Dança pela água em missão de PAZ!


Dança, identidade e guerra

"Eu só poderia acreditar num Deus que soubesse dançar!" F. Nietzsche

A Raks el Chark [1]foi popularmente denominada no Brasil como "dança do ventre" por conseqüência dos movimentos de dobradura da moeda no abdômen, imagem que impressionou os latino-americanos e os americanos. Em inglês, “belly dance” (dança do ventre), e, pelos franceses, com muito mais distinção, como “bela dança” (belle danse)[2]. A "dança do leste", ou "dança oriental", tradução do árabe para o português, desenvolveu-se no Brasil muito diferente das autênticas técnicas orientais, misturando samba, bolero, ballet e até lambada, sem a necessária base técnica. Algumas dançarinas, mal-orientadas, chegam a confundir músicas folclóricas e religiosas com músicas de dança. Para os eufóricos leigos, tudo é lindo!

Levam-se em média quinze anos para formar uma dançarina profissional no Oriente Médio. É um dança milenar, registrada em torno de 5.000 a.C., desde o reino da antiga Mesopotâmia. Tem cerca de 3.000 movimentos possíveis de serem executados pelo corpo feminino. Sua base histórica tem origem nas danças beduínas em rituais de homenagem aos ecossistemas habitados pelos povos nômades. Essa história começa por volta de 11.000 a.C., em Jericó-Palestina, quando as beduínas passaram a desenvolver o cultivo agropastoril.

Elas[3] observavam com atenção os répteis – jacarés e crocodilos –, pois, sempre que subiam em cardumes o rio Jordão (e, noutras regiões, o Nilo, o Tigre e o Eufrates), traziam as chuvas que, por sua vez, deixavam húmus nas margens dos rios. Observando que nestas margens crescia o trigo, passaram a manejá-lo, plantando sementes em outras áreas, juntando o húmus como adubo.

Foi assim que as beduínas, com seus companheiros, começaram a desenvolver a agricultura. Estes répteis passaram a ser considerados deuses, uma vez que traziam a mensagem de quando poderiam realizar o manejo do trigo em função das cheias dos rios. Neste período, também desenvolveram a armazenagem do cereal por longos períodos de seca; posteriormente, o Ocidente veio a adotar este sistema. Os graneleiros, hoje também conhecidos como silos, representaram a solução com a preocupação conceituada como "segurança alimentar".


A fertilidade de Gaya - Mãe Terra

Seriam os sete anos de vacas gordas e magras uma preocupação dos nossos ancestrais com a segurança alimentar?

As beduínas podiam, a partir da armazenagem do trigo proporcionada pelo período de semeadura e colheita, realizar o planejamento familiar. Assim sendo, neste período optavam pela gravidez, pois havia a garantia de alimento necessário pelos cinco primeiros anos de vida de suas crianças. Esta decisão, a de ter filhos, de ordem exclusivamente feminina, era compartilhada pelo companheiro em todo ritual de semeadura, plantio e colheita. O planejamento familiar estava intimamente ligado aos ciclos hidrológicos. Água, um bem sagrado que fertiliza a terra e permite que as mulheres decidam sobre sua fertilidade, dando-lhes a opção de terem quantos filhos a terra pudesse alimentar. Água, o sêmen de Allah!

As beduínas, agradecidas, dançavam à beira dos rios de águas doces enquanto realizavam a semeadura e colheita do trigo e cantavam para os deuses. A prosperidade da tribo era determinada pelos ciclos hidrológicos, bem como o equilíbrio entre riquezas naturais e seres humanos. O que ocorreu desde então com a humanidade?

As mulheres perderam a sua relação íntima com os ciclos hidrológicos e, conseqüentemente, entre tantos outros fatores (guerras, doenças, empoderamento), aconteceu o inevitável: desequilíbrio entre riquezas naturais e seres humanos. Hoje, recursos naturais de menos e gente demais.

As danças beduínas aplicadas na oficina "Dança pela água em missão de PAZ" objetivam resgatar a memória ancestral que todas as mulheres possuem das suas relações com o ciclo hidrológico e menstrual por meio dos movimentos executados pelas beduínas quando agradeciam aos deuses pelo presente que lhes traziam de bons ventos, boas águas e boas colheitas.

Estas mulheres construíram mundos riquíssimos como o dos faraós, a matemática, a agricultura, a astrologia, a medicina, o mercado, enfim, os valores culturais, políticos e sociais que são os pilares do Ocidente, ao lado dos seus companheiros, peregrinando pelo mundo árabe, na África, no Leste Europeu e na Ásia.

A verdadeira essência desta dança também navega por outros mares. É, especialmente, para a mulher madura, aquela que viveu todas as alegrias e frustrações do amor, transformando suas experiências de vida afetiva em movimentos. Movimentos somente possíveis com a explosão de sentimentos honestos e sinceros. Sentimentos plenamente cantados e visíveis aos olhos do povo de nossa origem: o árabe.

São necessários muitos anos de audição para captar as constantes alterações rítmicas das músicas orientais, apurado senso do significado do que se está dançando e uma boa dose de conhecimento do que representam os sofrimentos das guerras e os preconceitos na vida do povo árabe[4].

Essencialmente femininas, essas danças podem ser acompanhadas por homens, com movimentos masculinos, destacando-se o tórax, os ombros e os braços. A dançarina deve ser soberana, elegante, manter postura antes, durante e depois da apresentação. Ter simpatia, charme e, principalmente, muita humildade.


Quanto mais experiente a dançarina, mais sucesso faz. A cultura árabe respeita a mulher madura, a exalta e admira. Não discrimina a mulher de idade. Tem preferência pela mais cheinha, do tipo gostosa, matreira e vaidosa. Em casas noturnas, restaurantes e festas árabes é muito comum homens convidarem as mulheres para dançar. É o desafio do homem em provocar a sensualidade da mulher. Um jeito árabe de flerte (paquera), uma vez que os costumes e valores morais da cultura são extremamente rígidos.


