1978, foi para a África documentar o conflito entre eritreus e etíopes, um dos últimos capítulos da história de independência dos países africanos. Realiza POR QUÊ ERITRÉIA? , filmado em plena guerrilha, testemunho da luta pela independência do país. Ari Cândido também atuou como fotógrafo para diversas agências de notícias européias. No Brasil realizou mais três filmes: O RITO DE ISMAEL IVO (2003), retrato biográfico do bailarino negro; O MOLEQUE (2005), ficção baseada num conto do escritor Lima Barreto; e PACAEMBU TERRAS ALAGADAS (2006), documentário sobre o bairro paulistano. Reconhecido ativista da comunidade negra, Ari Cândido coordenou o Projeto Zumbi e foi um dos idealizadores do Dogma Feijoada – movimento cinematográfico disposto a questionar os estereótipos e o modelo perverso de representação do negro veiculados pelo cinema e pela TV.

Cajueiro: meu baobá

Por Elizandra Souza
Na cultura africana as árvores são sagradas, sobretudo, o baobá, que é considerada uma testemunha da história de vida de uma comunidade e também uma árvore mãe, no qual se aproveita todas as suas partes para a sobrevivência humana.


Meu baobá particular e também do meu povo nordestino é o cajueiro, de origem brasileira que se espalhou pela África e Ásia, no período colonial e atualmente provém dele a única fonte de sobrevivência de muitas famílias nordestinas. Esta árvore pode atingir até 40 metros de altura na região Amazônica, seu fruto é a castanha, e o pseudofruto é o caju, palavra de origem tupi Acaiu, que significa noz que se produz.


Era no tempo das férias escolares, na Fazenda Cauê, cidade de Nova Soure no interior da Bahia, que eu desfrutava do meu baobá individual, aproveitando suas safras, suas flores, frutos, sombras, sucos e o mais importante sua companhia.


Com uns sete a oito anos, já estava de mãos dadas com os galhos. Meu avô fez um balanço, com um pedaço de madeira e duas cordas de sisal, somente por não brotar era um dos mais solitários cajueiros da fazenda, e ficava localizado no lado esquerdo da casa de meus avôs. Ali tive meus momentos mágicos tão intensos que fui ao céu pela primeira vez.


Nessa idade também ajudava a minha vozinha, o trabalho era simples, apenas procurar entre as folhas secas castanhas e cajus, separando um do outro e colocando em um balde. O fruto era a nossa moeda de troca, no qual eu conseguia comprar roupas, brinquedos e o meu material escolar.


Eu escalava nos galhos, quando estava no topo observava Deus por entre as frestas das folhas. Ali sentada escondia-me das pessoas que passavam na estrada, sejam montadas a cavalo ou a pé. Meu sonho era ter uma casa na árvore, que nem a Punk – na levada da Breca. Como não consegui convencer a ninguém para fazer a minha casa na árvore, ficava só imaginando como seria possuir uma, para guardar meu diário, meus sonhos e meus repousos.


Já o suco era menos trabalhoso, ainda não tinha eletricidade na fazenda, portanto, sem liquidificar. Então numa peneira era pressionado o caju para que se desfragmentasse e virasse uma pasta cremosa, no qual acrescentava água e açúcar e estava pronta a bebida.


Uma outra forma de degustar do cajueiro é por meio das castanhas, que ao serem assadas, elas são deliciosas. Minha mãe é viciada em castanhas, ela não pensa em ninguém quando esta em transe pelo efeito provocado pelo sabor da mesma.


O cajueiro faz com que os meus olhos brilhem, sou apaixonada por esta árvore que tão bem me representa, se existir outras vidas, quero nascer um pé de caju, bem grande com galhos tortos que alcancem o céu e assim eu possa namorar as estrelas, e me deliciar com cajus e de castanhas.


Na verdade, acho que quero nascer menina sonhadora novamente e encontrarei um cajueiro que possa ser meu namorado, assim me balançarei nos seus galhos, descansarei nas suas sombras, me alimentarei de castanhas e beberei dos seus lábios os melhores doces e licores.


LANÇAMENTO DA REVISTA LITERATURA E SOCIEDADE E MESA-REDONDA HOMENAGEIAM ANTONIO CANDIDONO MARIA ANTONIA


No dia 1º de dezembro, às 17h, o Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH-USP, com o apoio do Centro Universitário Maria Antonia, lança dois novos números da revista Literatura e Sociedade, com organização de Maria Augusta Fonseca, ambos dedicados ao estudo da obra teórico-crítica de Antonio Candido. O evento inclui uma mesa-redonda com as participações de Antonio Arnoni Prado, Celso Lafer, Modesto Carone, Roberto Schwarz e Sandra Nitrini. A entrada é franca, com senhas distribuídas 30 minutos antes do início.

Os números 11 e 12 de Literatura e Sociedade reúnem ensaios, depoimentos, entrevistas, resenhas de obras publicadas e outros textos importantes fora de circulação, compondo um amplo debate, sob perspectivas críticas diversas, com a colaboração de intelectuais do Brasil e do exterior. Tendo como foco principal os campos da literatura e da crítica literária, os artigos contemplam ainda várias áreas das humanidades, como sociologia, historiografia, filosofia, antropologia e dramaturgia, mantendo como eixo uma das linhas de pesquisa do departamento – literatura e sociedade. Publicada desde 1996, a revista Literatura e Sociedade tem sua comissão editorial formada atualmente pelas professoras Cleusa Rios Pinheiro Passos, Betina Bischof e Ana Paula Pacheco.
Antônio Cândido é crítico literário e professor aposentado da FFLCH-USP. Criou, no início da década de 1960, o curso de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP, que originou a fundação do departamento de mesmo nome, em 1990. Sua extensa obra inclui livros como Formação da literatura brasileira, Introdução ao método crítico de Sílvio Romero, O observador literário, Tese e antítese, Parceiros do Rio Bonito, A educação pela noite e outros ensaios, O discurso e a cidade, Ficção e confissão, Um funcionário da monarquia e Na sala de aula.

SUMÁRIO: LITERATURA E SOCIEDADE nº 11
ENTREVISTAS SOBRE A OBRA DE ANTONIO CANDIDO
Beatriz Sarlo (Universidad de Buenos Aires), Candace Slater (Berkley University), John Gledson (University of Liverpool), Alfredo Bosi (USP), Iná Camargo Costa (USP), Davi Arrigucci Jr (USP), Silviano Santiago (UFRJ) e Roberto Schwarz (UNICAMP).

