“JARDIM BELELÉU”


Encruzilhada Filmes, Ari Cândido Fernandes, Caio Vecchio e Toni Domingues apresentam premiére do curta metragem: JARDIM BELELÉU


Filmado na Cidade Tiradentes em 2009, com apoio e participação da comunidade, especialmente da Escola de Samba Príncipe Negro. Prêmio estímulo de curta metragem da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo tem no elenco José Wilker, Flavio Bauraqui, Thalma de Freitas, Laércio de Freitas, Adyel Silva, Misty, Nábia Vilela. Este filme é uma homenagem ao músico e compositor Itamar Assunpção. Através da intitulação do personagem interpretado por Bauraqui – com o nome de Itamar.


SINOPSE

ITAMAR, trabalhador da indústria metalúrgica, sua todo dia para sustentar ROSELI, sua esposa, e suas duas filhas. Um dia, voltando do trabalho após receber seu salário, é assaltado no ônibus, perdendo todo o seu dinheiro. No dia seguinte, após ser humilhado pelo sogro por pedir-lhe dinheiro emprestado, resolve vender um revólver que conservava para sua proteção. No trajeto, avista CORISCO SPUTNIK, o assaltante que havia lhe levado o salário que sustentaria a família. Furioso, resolve matar o assaltante, segue-o sem ser percebido até sua casa, quando se depara com uma cena chocante: as filhas do assaltante, duas meninas da idade da sua filha, saindo de casa para abraçar o pai. É quando Itamar terá sua chance de redenção.

Serviço:
Premiére do curta metragem Jardim Beleléu, lançamento do DVD 4 BLACK'S Films (For All Colours People) pela Original Vídeo especializada em cinema brasileiro e exibição dos 4 filmes
Cine Olido – Av. São João, 473 – Tel. 3397 0171 / 0158 – Centro – SP
Dia 30 de novembro de 2009, 19h30
Entrada Franca – Convites com uma hora de antecedência – Sujeito a Lotação – Acesso Universal
Divulgação: O Autor na Praça / Edson Lima – 3739 0208

Após a exibição será oferecido um coquetel aos convidados


JARDIM BEBELÉU é uma adaptação livre e autorizada, do pequeno conto - “Não Era Uma Vez“ – do escritor de vários livros consagrados – Cuti (pseudônimo de Luis Silva) – que nunca teve quaisquer de seus escritos adaptados ao cinema. A escolha desse conto entre as obras de Cuti foi pela atualidade de seu enredo. Ele o impregna, com mescla sincopadas de falas, sussurros, suores, tensões e situações inusitadas dos seus personagens, na atmosfera de uma cidade grande. Daí envolve-nos em identificações e sentimentos que muitos de nós vivemos ou ainda passaremos por tal. Até aqui normal, tudo bem... Mas, CUTI, através desse conto, nos induz a “vivenciar na pele“ os conflitos de seus personagens: o EU individual dos personagens, com que muitos de NÓS nos identificamos. E sem perceber, avançamos juntos, para a dilatação desse EU para um NÓS. Porque sutilmente, o enredo e esse roteiro nos colocam diante de vivências, palpitações, etc... E outros fragmentos reflexivos da vida e porque não dizer também diante da morte, “a morte hipotética do próprio assaltante“ – do operário ITAMAR, uma de suas vítimas de assalto, em um ônibus da periferia paulistana. Esse impacto instala-se revelador e instantâneo, não só para o assaltado, mas também para o assaltante, levando-nos à uma ou várias reflexões, que também serão compartilhadas, com todos os possíveis espectadores, sem nenhuma distinção. Assim, com certeza, a catarse será uma reflexão incessante e convite à um debate íntimo, sobre nossas possíveis atitudes e ações, que podemos tomar na vida (ou diante do filme), seja hoje ou no futuro.


Sobre o diretor ARI CÂNDIDO FERNANDES (Londrina, 1951) cursou cinema na Universidade de Brasília, tendo como professores Vladimir Carvalho, Geraldo dos Santos e Fernando Duarte. Em 1971, ameaçado pelo artigo 477 da Lei de Segurança Nacional, partiu para a Suécia. De Estocolmo foi para Paris, onde à partir de 1975, continuou sua formação em cinema na Nouvelle Sorbonne. Seu primeiro curta, MARTINHO DA VILA (Paris1977), capta a passagem do sambista carioca em Paris. Em 1978, foi para a África documentar o conflito entre eritreus e etíopes, um dos últimos capítulos da história de independência dos países africanos. Realiza POR QUÊ ERITRÉIA? , filmado em plena guerrilha, testemunho da luta pela independência do país. Ari Cândido também atuou como fotógrafo para diversas agências de notícias européias. No Brasil realizou mais três filmes: O RITO DE ISMAEL IVO (2003), retrato biográfico do bailarino negro; O MOLEQUE (2005), ficção baseada num conto do escritor Lima Barreto; e PACAEMBU TERRAS ALAGADAS (2006), documentário sobre o bairro paulistano. Reconhecido ativista da comunidade negra, Ari Cândido coordenou o Projeto Zumbi e foi um dos idealizadores do Dogma Feijoada – movimento cinematográfico disposto a questionar os estereótipos e o modelo perverso de representação do negro veiculados pelo cinema e pela TV.

Um comentário:

Anônimo disse...

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