O povo árabe é totalmente contra os padrões estéticos do Ocidente, que impõe à mulher ser jovem e magra, tornando a maioria delas infelizes. Isto sim é submissão! Os valores espirituais da cultura abominam a vulgaridade, considerando-a ofensiva. Enaltecem a auto-estima feminina. Exaltam a virilidade masculina com suas músicas e danças de muita sensualidade.

No Brasil, em 1979, as danças étnicas árabes foram introduzidas pela mestra palestina Shahrazad Shahid Sharkid, que então iniciava um trabalho único no mundo, pela Raks el Chark. A meta de seu trabalho era a pesquisa e o estudo minucioso do corpo feminino pelo registro das mutações ocorridas a partir da aplicação de exercícios de sua criação. Há também, no trabalho de Shahrazad, enorme preocupação com a formação de crianças e adolescentes para a dança do ventre, procurando não confundir o trabalho corporal adulto com o infantil, ao respeitar seus espaços e suas mentes, tendo o cuidado de aplicar cronologicamente exercícios de fisioterapia para não provocar o universo infantil com o estímulo prematuro para a vida sexual.

Estas mutações são parte do cuidadoso trabalho de anatomia da mestra artesã, uma escultora de corpos, sempre com a preocupação de estabelecer limites ao corpo, o que não acontece com algumas danças ocidentais, quando, para alcançar a desenvoltura exigida, é necessário provocar contusões, quebrar ossos, forçar tendões, tensionar músculos além do suportável, o que torna cartesiano (reto, linear, quadrado) o corpo feminino, colocando-o em uma moldura onde todas ficam iguais.

Toda dança tem, evidentemente, um cunho sagrado, apesar de o Ocidente se apropriar indevidamente da técnica e da história para vender sexo, impor padrões estéticos e para a exploração do corpo da mulher e infantil, profanando os arquétipos religiosos. O homem sempre desejou aquilo que era de Deus e tenta adquirir, pelo manto da "commoditização erotizada", valores que não lhe pertecem.

Danças folclóricas e de raízes


As "danças folclóricas e de raízes" possuem um poder indiscutível de aglutinação, pois se constituem na manifestação do comportamento cultural, histórico e social dos indivíduos. Refletem em sua construção coreográfica a soberania, o direito a viver dignamente, a cultura e hábitos dos povos das mais diferentes etnias, cores e credos, além de contribuir diretamente, pelo prazer que proporcionam, para a integração e educação de crianças e adolescentes. Estas danças resgatam e elevam a auto-estima.

Portanto, devemos ter muito respeito por estas manifestações, que, por sua importância de trabalho em grupo, são verdadeiros alicerces para o desenvolvimento social. São instrumentos necessários para a formação do caráter cultural e intelectual, além de apurar o senso crítico pela observação e audição como formas de sensilibização.

No artigo do semanário Al-Ahram, o coreógrafo Omar Barghouti discute o significado da cultura e educação na preservação da identidade nacional e o espírito humano ao mesmo tempo. A criatividade e o aprendizado são vitais ao projeto de sobrevivência, argumenta Barghouti, descrevendo como, mesmo sob o cessar fogo, o povo da sua vizinhança de Ramallah precisa de livros, música e jogos. Mesmo nos campos de refugiados, os pais, cujas vidas e posses foram dizimadas, estão preocupados em restaurar as escolas para seus filhos. Mesmo com esta cidade ocupada e destruída, Omar Barghouti mantém sua atuação na dança.

Barghouti põe esses valores num contexto histórico. Os palestinos, forçados a fugir de suas casas em 1948, são assombrados por seu fracasso em resistir, ele diz. Ele explica que esse fracasso é atribuído à "consciência limitada" do tempo, "a qual, nesse contexto, entende-se como uma combinação de ignorância, analfabetismo, falta de aptidões essenciais, como também falta de um sentido claro de identidade. Portanto, cultivar uma tradição de educação e a prática da cultura são a chave para a sobrevivência dos palestinos como um povo: "os palestinos não podem se dar ao luxo de não fazer parte da reabilitação cultural na sua batalha ampla de reconstrução e luta pela emancipação," ele escreve. Neste ensaio comovente, Barghouti nos supre com a imagem da dança como um símbolo da sobrevivência e renovação palestina.

Nossa história sobre as danças étnicas árabes é muito mais longa, mas deixo esta contribuição para a reflexão e conto com todos para acompanharem este resgate da memória ancestral em busca da equidade social, dos valores comunitários e coletivos e da determinação de se construir uma economia justa e equilibrada como foi a dos nossos antepassados, quando a felicidade era pautada por uma "segurança alimentar" ordenada e coordenada pelas forças da natureza, com seus ciclos hidrológicos, ao cultuar a sensualidade como uma dádiva de Deus e exorcizar o erótico profanador e degradador da natureza humana.

Num tempo em que o ser humano fazia parte do ambiente e não o partia ao meio!

AMYRA EL KHALILI é profissional de danças étnicas - Mtb 11872, diretora da Cia El Khalili Arabian Dances, com três décadas de pesquisas sobre ritmos árabe-brasileiros, trabalho pelo qual foi premiada no Brasil e no exterior. É idealizadora da oficina "Dança pela água em missão de PAZ!" realizada com mulheres de diversas comunidades brasileiras. É também economista, fundadora e idealizadora do Projeto BECE (Bolsa Brasileira de Commodities Ambientais), e co-fundadora do Projeto Portas Abertas: Dois Estados para Dois Povos/Revista Caros Amigos.

O Portas Abertas é um grupo que reúne pessoas das mais diversas origens, entre brasileiros e estrangeiros, árabes e judeus, artistas plásticos, jornalistas, intelectuais de várias áreas, que visa trabalhar as relações humanas de modo a gerar um entendimento para se chegar a uma paz justa e duradoura entre israelenses e palestinos. Seu instrumento de trabalho é a cultura e sua premissa básica e imediata, a idéia de dois estados para dois povos.
Veja o documentário BEIJOS PALESTINOS

Referências
[1] Raks = dança Charq = leste, oriente. Charqi = oriental , portanto, Raqsa Ach-Charq (ou Ash-Sharq) é Dança do Oriente, Dança do Leste; Raqsa Charqyi = Dança Oriental. Raqsa Ash-Sharq é a pronuncia correta sendo Raqsa Al Sharq, para os egípcios e Raqsa Charkyi para os libaneses. Agradecimentos a Carlos Tebecherani Haddad, professor e pesquisador do idioma árabe da Universidade Católica de Santos (SP).