ENSAIOS
Passagem
Celso Lafer (USP) - Antonio Candido e a Faculdade de Direito
Lilia M. Schwarcz (USP) - Introdução ou sobre segundos escalões
Antonio Arnoni Prado (UNICAMP) - Sílvio Romero – a crítica e o método

Literatura e sociedade
Adriana Amante (Universidad de Buenos Aires) - Esquema argentino de Antonio Candido
Salete de Almeida Cara (USP) - A reflexão literária e política como acumulação
Benjamin Abdala Jr. (USP) - Desenhos do crítico, inclinações da crítica
Sérgio de Carvalho. (USP e Cia. do Latão) - A dialética de Ricardo II

Aspectos da formação
Luís Augusto Fischer (UFRGS) - Formação, hoje – uma hipótese analítica, alguns pontos cegos e seu vigor
Gonzalo Aguilar (Universidad de Buenos Aires) - Antonio Candido y David Viñas: la crítica y el cierre del pasado histórico
Ettore Finazzi-Agrò (Sapienza Roma) e Roberto Vecchi (Università di Bologna) - A formação e a história fraturada: uma dupla aproximação
Dinâmicas da obra
Telê Ancona Lopez (USP) - A literatura como direito
Maria Augusta Fonseca (USP) - Batuque: cultura e sociabilidade

Resenhas
Murilo Marcondes de Moura (USP) - Recortes
Sérgio Miceli (USP) - Retrato do crítico jovem

DEPOIMENTOS
José Aderaldo Castello (USP) - Parceria crítica: Presença da Literatura Brasileira
Carlos Vogt - Depoimento sobre a formação do Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP
Aldo de Lima (UFPE) - Crítica do esclarecimento.


SUMÁRIO: LITERATURA E SOCIEDADE nº 12

ENTREVISTAS COM ANTONIO CANDIDO
Pablo Rocca (Universidad Uruguai) - A experiência hispano-americana de Antonio Candido
Luís Augusto Fischer (UFRS) - Entrevista com Antonio Candido
Walnice N. Galvão (USP) - Reprodução de entrevista para D.O. Leitura: José Mindlin e Antonio Candido

ENSAIOS
Passagens
Heloísa Pontes (UNICAMP) - Ar de família: a turma de Clima
Luiz Carlos Jackson (USP) - O Brasil dos caipiras
Rodrigo Ramassote (UNICAMP) - Na sala de aula: Antonio Candido e a crítica literária acadêmica (1961 - 1970)
Literatura e sociedade
Edu Teruki Otsuka (USP) - Literatura e sociedade hoje
Paulo Arantes (USP) - O recado dos livros comentário palestra de AC no MST
Maria Sílvia Betti (USP) - Antonio Candido e ‘A culpa dos reis’
Milton Ohata (USP e CosacNaify) - Ascensão à brasileira
Raul Antelo (UFSC) - A hybris e o híbrido na crítica cultural brasileira

Variações: Tese e antítese. O discurso e a cidade.
Joaquim Alves de Aguiar (USP) - Dois em um
Modesto Carone (UNICAMP) - ‘O discurso e a cidade’: quatro esperas
Jerusa Pires Ferreira (PUC-SP): Antonio Candido em letra, voz e história
Ivone Daré Rabello (USP) - Trajetos dos discursos na órbita da vida contemporânea- perspectivas de leitura de ’O discurso e a cidade’

Dinâmicas da obra
Boris Schnaiderman (USP) - Uma novela da emigração?
Walnice Nogueira Galvão (USP) - Perfis
Marcos Antonio de Moraes (USP) - 124 erros de revisão!

DEPOIMENTOS
Antonio Dimas (USP) - Papel da aula
Ligia Chiappini e Marcel Vejmelka (FU-Berlin) - Antonio Candido na Alemanha

CRIAÇÃO
Vilma Arêas (UNICAMP) - Sister 1982
Lançamento da revista Literatura e Sociedade n. 11 e n. 12
e mesa-redonda sobre a obra de Antonio Candido
com Antonio Arnoni Prado, Celso Lafer, Modesto Carone,
Roberto Schwarz e Sandra Nitrini

1º de dezembro
terça-feira, às 17h
entrada franca (retirar senhas 30 minutos antes)

Local
Centro Universitário Maria Antonia
Rua Maria Antonia, 294 – Vila Buarque – São Paulo
3º andar — Salão Nobre

Informações
(11) 3255 7182 / 3255 7182 — ramal 35
http://www.usp.br/mariantonia

Sarau de Contação de Histórias para a Celebração de Fim de Ano

Um Sarau de contação de histórias para todos que frequentam a UMAPAZ para uma confraternização e uma celebração das festividades de fim de ano. O sarau será aberto, sem a necessidade de inscrição prévia, para todos os interessados em ouvir e narrar histórias. Elas estimulam o desenvolvimento da afetividade, o raciocínio, a imaginação e a criatividade, além de incentivar a leitura e aproximação com o universo literário.

Queremos:
- Destacar histórias sobre as celebrações de fim de ano de diversos povos e que apresentem valores humanos como a Cultura de Paz, não-violência, igualdade, simplicidade, verdade, tolerância e convivência pacífica.
- Resgatar e cultivar valores universais, através das narrativas e da interação humana no ambiente da contação de histórias. Estimular a percepção e a reflexão sobre as relações na comunidade da vida e incentivar a cultura de paz.

O encontro será conduzido pelas parceiras da UMAPAZ, Irene Tanabe e Mª Cecília Martin Ferri, que também farão a abertura e o encerramento do sarau.

Serviço: Sarau de Contação de Histórias para A Celebração de Fim de Ano
Data: 04 de dezembro de 2009
Horário: 18h às 20h30
Locais: UMAPAZ – Av. IV Centenário, 1268 – Portão 7-A – Parque Ibirapuera
Participantes: 60
Facilitadoras: Irene Tanabe e Maria Cecília Martin Ferri
Coordenação: Márcia Amélia Moura e Maricy Montenegro
INSCRIÇÕES: com 15 minutos de antecedência para quem quiser assistir.
Quem quiser se apresentar contando uma história, chegar com 30 minutos de antecedência para colocar o nome na lista.

Narração de histórias transporta crianças a terras africanas

A garotada se diverte e conhece um pouco da África com a apresentação do grupo Sansakroma sem Fronteira na sala de leitura da Biblioteca Sérgio Milliet, no Centro Cultural São Paulo, região central da capital paulista, neste domingo (22), às 14h30.