2 Belle Danse em francês = bela dança e Belly Dance em inglês = dança do ventre.
3 São consideradas semitas todas as tribos beduínas, incluindo-se a etnia hebraica, cuja religião é o judaísmo. Com a migração destas tribos nômades entre outras que se miscigenaram, originam-se os ciganos do Ocidente; com a perseguição dos hebreus no Oriente Médio, advém a expressão "judeu errante", ou seja, refere-se aos judeus que partem em busca de uma terra, uma nação. (Lactho Drom – Michele Ray-Gravas. La Musique des tsiganes du monde de l’Inde a l ‘Espagne).
4 O histórico das tribos beduínas está registrado na cultura oral. Encontram-se narrativas em suas músicas, nas danças, nos contos que passam de pais para filhos, nos livros sagrados como O Alcorão, nas escrituras Baha’i, na Bíblia, no Talmut etc.; encontram-se também nos poemas de Rumi, Gibran Kalil Gibran, entre outros poetas árabes e persas. Os cantos beduínos enaltecem o meio ambiente e a mulher; relatam o amor do povo nômade pelos ecossistemas desérticos e suas paixões. A cantora egípcia Om Kalthoun expressou com toda essência de sua belíssima voz a história desses povos que encantam o mundo por sua passividade, benevolência e profunda sabedoria milenar. Om Kalthoun morreu cultuada como a "Mãe do Egito". Uma feminista amada e respeitada. Jamais conseguiram fazer-lhe calar a voz!




AS DUAS JÓIAS

Narra antiga lenda árabe, que um rabino, religioso dedicado, vivia muito feliz com sua família.

Esposa admirável e dois filhos queridos.

Certa vez, por imperativos da religião, o rabino empreendeu longa viagem ausentando-se do lar por vários dias.

No período em que estava ausente, um grave acidente provocou a morte dos dois filhos amados.A mãezinha sentiu o coração dilacerado de dor.




No entanto, por ser uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com bravura.

Todavia, uma preocupação lhe vinha a mente: como dar ao esposo a triste notícia?Sabendo-o portador de insuficiência cardíaca, temia que não suportasse tamanha comoção.

Lembrou-se de fazer uma prece. Rogou a Deus auxílio para resolver a difícil questão.

Alguns dias depois, num final de tarde, o rabino retornou ao lar.

Abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos...

Ela pediu para que não se preocupasse.

Que tomasse o seu banho, e logo depois ela lhe falaria dos moços. Alguns minutos depois estavam ambos sentados a mesa.

Ela lhe perguntou sobre a viagem, e logo ele perguntou novamente pelos filhos.

A esposa, numa atitude um tanto embaraçada, respondeu ao marido:

- Deixe os filhos. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema queconsidero grave.

O marido, já um pouco preocupado perguntou:

- O que aconteceu? Notei você abatida ! Fale ! Resolveremos juntos, com a ajuda de Deus.

- Enquanto você esteve ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo! O problema é esse ! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?

- Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!... Por que isso agora?

- É que nunca havia visto jóias assim! São maravilhosas!

- Podem até ser, mas não lhe pertencem! Terá que devolvê-las.

- Mas eu não consigo aceitar a idéia de perdê-las!

E o rabino respondeu com firmeza: ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo!

- Vamos devolvê-las, eu a ajudarei. Faremos isso juntos, hoje mesmo.

- Pois bem, meu querido, seja feita a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos.

- Deus os confiou a nossa guarda, e durante a sua viagem veio buscá-los.

Eles se foram...

O rabino compreendeu a mensagem.

Abraçou a esposa, e juntos derramaram muitas lágrimas.

O conto é um meio para operar magicamente o mundo


Há muitos e muitos anos, quando as estrelas ficavam bem pertinho da terra, os saberes dos grupos primitivos eram repassados àqueles que estivessem prontos para ser iniciados por intermédio de determinados mitos e histórias escolhidos pelo orador do clã. Naquele tempo, a narrativa também fazia parte do cerimonial de iniciação e estava vinculado à pessoa que possuía os contos como amuleto: o conto é uma espécie de amuleto verbal, um meio para operar magicamente o mundo. A tradição oral, como ato de falar, resgata o melhor das velhas tradições e os aspectos mais basicamente humanizadores da convivência. A oralidade envolve o corpo que fala, por isso é mais sensual que a escrita; talvez tenha sido por isso que todas as tradições tenham dado um valor fascinante às realizações da voz. O outro ingrediente das manifestações orais é a face a face.


Vimos que no princípio, “Falar” (narrar) era tudo, até que os tempos ensinaram que muitas palavras o vento leva. Apesar da importância e reconhecimento do poder da narrativa, tornou-se mister registrar esses eventos preciosos e com isso até prender as histórias ao papel, até porque não se tratava de qualquer palavra, não se tratava de qualquer história. Ao que parece outra necessidade intrínseca do homem é deixar a sua marca, é contar a sua história através da grafia, dos desenhos, da dança, das imagens simbólicas.

Fonte: Contar Histórias, de Alessandra Giordano, editora Artes Médicas
Foto: Marlene Bergamo, Quilombo Cafundó

O Alfaiate Desatento


Era uma vez, a menos de mil quilômetros daqui, um alfaiate viúvo que vivia com a filha pequena... Apesar de ser um ótimo artesão, era uma pessoa que não prestava atenção em algumas coisas.

Assim, costumava sair à rua com a mesma roupa velha, todas esfarrapadas, que usava o dia in­teiro dentro de casa.



As pessoas comentavam: "Um homem que anda tão mal vestido, não pode ser um profissional competente. Esse alfaiate não deve ser bom".

Os comentários se espalhavam, e ninguém mais encomendava roupas para o alfaiate, que foi ficando pobre. Um dia, sua filha disse: "Pai, não temos quase nada para comer. O senhor precisa fazer alguma coisa, senão vamos morrer de fome".