Os escritores, arte-educadores e narradores de histórias Julio e Débora D'Zambê, fundadores do grupo, levam os pequenos para uma viagem por terras africanas, com cantos e contos da tradição oral como "Nzuá e o Arco-Íris", a história de um menino africano de Angola que vê nas cores do arco-íris a paz no mundo.

A narração de história, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura, ocorre também no dia 29 e integra a programação em homenagem ao Dia da Consciência Negra, comemorado nesta sexta (20).


Informações sobre eventos gratuitos e populares podem ser consultadas no site: http://catracalivre.folha.uol.com.br/


Centro Cultural São Paulo - r. Vergueiro, 1.000, Liberdade, região central, São Paulo, SP.
Tel.: 0/xx/11/3397-4002.
Dom. (22): 14h30. Até 29/11.
Grátis. 60 lugares. Recomendado para crianças maiores de 5 anos.


Foto: Sônia Parma/Divulgação
Texto: Folha OnLine

'Os nove pentes d'África'' de Cidinha da Silva

A história construída em 56 páginas, com ilustração da atriz e artista plástica Iléa Ferraz, é lançamento da Mazza Edições, editora de Belo Horizonte, Minas Gerais. Na micro apresentação de seu novo livro, Cidinha da Silva expressa que “Os nove pentes d'África" tecem um bordado de poesia e surpresa na tela de uma família negra brasileira. Os pentes herdados pelos nove netos de Francisco Ayrá, personagem condutor, são a pedra de toque para abordar a pulsão de vida presente nas experiências das personagens e rituais cotidianos da narrativa. O livro de Cidinha da Silva cativa pela descrição minuciosa do universo das relações familiares, pela reverência à sabedoria dos mais velhos e à ancestralidade africana.

Dia: 22/11/2009
Horário: 15:00hs
Local: Casa de Angola - rua Visconde de Nova Granada, 513 Jd Alvorada - Osasco - SP
Contato Regina ou Tânia 2183-6199 ramal 214.
Cidinha da Silva - cidinha.tridente@gmail.com



Fonte: Casa das Áfricas

“A identidade brasileira: mito e literatura”

Café Filosófico da CPFL Cultura
convida




“A identidade brasileira: mito e literatura”
é o tema que será debatido no encontro com José de Paula Ramos Jr.

Ramos afirma que a identidade brasileira não é uma essência, mas o processo de construção de uma grande narração coletiva em que mito exerce papel decisivo. “Porque é o mito que consolida em lendas e figuras toda experiência mágico-fantástica do povo. Tudo que apavora, tudo que alegra fundamente o povo está no mito, em suas raízes. Ele narra, conta. Se não faz isso, as coisas se perdem por entre rezas, rituais, festanças, assombrações – coisas míticas também – mas o vento pode levar. Isso se evidencia na literatura, especialmente na obra de autores românticos e modernistas, que insistiram na providência do folclore, das festas rurais, no registro das façanhas caboclas... Todas dão perfil de nossa identidade. Mas o mito também tem o poder de destilar realidades nunca imaginadas antes e, neste sentido, ele não é só passado, mas vanguarda, nem só Brasil, mas universo. Idealizadora ou crítica, a literatura apropria-se do mito para reconstruir o imaginário nacional.”


Data: 18 novembro, quarta-feira, 20h30.


Local: Bar Tom Jazz - Av. Angélica, 2331 - Higienópolis, São Paulo (SP).Entrada franca - Não há necessidade de inscrição antecipada. Lotação por ordem de chegada (180 lugares)


o palestrante
Ramos é doutor em literatura brasileira e professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP. Dedica-se à pesquisa da fortuna crítica de Macunaíma, de Mário de Andrade, ao estudo da crítica textual e ao estabelecimento de texto para publicação de edições fidedignas de obras literárias como Várias histórias, de Machado de Assis (Ed Ateliê).

Participação também pela internetSe você desejar enviar perguntas sobre o tema da palestra - antes do debate ser realizado - basta escrever um e-mail com o assunto “Mito. O que esperar dos nossos ancestrais" para cpflcultura@cpfl.com.br que repassaremos as perguntas para o mediador do encontro.

O evento também é transmitido em tempo real no site www.cpflcultura.com.br/ . Siga: twitter.com/cpflcultura.
Próximo encontro: sempre às quartas-feiras, 20h30.
dia 25 nov: O mito da raça: em busca da pureza, com Demétrio Magnoli

O NEGRO COMO AUTOR E PERSONAGEM DA AÇÃO CINEMATOGRÁFICA


São Paulo de 19 a 22 de novembro acontece a mostra

O NEGRO COMO AUTOR E PERSONAGEM DA AÇÃO CINEMATOGRÁFICA na sala de cinema do MIS-SP


Uma seleção de curtas e longas metragens que abordam a ação e a representação do negro na historiografia do cinema brasileiro desde a década de 1960. A programação, gratuita, inclui conversas com cineastas e educadores convidados.


As exibições são em 2 horários por dia, mais de 20 filmes em 04 dias, confiram!!


Entre na Roda

Formação de Orientadores de Leitura
Curso gratuito

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, por meio do Programa São Paulo: Um Estado de Leitores, gerido pela Poiesis – Associação dos Amigos da Casa das Rosas, da Língua e da Literatura, em parceria com a Fundação Volkswagen e o Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), iniciará uma nova turma do projeto “Entre na Roda”, que capacita orientadores a formar novos leitores, a despertar o hábito da leitura e a dinamizar as bibliotecas, salas de aula e espaços comunitários de leitura já existentes.

O curso “Entre na Roda” é destinado a bibliotecários, professores, educadores e interessados já atuantes ou com intenção de atuar como orientadores de leitura em suas comunidades.
A nova turma terá início em 2010, com 40 vagas disponíveis.

A participação é gratuita e a formação contempla material didático para o participante, certificação e um baú de livros para cada instituição representanda, além de acompanhamento, pelo Programa São Paulo: Um Estado de Leitores, das atividades e projetos realizados pelos alunos.
Para participar da seleção da turma, é imprescindível o comparecimento à apresentação do curso no dia 7 de dezembro, às 14h, no Museu da Língua Portuguesa: Praça da Luz, s/n - Centro - São Paulo (SP). O interessado deverá também, antes da data da apresentação, preencher e enviar a ficha de inscrição.
Informações podem ser solicitadas pelo e-mail: contato.spel@poiesis.org.br
Telefone: (11) 3331-5549.