O alfaiate foi até' o sótão da casa, onde fazia muito tempo guardava coisas que considerava sem utilidade. Ao remexer nas pilhas empoeiradas, descobriu que entre elas havia objetos de valor. Ele nem se lembrava mais quando os tinha posto ali, nem por quê. Juntou uma porção desses objetos num carrinho e foi vendê-los no mercado da cidade. Com o dinheiro que recebeu, comprou comidas deliciosas para ele e para sua filha.


No caminho de volta para casa ele viu, pendurado na porta de uma tenda, um tecido magnífico, como nunca ti­nha visto. Era inteiro bordado com fios de todas as cores do arco-íris, formando várias figuras distintas. Nele também havia padrões ornamentais com fios de ouro e prata entrelaçados que brilhavam à luz do sol. O alfaiate, maravilhado, resolveu comprar aquele tecido com o dinheiro que havia sobrado.
Assim que chegou em casa, esticou o tecido sobre a mesa,
pensou um pouco, e depois cortou e costurou um belíssimo manto que quase arrastava no chão

Quando saiu à rua com aquele manto, as pessoas o rodearam e perguntaram:


- Onde foi que você comprou este manto? No Orien­te, na ilha de J ava?
- Não - respondeu o alfaiate. - Eu mesmo o fiz.
- Então, nós também queremos um manto lindo como este.

E foram levar tecidos para ele, formando uma fila à porta de sua casa. Eram tantas pessoas, e tantos mantos eles fez, que acabou ficando rico.
Mas ele era uma pessoa que não prestava atenção em algumas coisas. Ele não tirava seu manto: costurava com ele, fazia comida, cuidava do jardim.

Passou-se muito, muito tempo. O manto ficou velho e estragado. As pessoas, vendo-o tão mal vestido na rua, começaram a achar que ele não devia ser um bom profis­sional. E deixaram de fazer encomendas. E ele ficou pobre outra vez.

Certo dia, não tendo nada para fazer, o alfaiate ficou observando o manto e descobriu que ainda havia um pedaço do tecido que não estava estragado. Pôs o manto sobre a mesa, cortou as partes rasgadas, desmanchou as cos­turas, pensou um pouco e fez um lindo casaco, com uma gola enorme.

Quando saiu com o casaco, as pessoas queriam saber: - Onde foi que você comprou este casaco? Na Aus­trália, no pólo norte?



- Não, eu mesmo o fiz.

E foram tantas encomendas de casacos, que o alfaiate ficou rico outra vez.
Mas continuava sendo aquele homem que não prestava atenção em algumas coisas. A qualquer tipo de comemo­ração - casamento, batizado, enterro, festa de aniversário -lá ia ele com o casaco.

Passou-se muito, muito tempo. E o casaco ficou todo esburacado, cheio de manchas. Ninguém mais fazia en­comendas. Ele ficou pobre. Percebendo que o casaco ainda tinha um pedaço bom de tecido, o alfaiate o desmanchou e fez um colete tão lindo que todos na rua lhe perguntavam:


- Onde foi que você comprou este colete? No Afe­ganistão? Na Terra do Fogo?
- Não, eu mesmo o fiz.


E com tantas encomendas de coletes, o alfaiate ficou rico. Mas, não sei se já lhes contei, ele era uma pessoa que não prestava atenção em algumas coisas. Não tirava o colete para nada, nem mesmo para tomar banho.


Passou-se muito, muito tempo. E o colete ficou em petição de miséria. Pobre mais uma vez, o alfaiate aproveitou o pequeno pedaço de tecido do colete que ainda estava per­feito e sabem o que ele fez? Uma gravata-borboleta. Mas não era uma gravata qualquer. Era tão linda e brilhava tanto, que todos queriam gravatas como aquela.


Depois de muito trabalhar, ele acabou ficando rico. E não deixava de ser aquela pessoa que Não P... A... em A ... Coisas. Nem para dormir ele tirava a gravata.
Passou-se muito, muito tempo. E a gravata ficou torta, ensebada, irreconhecível. O alfaiate ficou pobre 0:-rtra vez, já que ninguém mais lhe fez encomendas.


(Não se preocupem, o conto já está chegando ao fim.)


O alfaiate ainda descobriu na gravata um pedacinho de tecido que podia servir para alguma coisa. E então fez um superutrabelíssimo botão, bem redondo, que costurou na sua roupa velha, no meio do peito. Ninguém notava os farrapos que ele vestia; o botão era tão brilhante e magnífico que todos queriam botões como aquele. E tantos ele fez, que ficou rico.
Mas continuava sendo aquela pessoa que N Prestava A em A C. Por muito, muito tempo. E ele foi pobre.
Desmanchou o botão e ainda sobrou um pedacinho de tecido bem pequenininho, que conservava intactos alguns padrões de fios dourados e prateados, entremeados com to­das as cores do arco-íris, que brilhavam intensamente.


O que o alfaiate fez com aquele pedaço minúsculo que sobrou do magnífico
tecido?

Pois o contador de histórias que narrou este conto para mim disse que cada um de nós é que tinha que inventar no que o alfaiate transformou aquele paninho precioso, porque esta é uma história que continua com cada um.
Existem muitas formas de contar a história desse alfaiate.
É por causa dele e do seu botão que este conto sempre foi ­lembrado e continuará sendo contado para sempre, noite e dia, em qualquer lugar do mundo onde haja gente.
Porque sempre vão existir pessoas que não prestam atenção em algumas coisas.
E sempre vão existir coisas que guardam seu brilho num lugar cada vez menor e mais profundo.



LANÇAMENTO DO LIVRO CADERNOS NEGROS VOLUME 31 - POEMAS AFRO-BRASILEIROS



DIA 18 DE DEZEMBRO DE 2008
ÀS 19H30
LOCAL: FACULDADE DAS AMÉRICAS
R. AUGUSTA, 973 (a três quadras do metrô Consolação)


Autores:Ademiro Alves (Sacolinha), Claudia Walleska, CutiDirce Pereira do Prado, Edson Robson, Elio FerreiraEsmeralda Ribeiro, Fausto Antônio, Jamu MinkaLuís Carlos de Oliveira, Márcio Barbosa, Mel AdúnMiriam Alves, Mooslim, Rubens Augusto, Ruimar BatistaSergio Ballouk, Sidney de Paula Oliveira, Tico de SouzaPerformance das atrizes Mafalda Pequenino e Luciana Santos.Participações especiais: Helton Fesan e Johnson Light.