Dia da Consciência Negra na Casa das Rosas

* Sugestão enviada por Simone Francischetti

A Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura oferece uma programação especial em homenagem aos afro-brasileiros, que tanto contribuem para a formação cultural do povo brasileiro, ao lado das comunidades indígenas, europeias e asiáticas. A programação conta com a apresentação do Sarau Chama Poética, do projeto Rimas de Zumbi e com show do Grupo Curima. Participe!

20 DE NOVEMBRO, 15H ÀS 22H

PROGRAMAÇÃO
15h - Rimas de Zumbi
Performance de grafite e teatro, com o projeto Rimas de Zumbi.

16h - Grupo Camiranga
"Camiranga é urubu. Um de pena marrom e cabeça vermelha, o que se arrisca. Sem a sua aprovação, nem larva come a carne. Injustamente malvisto e malfalado, como todo urubu, é mestre na arte de planar. Procura entre os cheiros que sobem da terra o que lhe cabe. Quando encontra, cumpre com majestade sua função na Terra, transformando carne podre em energia e vitalidade para voar, voar, voar..."

18h - Sarau Chama Poética: "Consciência Negra"
O sarau evoca a cultura afro-brasileira por meio da música e da poesia. Lula Barbosa, cantor e compositor, apresentará composições próprias e interpretará grandes cantores da MPB. O cantor, declamador e escritor José Domingos cantará, entre outras músicas, alguns dos afro-sambas de Vinícius de Morais e Baden Powell e declamará textos. O Grupo Poema Novo apresentará músicas e textos relacionados ao tema. Alex Dias e Fernanda de Almeida Prado dirigem o sarau e declamarão poemas como "Plantei-me qual raiz no solo arcano", de Antônio Lázaro de Almeida Prado; "Minhas Raças", de Alex Dias; "Eu me sinto grimpado", de Mário de Andrade, entre outros.

21h - Grupo Curima
O Grupo Curima faz uma releitura de canções da tradição afro-brasileira e também compõe curimbas (rezas cantadas), com base na vivência do intérprete Paulo Brito na cultura Yorubá e da diversidade musical de seus componentes. Este repertório popular e moderno é explorado numa visão contemporânea dos cantos aos Orixás, com a marca da simplicidade e espiritualidade presentes nesse universo musical. www.myspace.com/grupocurima.
SERVIÇO
"Dia da Consciência Negra"
20 de novembro, 15h às 22h
Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura Avenida Paulista, 37 Próximo à Estação Brigadeiro do Metrô
Tel.: (11) 3285-6986 (11) 3285-6986 www.casadasrosas-sp.org.br Estacionamento conveniado Patropi: Al. Santos, 74 Dúvidas, críticas e sugestões: contato@poiesis.org.br Twitter: @casadasrosas

Filme - Besouro: da capoeira nasce um herói


*Sugestão feita por: Simone Francischetti


A História
Quando Manoel Henrique Pereira nasceu, não havia nem dez anos que o Brasil tinha sido o último país do mundo a libertar seus escravos.

Naqueles tempos pós-abolição nossos negros continuavam tão alijados da sociedade que muitos deles ainda se questionavam se a liberdade tinha sido, de fato, um bom negócio. Afinal, antes de 1888 eles não eram cidadãos, mas tinham comida e casa para morar. Após a abolição, criou-se um imenso contingente de brasileiros livres, porém desempregados e sem-teto. A maioria sem preparo para trabalhar em outros serviços além daqueles mesmos que já realizavam na época da escravatura. E quase todos ainda sem a plena consciência de sua cidadania. O resultado desse quadro, principalmente nas regiões rurais, onde estavam os engenhos de açúcar e plantações de café, foi o surgimento de um grande contingente de negros libertos que continuavam, mesmo anos após a abolição, submetendo-se aos abusos e desmandos perpetrados por fazendeiros e senhores de engenho.

Assim era sociedade rural brasileira de 1897, ano em que Manoel Henrique Pereira, filho dos ex-escravos João Grosso e Maria Haifa, nasceu na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano.

Vinte anos depois, Manoel já era muito mais conhecido na cidade como Besouro Mangangá - ou Besouro Cordão de Ouro -, um jovem forte e corajoso, que não sabia ler nem escrever, mas que jogava capoeira como ninguém e não levava desaforo para casa. Como quase todos os negros de Santo Amaro na época, vivia em função das fazendas da região, trabalhando na roça de cana dos engenhos. Mas, ao contrário da maioria, ele não tinha medo dos patrões. E foram justamente os atritos com seus empregadores - e posteriormente com a polícia - que deixaram Besouro conhecido e começaram a escrever a sua imortalidade na cultura negra brasileira.


Há poucos registros oficiais sobre sua trajetória, mas é de se supor que a postura pouco subserviente do capoeirista tenha sido interpretada pelas autoridades da época como uma verdadeira subversão. Não por acaso, constam nas histórias sobre ele episódios de brigas grandiosas com a polícia, nas quais ele sempre se saía melhor, mesmo quando enfrentava as balas de peito aberto. Relatos de fugas espetaculares, muitas vezes inexplicáveis, deram origem a seu principal apelido: Mangangá é uma denominação regional para um tipo de besouro que produz uma dolorosa ferroada. O capoeirista era, portanto, "aquele que batia e depois sumia”. E Sumia como? Voando, diziam as pessoas.


Histórias como essas, verdadeiras ou não, foram aos poucos construindo a fama de Besouro. Que se tornou um mito - e um símbolo da luta pelo reconhecimento da cultura negra no Brasil - nos anos que se sucederam à sua morte.


Morte que ocorreu, também, num episódio cercado de controvérsias. Sabe-se que ele foi esfaqueado, após uma briga com empregados de uma fazenda. Registros policiais de Santo Amaro indicam que ele foi vítima de uma emboscada preparada pelo filho de um fazendeiro, de quem era desafeto. Já a lenda reza que Besouro só morreu porque foi atingido por uma faca de ticum, madeira nobre e dura, tida no universo das religiões afro-brasileiras como a única capaz de matar um homem de "corpo fechado".

E Besouro, o mito, certamente era um desses.


Ficha técnica
• Produtor: Vicente Amorim
• Produtor associado: Daniel Filho
• Produtor executivo: Caique Martins Ferreira
• Produtora delegada: Eliane Ferreira
• Produtor: Vicente Amorim
• Produtor associado: Daniel Filho
• Produtor executivo: Caique Martins Ferreira
• Produtora delegada: Eliane Ferreira
• Coordenador das cenas de ação: Dee Dee
• Preparação de elenco: Fátima Toledo
• Figurinista: Bia Salgado
• Maquiador: Martin Macias
• Diretor de Arte: Claudio Amaral Peixoto
• Documentário e making of: Kátia Lund
• Montagem: Gustavo Giani
• Fotógrafo: Christian Cravo
• Direção musical: Rica Amabis
• Música-tema: Gilberto Gil
• Trilha sonora: Pupillo, Tejo Damasceno e Rica Amabis
• Distribuição: Buena Vista International
• Produção: Mixer, Miravista, Globo Filmes, Teleimage

Fonte: http://www.besouroofilme.com.br/
Foto: Paulo Mussoi

Eventos em comemoração ao mês da consciência negra

  • 13/11 - SARAU DE POETAS NEGROS NA BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO EM GUARULHOS AS 19h
  • 17/11 - SARAU DA FEIRA PRETA NA FNAC PINHEIROS AS 19 h
  • 20/11 - VI MARCHA DA CONSCIÊNCIA NEGRA - CONCENTRAÇÃO AS 10 h NA IGREJA NOSSA S. DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS LARGO DO PAISSANDU
  • 28/11 - SARAU VALEU ZUMBI

O Sarau Valeu Zumbi abordará a vivência afro-brasileira com poemas de Tico de Souza e de autores negros contemporâneos. No início haverá uma pequena exposição sobre a lei 10.639 que institui o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas publicas e particulares. Coordenação: Tico de Souza, escritor, produtor cultural e MC.

Serviço

Quando: 28/11 sábado 13h - Sarau Valeu Zumbi

Local: BIBLIOTECA MALBA TAHAN
Rua Helena Jacquey, 208 - Rudge Ramos

Telefone: 43681010
E-mail: mtahansbc@gmail.com
Horário de funcionamento: das 8h às 18h30 (segunda a sexta) e das 8h às 13h30 (sábados)

BALADA LITERÁRIA - de 19 a 22 de novembro, na Vila Madalena


A BALADA LITERÁRIA chega ao quarto ano e comemora em grande estilo. E com grande literatura. É quase uma centena de artistas, nacionais e internacionais, em mesa de debate, em mesa de bar, no palco, trocando ideias, festejando lançamentos.


O homenageado desta edição é o escritor paulistano JOÃO SILVÉRIO TREVISAN, que acaba de lançar, pela Editora Record, o romance Rei do Cheiro. “Sempre fazemos um brinde a um autor vivo, que julgamos importante para o espírito-clima da Balada”, diz o escritor pernambucano Marcelino Freire, criador e organizador do evento, ao lado da Livraria da Vila e com o apoio do SESC Pinheiros, da Biblioteca Alceu Amoroso Lima, do Centro Cultural b_arco, do Itaú Cultural e dos bares Mercearia São Pedro e Ó do Borogodó. E que, desde 2006, já reuniu, entre outros, Adélia Prado, Angeli, Antonio Cândido, Chico César, Cristovão Tezza, David Toscana, Efraim Medina Reyes, Fernando Bonassi, José Luandino Vieira, José Miguel Wisnik, Luis Fernando Verissimo, Mario Bellatin, Moacyr Scliar, Paulo Lins, Sérgio Sant’Anna e Tony Belotto.


Desta vez, de 19 a 22 de novembro, estarão na Vila Madalena Mário Prata, João Gilberto Noll, Marcelo Coelho, José Luís Peixoto, Francisco Alvim, Márcio Souza, Reinaldo Moraes, Raimundo Carrero (que também coordenará uma oficina de criação), Michel Melamed, Lira Neto, Chacal, etc.


Na sexta, 20 de novembro, haverá, no auditório do SESC Pinheiros, um show com o jovem pianista pernambucano Vitor Araújo e com os cantores Fabiana Cozza e Rubi, numa homenagem ao Dia da Consciência Negra e aos 50 anos de carreira de João Ubaldo Ribeiro, que aparecerá na RESSACA LITERÁRIA, que sempre acontece logo após a Balada (veja programação a seguir).


Também, no domingo, dia 22, está programada uma mesa em homenagem a Lygia Fagundes Telles, marcando o relançamento de toda a sua obra, iniciado este ano.


De novidades para esta edição, Freire destaca a presença de dois autores venezuelanos, marcando um começo de parceria: “o escritor Santiago Nazarian irá a Caracas no comecinho de novembro participar de uma minibalada literária que rolará por lá. No ano que vem, esse intercâmbio se fortalecerá e a nossa Balada, inclusive, ganhará edições em outras capitais brasileiras”, promete o anfitrião.


Acompanhe a programação em: http://baladaliteraria.zip.net/

Cine Clube MuBE - Ciclo Consciência Negra

O MuBE, em parceria com o Serviço audiovisual da Embaixada da França, apresenta:
Entrada Gratuita - Programação de Novembro:

14/11/2009 – 19h30

Negros, A Identidade no Coração da Questão Negra
Noirs, l'Identité au Cœur de la Question Noire (França, 2006). Um filme de Arnaud Ngatcha e Jérôme Sesquin. Cores. Duração 70’.
Filmado na França metropolitana, nas Antilhas e no Senegal, este documentário introduz a « questão negra » que se apresenta hoje na França. Conduzido sobre a forma de uma investigação pontuada de imagens de arquivos, o filme traça os diferentes episódios históricos que aconteceram na comunidade negra da França, a fim de compreender o impacto da escravidão, da colonização e da imigração africana na construção da identidade dos Negros assim como sua representação na sociedade francesa.

21h
Os Panteras Negras

Black Panthers (França, 1968). De Agnès Varda. PB. Duração 28’.
No verão de 68, os Panteras Negras, de Oakland (Califórnia), organizaram vários debates de conscientização em torno do processo de um de seus líderes, Huey Newton. Eles queriam – e conseguiram – chamar a atenção dos americanos e mobilizar as consciências negras, durante esse processo político. Neste sentido, deve-se realmente datar este documento: 1968.
21h30
Clasified People

Filme de Yolande Zauberman.Cores. Duração 60’.
Filmado clandestinamente na África do Sul, este filme denuncia as fendas sociais e afetivas causadas pelo Aparthaid. Em 1948, a vida de Robert, que acreditava ser branco, balança... Ele é classificado como mestiço, sua mulher e seus filhos, que "continuam brancos", o renegam. Ele refaz sua vida com Doris, que é negra, e juntos eles nos contam, com humor e cumplicidade, sua história trágica. Para estar engajado pela causa de um batalhão de mestiços, Robert se considerou mestiço e perdeu todos os seus direitos de "antigo negro". Sua história ilustra o absurdo e a crueldade do sistema de classificação que repousa pela cor da pele, mas também sobre os critérios econômicos e sociais.