Prato do Dia: Pretume – 7 Contos/Meia Porção,
com Cuti e Raphão Alaafin.
Preço de lançamento do livro: R$ 20,00

A Biblioteca de Alexandria


Em tempos longínquos, a grande biblioteca de Alexandria pegou fogo. Apenas um único livro se salvou. Era um livro comum, enfadonho e desinteressante, por isso foi vendido por alguns centavos a um homem pobre que mal sabia ler.

Ora, aquele livro que parecia enfadonho e desinteressante era, com muita probabilidade, o mais valioso livro do mundo, pois na última página estavam rabiscadas, em grandes letras redondas, algumas sentenças que continham o segredo da Pedra de Toque – um pedregulho que podia transformar em ouro puro tudo o que tocasse.

O texto declarava que a preciosa pedrinha jazia em algum lugar da praia do Mar Negro entre milhares de outros pedregulhos exatamente iguais a ela, exceto por um único pormenor: enquanto os pedregulhos eram frios ao toque, ela era quente como se estivesse viva.

O homem pobre alegrou-se com sua boa sorte. Vendeu tudo o que tinha, tomou emprestada uma grande soma em dinheiro que, calculava, o manteria por um ano, e partiu para o Mar Negro. Lá armou uma tenda e iniciou a paciente tarefa de procurar a Pedra do Toque.

Ele trabalhava da seguinte maneira: pegava uma pedrinha; se fosse fria ao toque não a jogava à praia, porque, se o fizesse, acabaria levantando e apalpando a mesma pedra dezenas de vezes. Não, ele a jogava no mar

Todo o dia, por horas a fio, perseverava em sua tarefa: erguia um pedregulho e se lhe parecia frio ao toque o jogava no mar, erguia outro... E assim sucessivamente, num esforço repetitivo e sem fim.

Passou uma semana, um mês, oito meses, dez meses... Todo um ano se passou nesta tarefa. Então, tomou mais dinheiro emprestado e continuou neste empenho, por mais dois anos. Trabalhava ininterruptamente: erguia uma pedrinha, apalpava e, se estava fria, atirava-a ao mar. Hora após hora, dia após dia, semana após semana, Mês após mês, ano após ano, como um autômato. E nada da Pedra de Toque.

Uma tarde ergueu uma pedra e... Ela estava quente ao toque ! Mas a força do hábito era tanta que a lançou ao Mar Negro !

Conto sufista

10/12/08 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Que os povos de todo o mundo possam compor e cantar suas histórias, diferentes e igualmente encantadoras.

Feira Preta vem em dobro em 2008

A cidade de São Paulo será novamente palco de uma das mais tradicionaisfestas da cultura negra brasileira.

A 7ª edição da FEIRA CULTURAL PRETA acontece nos dias 13 e 14 de dezembro, das 12h às 22h, no Palácio das Convenções do Anhembi, com shows da banda colombiana Chocquibtown, do cantor Walmir Borges e de Dona Ivone Lara. Reconhecida por unir música, dança, moda, culinária, literatura, cinema eoutros elementos da cultura negra em um só local, a FEIRA PRETA recebeu nos últimos seis anos mais de 57 mil visitantes. Em 2008, a expectativa é de quecerca de 16 mil pessoas acompanhem as atividades.
O tema desse ano é "Qual o espaço da cultura negra hoje?", com especialparticipação feminina na programação. Artistas plásticas, escritoras,cineastas, religiosas, estilistas e dançarinas, entre outras representantesartísticas, estarão reunidas para celebrar a cultura afro-brasileira em uma verdadeira homenagem à mulher negra. "A estrutura da família afro-brasileiraé matriarcal. São elas que sustentam a maioria dos oito milhões deafro-descendentes que estão na classe média.
Acreditamos que a identidade da mulher negra passa por um processo de redefinição, rompendo barreiras que alimitam a determinados espaços e se redescobrindo como cidadã, contra todosos paradigmas pré-estabelecidos", afirma Adriana Barbosa, idealizadora daFeira Preta.Teatro, rodas de dança interativa e de samba e oficinas de reciclagem, de máscaras africanas, tambores e de hip hop serão algumas das atrações dessa edição. Haverá ainda exposições, sarau literário, mostra de filmes e aula desamba-rock. No palco principal, shows da banda colombiana Chocquibtown, do cantor Walmir Borges e de Dona Ivone Lara.

Interatividade é uma das palavras-chave nesse ano, com o público sendo convidado a se expressar em oficinas, bate-papo, desfiles e manifestações culturais. Na Passarela do Povo, os visitantes é que vão ditar as tendênciasda moda, desfilando com roupas e estilos de penteado próprios. No Palco Alternativo, o espaço estará livre para experiências sonoras e artistas independentes. E no Púlpito da Preta, o microfone ficará aberto para expressão de idéias.Buscando aprofundar a reflexão e discussão sobre empreendedorismo, pela primeira vez a FEIRA PRETA trará uma série de palestras sobre o tema, ligadas ao Programa Qualifica, promovido pela Pretamultimídia. A idéia é darsubsídios no que diz respeito a técnicas de produção, venda e administraçãoe ao aprimoramento do trabalho de empreendedores negros ou que trabalham comprodutos voltados para esse segmento étnico, além de criar uma ponte comgrandes empresários.Confira a programação completa:

SÁBADO, 13 DE DEZEMEBRO

  • Palco da Preta (Hall Viveiro)
  • Mestre de Cerimônia Max (Grupo DMN)
  • Teatro e Sire religioso infantil com as crianças da Associação cultural AfroOgum L' Ade
  • Grande Roda de Danças Interativas com o Grupo Afro Umoja
  • Discotecagem DJs MF e Puff
  • Festa do DJ Hum
  • Show Internacional com a Banda Colombiana Chocquibtown

  • Degustasom Boteco Vila do Samba (Hall Externo)
  • Roda de Samba com os Amigos do João e convidados

  • Oficinas Culturais (Hall Nobre)
  • Oficina de Reciclagem Brinquedoteca Preta Pretinha
  • Oficina de Máscaras Africanas
  • Oficina de Tecido Afros - JaergertonOficina de Hip Hop
  • Oficina de Tambores com o Percussionista Zé Benedito

  • Exposições PermanentesPrêmio Educar pela Igualdade Racial - CEERT
  • Telas do Artista Plásticos Guilherme Scabim
  • Exposição interativa cultural e educativa sobre a religião Nagô (Candomblé)
  • Cultura Livre (atividade interativa)

  • Intervenções Culturais
  • Sarau literário

  • Palco FNAC (Experimentações Sonoras)
  • Performance de DJ + Tambores + Artes Plásticas (Guilherme Scabin)
  • Discotecagem DJ Vivian MarquesIntervenções Eletrocooperativa

  • Sala Reflexão
  • Roda de Conversa sobre Diversidade, Empreendedorismo e Juventude

DOMINGO, 14 DE DEZEMBRO

  • Palco da Preta (Hall Viveiro)
  • Ato Ecumênico Inter-religioso, seguida de intervenção religiosa com ascrianças
  • Discotecagem com Tony Hits e aula de samba-rock com prof. Moskito
  • Intervenção com desfile do público da Feira PretaShow Walmir Borges Show Dona Ivone Lara

  • Escola de Samba Tom Maior
  • Degustasom Boteco Vila do samba (Hall Externo)
    Roda de Samba com os Amigos do João e convidados

  • Oficinas Culturais (Hall Nobre)
  • Oficina de Reciclagem Brinquedoteca Preta Pretinha
  • Oficina de Máscaras AfricanasOficina de Tecido Afros - Jaergerton
  • Oficina de Hip Hop
  • Oficina de Tambores com o Percussionista Zé Benedito

  • Exposições Permanentes
  • Prêmio Educar pela Igualdade Racial - CEERT
  • Telas do Artista Plásticos Guilherme Scabim
  • Exposição interativa cultural e educativa sobre a religião Nagô (Candomblé)
  • Cultura Livre (atividade interativa)

  • Intervenções Culturais
  • Sarau literário Elizandra e Akins
  • Tarde de autógrafos com a cantora Paula Lima

  • Palco FNAC (Experimentações Sonoras)
  • Performance de DJ + Tambores + Artes Plásticas (Guilherme Scabin)
  • Discotecagem com DJ PuffIntervenção Eletrocooperativa

Filmes

  • Zumbi Somos Nós Iyalode - Damas Sociedade
  • Mostra Marco Universal (Parceria Centro Cultural da Espanha)
  • Obras Raras - O Cinema Negro da Década de 70

Serviço

Feira Preta

13 das 13h às 22h e 12 das 12h às 22 de Dezembro no Anhembi

Palácio das Convenções - Anhembi - São Paulo

Telefone (11) 3031-2374 e 8336-1012

Catraca Livre

Universia lança blog Catraca Livre para
disseminar cultura e educação em São Paulo

Parceria entre o Portal, a UNIESP e o jornalista Gilberto Dimenstein,
aproximará os jovens do universo das artes

Transformar a cidade de São Paulo em sala de aula ao ar livre, levando arte, cultura e informação, de forma acessível, a um grande número de pessoas. Esse foi o objetivo do jornalista Gilberto Dimenstein ao lançar, em parceria com a UNIESP (União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo), o site Catraca Livre (www.catracalivre.com.br), que reúne informações sobre entretenimento e eventos culturais a preços populares ou gratuitos.
Dentro de sua linha estratégica de apoio às redes sociais, o Universia firmou parceria com Gilberto Dimenstein e com a UNIESP e lançou em seu portal o blog do Catraca Livre, com o intuito de ser um espaço interativo de divulgação de notícias sobre as atividades culturais da cidade de São Paulo. Além disso, a idéia é que o blog estimule os universitários, para que criem seus próprios espaços de divulgação de informações artísticas e culturais, relacionadas à sua cidade ou universidade, multiplicando a iniciativa por todo o País.

“Para o Universia é muito importante apoiar iniciativas como o Catraca Livre, que dissemina o conhecimento e leva, sem distinção, informações sobre arte, cultura e entretenimento, a todas as classes sociais. O blog Catraca Livre, disponível dentro do portal Universia, será uma importante ferramenta de inclusão”, afirma Alina Correa, Diretora Geral do Universia Brasil.
O jornalista Gilberto Dimenstein acredita na difusão de sua idéia para todos os públicos. “O Catraca Livre é uma forma de jornalismo comunitário para transformar a cidade numa constante experiência de aprendizado para todos. A presença do blog no Universia permitirá que toda essa grande rede de contatos usufrua e divulgue essas informações”, diz.

Para Fernando Costa, Presidente da UNIESP, o Catraca Livre é um projeto inovador. “Essa parceria contribuirá muito para a sociedade. Traremos para a sala de aula da universidade todo o potencial cultural da cidade de São Paulo, inovando na forma de ensinar, com apoio dos nossos docentes”, aponta.

Para conhecer as manifestações culturais na cidade de São Paulo, acesse o blog Catraca Livre no endereço http://blogs.universia.com.br/catracalivre

A cor da escola


Livro resgata as primeiras imagens de professores e alunos negros


Foi estudando para sua tese de doutorado em Educação, concluída na UFRJ, que a pedagoga Maria Lúcia Rodrigues teve a sorte de esbarrar com fotos do fim do século XIX e início do XX, que comprovavam - ao contrário do que pensavam alguns estudiosos - que a inclusão de professores negros nas escolas aconteceu bem antes de 1960. Lúcia não consegue precisar exatamente quando isso de fato ocorreu, mas assegura que tenha sido antes mesmo do fim da escravidão. As imagens guardadas pela pesquisadora ao longo de dez anos foram transformadas no livro "A cor da Escola - Imagens da Primeira República" (Ed.UFMT / Estrelinhas), lançado na última semana.
" Entre 1910 e 1930 ocorreu um processo de branqueamento das posições de prestígio e das salas de aula. "


O exemplar é recheado de 54 fotos raras e inúmeros textos que contam a história dos primeiros professores e alunos negros nas escolas da Primeira República (1889 a 1930), nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso. De acordo com Lúcia, naquela época os negros ocupavam cargos de destaque nas escolas públicas - eram diretores, por exemplo - e representavam boa parte do quadro de docentes. Da mesma forma, alunos brancos e negros dividiam a mesma sala de aula, em semelhante proporção.