20/11/2009 – 14h00
O Pesadelo de Darwin
Darwin's Nightmare (França/Áustria/Bélgica/França, 2004). De Hubert Sauper. Cores. Duração 107’. Classificação etária Livre.

Poderia começar como uma lenda oriunda da África. Nos anos 60, na Tanzânia, um peixe chamado perca do Nilo, um predador voraz que dizima todas as outras espécies, foi introduzido no Lago Victoria. Desta catástrofe ecológica nasceu uma indústria frutuosa, pois a carne branca do enorme peixe é exportada com sucesso para todo o hemisfério norte. Mas, acima do lago, imensos aviões cargueiros da ex-URSS compõem um balé constante, abrindo caminho para um outro comércio, ao que parece, o das armas. Pescadores, políticos, pilotos russos, prostitutas e industriais tornam-se cúmplices ou vítimas de um drama que ultrapassa a imaginação. As margens do maior lago tropical do mundo são hoje o palco em que se desenrola o pior pesadelo da globalização.


16h
Os Mestres Loucos


Les Maîtres Fous (França, 1955). De Jean Rouch. PB. Duração 30’.
Filmado em apenas um dia, o filme revela as práticas rituais de uma seita religiosa. Os praticantes do culto Hauka, trabalhadores nigerienses reunidos em Accra, se reúnem à ocasião de sua grande cerimônia anual. Na ‘concessão’ do grande padre Mountbyéba, após uma confissão pública, começa o rito da possessão. Saliva, tremedeiras, respiração ofegante… são os signos da chegada dos ‘espíritos da força’, personificações emblemáticas da dominação colonial: o cabo da polícia, o governador, o doutor, a mulher do capitão, o general, o condutor da locomotiva, etc… A cerimônia atinge seu ápice com o sacrifício de um cão, o qual será devorado pelos possuídos. No dia seguinte, os iniciados retornam às suas atividades cotidianas.Governador, o doutor, a mulher do capitão, o general, o condutor da locomotiva, etc… A cerimônia atinge seu ápice com o sacrifício de um cão, o qual será devorado pelos possuídos. No dia seguinte, os iniciados retornam às suas atividades cotidianas.


16h40
Eu, um Negro
Moi, un Noir (França, 1959). De Jean Rouch. Cores. Duração 73’.
Jovens nigerienses deixam sua terra natal para procurar trabalho na Costa do Marfim. Desenraizados em meio à civilização moderna, acabam chegando a Treichville, bairro operário de Abdijam. O herói, que conta sua própria história, se autodenomina Edward G. Robinson, em honra ao ator americano. Da mesma forma, seus amigos escolhem pseudônimos destinados à lhes forjar, simbolicamente, uma personalidade ideal.


18h
Férias em Casa
Vacances au Pays (França/Camarões/França, 2000). De Jean-Marie Teno. Documentário em PB. Duração 75’.
Em 1998, Jean-Marie Teno volta, durante o verão, à terra de sua infância, nos Camarões. De Yaoundé, cidade grande, até Badjoun, aldeia onde passava as férias na infância, a viagem lhe permite fazer inventário irônico da situação do país. Ao sabor dos encontros, o autor denuncia a incompetência da administração e o fascínio pela modernidade importada da Europa, que não se adapta à África e suas tradições. “A escola nos ensinou a desprezar os símbolos de nossa cultura e a palavra de nossos avós” lastima ele. À procura de um novo modelo para a África, sonha com uma modernidade a serviço da maioria, que permita ao país reconciliar-se com sua cultura.


19:30h

Memória Entre Duas Margens

Mémoire Entre Deux Rives (França/Burkina Faso/França, 2002). De Frédéric Savoye, Wolimité Sié Palenfo. Documentário em PB. Duração 90’.

Fréderic Savoye e Wolimité Sié Palenfo revisitam a história da colonização francesa na região Lobi, a sudoeste de Burkina Faso. Nessa região, aldeias e famílias ainda estão marcadas pela lembrança desse período doloroso. Comparada aos arquivos dos administradores coloniais, a tradição oral permite restaurar cerca de um século de história, desde a chegada dos primeiros brancos até os dias de hoje. Através de depoimentos transmitidos de geração em geração, o filme desenvolve uma reflexão crítica a respeito da colonização e suas conseqüências individuais, sociais e religiosas.


21h
África sobre o Sena

Afrique Sur Seine (França/Senegal, 1957). De Mamadou Sarr e Paulin Vieyra. PB. Duração 21’.
A África está na África sobre as margens do Sena ou no Quartier Latin? Interrogações "meio-amargas" de uma geração de artistas e estudantes a procura de sua civilização, sua cultura e seu futuro.
Com Marpessa Dawn, M Bathily, AM Baye, C. Clairval, D. Dane, I. Diop, M. Leprovol, P. Letourneur, L. Malik

21/11/2009 – 19h30
A Ilha Vigilante

L'Île Veilleuse (França, 2006). De Euzhan Palcy. PB. Duração 55’.
A vida, a obra e a ação política do poeta. Aime Césaire nos faz descobrir sua Martinica.
20h30
Encontros Para a Conquista
Au Rendez-vous de la Conquête (França, 2006). De Euzhan Palcy. PB. Duração 57’.
A ética, a teoria e a filosofia da Negritude. Os diferentes encontros do jovem estudante Aimé Césaire em Paris compensadores, intelectuais, seu encontro com a África pela ótica do jovem Senhor.
JÁ EXIBIDO
07/11/2009 – 19h30
Poeira Urbana
Poussières de Ville (França/Congo/Senegal, 2001). De Moussa Touré. Documentário em PB. Duração 52’.
O filme começa com uma imagem surpreendente: sete crianças esfarrapadas vão saindo de debaixo dos tabuleiros em um mercado de Brazzaville, onde passaram a noite. Moussa Touré os descobre e passa a registrar suas perambulações pela cidade, atrás de comida e de pequenos biscates. Aproveitando sua aproximação com as crianças, o cineasta resolve reintegrá-los a suas famílias. Mas o caminho de volta está cheio de dificuldades que revelam o estado da sociedade congolesa.