"- Escrevi diversos artigos sobre o assunto e as pessoas diziam que eu era louca, que os negros só começaram a estudar para ser professor na década de 1960. Então, me senti desafiada a provar aquilo. Demorou dez anos, desde o dia que achei a primeira foto, mas aí está o resultado - comemora Lúcia, que é pesquisadora associada do Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira, da UFF, e professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT)".


Reforma educacional afasta os negros das escolas


Segundo a pesquisadora, mesmo antes do fim da escravidão, o Brasil tinha milhares de negros livres que se preocupavam com a educação de seus filhos ou se destacavam no magistério. No entanto, como comprovam as imagens do livro, eles foram desaparecendo aos poucos, até se tornarem uma pequena minoria nas escolas públicas da época.
- Entre 1910 e 1930 ocorreu um processo de branqueamento das posições de prestígio e das salas de aula. Muitos intelectuais achavam que a solução para o desenvolvimento do Brasil era a imigração da população européia. Então, foram criadas regras para afastar os negros.
As normas fizeram parte de uma reforma educacional brasileira do início do século passado, que no Rio aconteceu em 1927. Pelas regras implementadas, professores com mais de quatro obturações dentárias, sem algum dos dentes, ou não nascidos na cidade do Rio de Janeiro não eram aceitos nas escolas. Além disso, foi criado um programa de estímulo à aposentadoria, conta Lúcia.
- Com os alunos, o processo foi parecido. Eles precisavam preencher um formulário escolar que mais parecia uma ficha médica, que acabava por discriminar os mais pobres, em sua maioria negros.


Cotas contribuem para a formação de uma elite negra, dia Lúcia


O resultado dessa política, a professora acredita, é sentido ainda hoje no reduzido número de negros no magistério - apenas 4,3%, segundo dados do último Censo - e nas universidades. Para resolver o problema, ela se diz a favor da reserva de vagas para estudantes negros, adotada por algumas instituições, entre elas a Uerj.
- Pesquisas já comprovaram que os cotistas não diminuíram a qualidade do ensino dessas universidades. Pelo contrário, eles são os mais esforçados. As políticas afirmativas são essenciais para que criemos uma elite negra no país. Se elas não são a solução definitiva, são pelo menos a temporária - defende.


Marcio Alexandre M. Gualberto
Coordenador Nacional de Política Institucional do
Coletivo de Entidades Negras - CENRede Social Religiosidade Afro-Brasileira -
http://religiaoafro.ning.com/

O Portal de Revistas da USP

A USP oferece, desde o início de novembro, um portal que dá acesso, via internet, ao texto completo das revistas produzidas pela Universidade e credenciadas pelo Programa de Apoio às Publicações Científicas Periódicas da Instituição. Trata-se do Portal de Revistas da USP (www.revistasusp.sibi.usp.br), uma biblioteca eletrônica com acesso gratuito.O Portal de Revistas da USP disponibiliza, inicialmente, o acesso a trinta títulos e prevê a inclusão dos demais títulos já credenciados e outros que irão se somar à medida que atenderem os critérios de credenciamento do programa. Trata-se de uma boa dica para pesquisas e acesso a materiais com informações valiosas. Aproveite!

A CAIXA DE PANDORA



A história que vamos contar passa-se no Olimpo, morada dos deuses, em uma época em que só existiam coisas boas. O céu estava sempre azul, os rios sempre limpos e claros, com peixinhos multicoloridos nadando alegremente. Das árvores frondosas pendiam cachos de frutas doces e deliciosas e as flores, sempre viçosas, enfeitavam o gramado de um verde-turquesa claro. As pessoas viviam felizes e desconheciam doenças e as tristezas próprias dos seres humanos, como inveja, preguiça, medo e intolerância, dentre tantas outras.

No Olimpo, quem reinava era Zeus, rei dos importais, “todo poderoso”, que tinha completo domínio não só sobre os animais e as plantas, mas também sobre todas as pessoas que habitavam a Terra. Até que nasceu Prometeu (que em grego quer dizer “premeditado”), que de todos os Titãs imortais era o mais esperto. Era defensor da humanidade e ensinou aos seres humanos, pobres mortais, o dom do pensamento, muitos ofícios e habilidades, dentre elas o estudo das estrelas e o seu uso para navegação.

Um belo dia Prometeu roubou o fogo do carro do Sol e levou-o para a terra, e depois ensinou a humanidade a usa-lo para se aquecer e cozinhar. Quando Zeus olhou para a Terra e viu o brilho das fogueiras, ficou muito abalado, temendo que, tendo o domínio do fogo, Prometeu viesse também a dominar o Olimpo. Resolveu subjuga-lo antes que fosse tarde demais.

Como a melhor forma de subjugar um homem é uma mulher, ele pediu ajuda para outros deuses, para criarem a mulher perfeita. A primeira chamada foi Afrodite, a deusa da beleza, que contribuiu moldando um rosto delicado enfeitado com olhos infinitamente azuis e cabelos negros e sedosos, e um corpo perfeito recoberto de pele macia.
Apolo deu-lhe voz de mel, bonita e suave.
Hermes, mensageiro dos deuses, tratou de ensinar-lhe como usar a bonita voz para convencer as pessoas.Por último:
Eros, deus do amor, ensinou-lhe técnicas de conquista às quais seria impossível resistir.
Seu nome: Pandora (que significa bem dotada) Aí estava a mais perfeita das mulheres que o Olimpo tinha visto.