20h30h
A Dançarina de Ébano
La Danseuse d’Ébène (França, 2002). Filme de Seydou Boro. Cores. Duração 52’.
Seydou Boro, que durante um tempo trabalhou como intérprete com Mathilde Monnier, é também coreógrafo e produtor. Este seu documentário é dedicado a uma das maiores personalidades da dança de origem africana, Irène Tassembédo – nativa, como ele, de Burkina Fasso, onde o filme foi inteiramente rodado. Este “retrato filmado”, que apresenta também Germaine Acogny, contribui para a restauração de todo um segmento da história da dança, investigando os laços e as tensões existentes entre dois continentes e duas culturas.Irène Tassembédo reside na França há 20 anos. Em 1978, em Burkina Fasso, é selecionada para freqüentar a escola Mudra-África, fundada por Maurice Béjart em Dacar e dirigida por Germaine Acogny. Conhecer Irène Tassembédo conduz à reflexão sobre um tema essencial: a questão do corpo, tanto em termos dos seus valores como do seu imaginário, e a concepção particular que ele assume para os dançarinos africanos confrontados com a aprendizagem da dança contemporânea ocidental. Ilustrando a sua trajetória com um grande número de entrevistas, sessões de trabalho e viagens, o filme evoca uma abordagem que parte de uma autêntica convicção: Irène Tassembédo considera que a dança africana deve situar-se em um mundo em evolução, mas sem virar as costas à sua própria gestualidade nem permanecer estagnada em um esquema tradicional geralmente associado ao folclore. Sua experiência abrange duas gerações de artistas e os seus respectivos questionamentos em relação à criação contemporânea e à miscigenação cultural.

Rua Alemanha, 221 - 2594-2601
Gratuito
Auditório Pedro Piva
http://www.mube.art.br/

O Círculo do Ouro


Às vésperas de completar 30 anos, grupo apresenta texto inédito que narra o século de ourodas Minas Gerais, reafirmando seu compromisso com a palavra e a literatura.


Único final de semana: dias 13, 14 e 15 de novembro no Teatro do SESC Vila Mariana

Após o sucesso de Ser Minas tão Gerais e Pra Nhá Terra, o grupo Ponto de Partida estreia O Círculo do Ouro, com seus 14 atores e realização do SESC SP. O espetáculo foca o olhar em um dos momentos mais determinantes da história de Minas Gerais e do país, quando as minas são descobertas e o ouro atrai para o sertão o maior contingente de habitantes jamais visto na colônia: nessa época, Villa Rica era mais populosa que Nova York. Seguindo os processos muito particulares do Ponto de Partida na montagem de um novo espetáculo, os personagens e o texto foram criados pelos atores a partir da pesquisa. A história e a dramaturgia são da diretora do grupo, Regina Bertola.

O texto traz a saga dessa gente vigiada, cercada por impostos absurdos e delações, afinal, o volume de ouro retirado das minas era tamanho que foi suficiente para contribuir significativamente com o financiamento da Revolução Industrial, na Inglaterra, e transformar o mundo para sempre*. Apesar disso, essa gente vivia em condições miseráveis, na luta permanente para sobreviver, se inventar, se nomear. Como essa herança nos determina hoje e como ela amalgamou tantos elementos na construção da nossa forma de ver e estar no mundo e na criação de nossos artistas contemporâneos é o mote da peça, com apresentações nos dias 13, 14 e 15 de novembro no Teatro do SESC Vila Mariana.

Toda essa história é contada do ponto de vista do povo e não se desenrola atada a nenhum compromisso didático. É puro teatro: lúdico e poético, que quer deixar aflorar os traços que nos determinam brasileiros, mas também as questões que nos instigam como seres humanos: o amor, a liberdade, o medo, a solidariedade, a sobrevivência, a paixão, a ousadia, a coragem, a loucura, a identidade.

Nesses 29 anos de trabalho, com mais de 30 espetáculos produzidos, o Ponto de Partida orgulha-se de ter pesquisado e criado uma dramaturgia que coloca o homem brasileiro no centro do palco, no papel principal. Tem incorporados à sua bagagem textos de sua autoria, como Viva o Povo Brasileiro ou Beco a ópera do lixo, montagens de grandes autores brasileiros, como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Manoel de Barros, Jorge Amado, Adélia Prado, Bartolomeu Campos de Queirós e a obra de compositores como Milton Nascimento, Chico Buarque, Pablo Bertola. E, apesar de fortemente ligado às suas raízes culturais, em momento algum o grupo se fecha num regionalismo estreito, haja visto a sua carreira internacional com vários espetáculos premiados fora do país.

*fonte: KOSHIBA, Luiz História do Brasil. São Paulo, Ed. Atual, 1993.

TEXTO
Além do desafio imenso de inventar um espetáculo tendo como suporte mais de um século de História, o aspecto mais instigante e inovador do “O Círculo do Ouro” é que essa história é contada a partir da fala do povo e do universo de escritores mineiros contemporâneos. Então, os personagens do século XVIII, em sua maioria mestiços, falam também Adélia Prado, Drummond e Guimarães Rosa. E o mais emocionante é como isso se concilia, com que propriedade o texto toma forma e como é quase mágico perceber como as palavras empregadas em outros textos e contextos, se entregam com gosto a essa nova história. Também se incorporam ao texto documentos oficiais, cartas régias, decretos, “bandos”, cartas de viajantes que determinam o tempo histórico e mostram a relação da Coroa e do poder com a gente das Minas.

Apesar de O Círculo do Ouroestar contextualizado num tempo histórico ele é uma ficção, um texto dramático.

A música
A pesquisa foi feita pelo Ponto de Partida, sob coordenação de Pablo Bertola. Remonta aos compositores barrocos mineiros, ao canto dos negros: os vissungos, os cantos religiosos, os cantos de festas como o lundu e os batuques e a música que começou a ser produzida para movimentar a incipiente vida social urbana, como as modinhas. Também se aprendeu a dançar a umbigada e a contra dança, o moçambique e o samba de roda.

PONTO DE PARTIDA

Ponto de Partida é um dos grupos teatrais mais cultuados do país. Foi fundado em 1980, em Barbacena, por artistas que decidiram que não deixariam a cidade, mas também não aceitariam os limites da província. Assim, tornou-se uma companhia de repertório, itinerante, independente, com 21 profissionais em exercício permanente, 30 espetáculos montados, com apresentações pelo Brasil, África, Europa e América do Sul.


SERVIÇO:

O Círculo do Ouro - Grupo Ponto de Partida

13, 14 e 15 de novembro

Sex e sab, às 21h. dom às 18h.

Teatro SESC Vila Mariana

Ingressos à venda em todas as unidades SESC
R$ 20,00 (inteira); R$ 10,00 (usuário inscrito no SESC, +60 anos, estudante e professor da rede pública de ensino); R$ 5,00 (trabalhador no comércio de bens e serviços matriculado no SESC)

Lotação: 608 lugares

Acesso para pessoas com deficiência

Não recomendado para menores de 12 anos

Duração: 150 minutos com intervalo

Informações e vendas: 11 5080-3000 www.grupopontodepartida.com.br www.sescsp.org.br

Estacionamento: a partir de R$ 5,00

SESC Vila Mariana
Rua Pelotas, 141
Informações: 11 5080-3000
www.sescsp.org.br
http://www.grupopontodepartida.com.br/


Imagem e texto: divulgação SESC Vila Mariana

Jongo da Serrinha

O jongo é uma manifestação cultural que combina dança e música, oriunda das senzalas das plantações de café e de cana-de-açúcar do Sudeste brasileiro. Preocupados com a extinção dessa tradição, Mestre Darcy e sua mãe, Vovó Maria Joana Rezadeira, fundaram o grupo Jongo da Serrinha.


Com 40 anos de existência, é um dos mais importantes grupos de cultura do país e já recebeu diversos prêmios por seu trabalho artístico e social. Selecionado na edição 2007-2009 do Rumos Música, o Jongo da Serrinha se apresenta nesta segunda, na TV Cultura.

Não esqueça: na próxima segunda, 9 de novembro, às 23h40, show do grupo Jongo da Serrinha na série de shows Rumos da Música, na TV Cultura.

Texto: boletim Itaú Cultural
imagem: Cia de Foto

JORNADA “NEHO, 18 ANOS”

Dia 9 de dezembro de 2009, quarta-feira, das 8h30 às 18h30
Anfiteatro de História - Prédio de Geografia e História, FFLCH
Universidade de São Paulo

O Núcleo de Estudos em História Oral, NEHO-USP, comemora o seu 18º aniversário e promove, no dia 9 de dezembro de 2009, uma jornada de atividades dirigida a todos os interessados em realizar estudos, pesquisas e discussões acerca da produção de conhecimento em história oral.

INSCRIÇÕES
Os interessados devem enviar nome completo, e-mail e telefone para o endereço eletrônico neho18anos@gmail.com, até o dia 7 de dezembro de 2009. Somente receberão certificados aqueles que enviarem seus dados e efetuarem o pagamento da taxa de inscrição (R$ 15,00 – direito a um exemplar da Oralidades: Revista de História Oral) no posto de credenciamento – que funcionará das 8h30 às 9h – no dia do evento.
Vagas limitadas!


PROGRAMAÇÃO
8h30 – 9h: Credenciamento e pagamento da taxa de inscrição
A taxa de inscrição (R$ 15,00) confere o direito a um exemplar da Oralidades: Revista de História Oral.

9h – 12h: Mini-curso “Introdução à história oral”
Ministrantes:
Juniele Rabêlo de Almeida (NEHO-USP)
Suzana Lopes Salgado Ribeiro (NEHO-USP)

12h – 14h: Intervalo para almoço

14h – 15h: Conferência – Ecléa Bosi (Instituto de Psicologia – USP)
Componentes da mesa:
José Carlos Sebe Bom Meihy (NEHO-USP)
Zilda Maria Grícoli Iokoi (LEI-USP)

15h – 17h30: Mesa redonda: “Neho, 18 anos”
Componentes da mesa:
Fabíola Holanda (NEHO-USP; UNIR-RO)
José Carlos Sebe Bom Meihy (NEHO-USP)
Dante Claramonte Gallian (UNIFESP)
Suzana Lopes Salgado Ribeiro (NEHO-USP)
Marta Raquel Colabone (SESC-SP)

17h30 – 18h30: Lançamento de publicações e entrega dos certificados

LOCAL
Anfiteatro de História - Prédio de Geografia e História (FFLCH- USP)
Prédio de Geografia e História
Av. Lineu Prestes, 338
Cidade Universitária, São Paulo, SP

COMITÊ ORGANIZADOR
José Carlos Sebe Bom Meihy (diretor do NEHO-USP), Fabíola Holanda Barbosa, Juniele Rabêlo de Almeida, Marcel
Diego Tonini, Maria Aparecida Blaz Vasques Amorim, Suzana Lopes Salgado Ribeiro, Vanessa Generoso Paes.

REALIZAÇÃO
Núcleo de Estudos em História Oral – NEHO
Laboratório de Estudos da Intolerância - LEI
Departamento de História – FFLCH – USP
Programa de Pós-Graduação em História Social – USP
Universidade de São Paulo

INFORMAÇÕES
Telefone: (11) 3091-3701, ramal 238
Site: http://www.fflch.usp.br/dh/neho
E-mail: neho18anos@gmail.com

Os contos no imaginário da criança




A proposta deste mini-curso é conhecer e entrar em contato com o imenso mundo imaginário das crianças através dos contos e histórias que elas escutam, lêem, percebem e também inventam.





      • De que maneira os contos influenciam no desenvolvimento infantil?

      • Como a criança aprende a diferenciar o que é imaginação do que não é?

      • Quais os temas mais explorados pelos contos e por que estes temas são tão importantes para as crianças?

      • Como trabalhar histórias com crianças usando a arte?

      • O que os contos revelam e o que eles escondem?

      • O que encantam e o que espantam?Como é o imaginário das crianças de algumas culturas diferentes da nossa, e o que seus contos contam?

      • Por que muitos contos são terapêuticos?

      • Por que é tão dificil para a criança olhar e lidar com as dores de sua história e como sua imaginação pode ajudar ou atrapalhar?

      • Criatividade e imaginação caminham sempre juntas?

      Estas e outras questões serão trabalhadas neste curso, onde teoria e prática serão parceiras.
      Destinado a:Educadores, terapeutas, médicos e demais profissionais que lidam com crianças.
      Coordenação: Mônica Guttmann


      Data: 05 de dezembro de 2009 Horário: 09h00 às 13h00


      Investimento: R$ 50,00


      Informações e inscrições:
      INSTITUTO GESTALT DE SÃO PAULO

      CRPSP PJ2270
      Rua João Cachoeira, 1735 - Itaim-Bibi
      Telefones: 11 3842.8939 / 3849.1983

      http://www.gestaltsp.com.br/

      igsp@gestaltsp.com.br