No dia em que Pandora saiu para procurar Prometeu, Zeus entregou-lhe uma caixa construída de um material vermelho, brilhante e ao mesmo tempo macio, até então desconhecido. Era adornada com rosetas de ouro e pedras preciosas, mas o principal era que essa caixa, misteriosamente, exercia um encantamento que tornava quase impossível desviar os olhos dela.

E, com ar de seriedade, deu a Pandora as seguintes instruções:

- Sua tarefa é levar esta caixa a Prometeu. Para cumpri-la, não meça esforços. Você foi criada para isso! Somente ele deverá abri-la. Mesmo que isto demore muito, nunca deixe outra pessoa se aproximar da caixa. Somente Prometeu poderá lidar com seu conteúdo.

E lá se foi a insinuante Pandora com sua caixa, espalhando beleza e perfume por onde passava.

Prometeu ficou muito impressionado com a beleza da moça e sua conversa interessante, mas a caixa passou-lhe despercebida. E tampouco passou por sua cabeça a idéia de se encontrarem novamente ou pedi-la em casamento, conforme esperava Zeus.

O tempo foi passando e Prometeu, a julgar pelo seu comportamento e suas falas, havia-se esquecido de Pandora. O mesmo não aconteceu com Epimeteu (que em grego quer dizer o que pensa depois). Este, depois que colocou os olhos em Pandora, nunca mais pôde tira-la de sua cabeça. Sua beleza insinuante era presença constante em seus sonhos. E a misteriosa caixa aguçava a sua curiosidade ao ponto de que daria qualquer coisa para poder simplesmente toca-la.

Como Pandora não conseguia nada com Prometeu, julgou que poderia se aproveitar da paixão que Epimeteu tinha por ela e com ele se casar. Dessa forma teria mais chances de se aproximar do irmão e entregar-lhe a caixa. De qualquer maneira, a sua missão estaria cumprida.

Para colocar seu plano em ação, bastaram alguns olhares e Epimeteu julgou-se o mais feliz dos homens: além de ter a bela mulher que desejava, teria a chance de descobrir o conteúdo da caixa que ela cuidadosamente levava.

Após as bodas, celebradas com grande festa, Epimeteu pediu que Pandora lhe mostrasse a caixa e, nesse momento, ela revelou seu segredo:

- Você não pode abri-la, ela pertence a outra pessoa. Vou guarda-la em um cômodo seguro em nosso palácio, até que chegue o momento de entrega-la ao seu verdadeiro dono, que a abrirá, e assim todos saberemos o que ela contém.

Isto não seria fácil para o curioso rapaz: dia após dia ele parava na porta do quarto onde se encontrava a caixa e lá ficava admirando-a e imaginando o que ela conteria.
Após alguns meses, a ousadia fez com que Epimeteu entrasse no salão para mais de perto admirar os contornos da caixa e seus delicados desenhos, e ficar sonhando com o dia que seu misterioso dono aparecesse e revelasse o seu conteúdo.

- Mas que mal haveria se eu a tocasse? Eu não posso abri-la, mas tocá-la, certamente, eu posso.

E seu próximo passo, foi deleitar-se acariciando o tecido suave que revestia o objeto.

Sem que Pandora percebesse qualquer coisa, o salão que guardava sua caixa passou a ser o aposento preferido do marido, lá ele ficava horas acariciando e conversando baixinho com a caixa. Nos momentos de maior curiosidade ele arriscava abrir um pouquinho, outras vezes a sacudia, tentando escutar seus barulhos, sentir um odor, descobrir pelo menos uma pista.

Certo dia, ao fazer suas manobras costumeiras de revirar e abrir parte da caixa, uma fumaça preta começou a sair dela. Isto fez com que a curiosidade vencesse Epimeteu que, não resistindo mais , finalmente a abriu.

Um estampido ensurdecedor se fez ouvir por todo o palácio, e fez com que as pessoas começassem a chorar de dor. A fumaça que saia da caixa elevava-se grudenta ao teto e, lá chegando, transformava-se em monstros alados, pretos e fétidos, que saíam voando pelas janelas.

Esses pássaros invadiram todo o Olimpo, queimando as árvores e os gramados, fazendo as flores murchar, calando e matando os passarinhos. As pessoas começaram a adoecer e envelhecer. Com raiva umas das outras, passaram a brigar e a se matar entre si..

O que foi que eu fiz? Chorava Epimeteu, sentindo o seu corpo sujo e dolorido. Suas mãos rachadas e ensangüentadas não conseguiam achar a tampa da caixa para fecha-la e fazer parar de sair a maldita fumaça que estava empestando tudo e trazendo todo tipo de desgraça, antes desconhecida no Olimpo.

- Mais prudente seria que eu me matasse, pensou, pois sou o mais desgraçado dos homens e não sei mais o que fazer.
- Após ter devassado campos e pessoas, a fumaça começou a diminuir. No meio das ruínas do Palácio, sobre a lama espessa e gomosa, restava o pobre e arrependido Epimeteu. Finalmente, tudo acabou.
- Quando Epimeteu pôde controlar seus soluços desesperados, ouviu uma batida fraquinha dentro da caixa.
- Não pensou ele, desta vez não me deixarei levar pela curiosidade. Não quero nem saber o que ocorre dentro desta caixa infeliz.
- Toc, toc, toc, por favor, deixe-me sair!
- Que vozinha é essa? Que haverá ainda dentro dessa caixa?
- Toc, toc, toc, por favor, imploro, deixe-me sair. Não poderei fazer mal maior do que aquele que já foi causado!
- É, a voz tem razão, pensou Epimeteu, o que poderá acontecer de pior? E assim pensando, com as mãos trêmulas e ensangüentadas, abriu a caixa, tampando os olhos para não ver novamente a terrível fumaça.

Mas, para a sua surpresa, em lugar da fumaça mal cheirosa ele viu um clarão intenso, de um delicado e suave tom verde. Aos poucos, no interior da fumaça esverdeada, começou a se formar uma figura brilhante. Era uma mulher de expressão bondosa, vestida de esvoaçantes véus verdes e trazendo uma cesta nas mãos. Nela se encontravam minúsculos pacotinhos, também verdes, cada um deles brilhando com uma luz própria.

- Quem é você? Perguntou Epimeteu com a voz ainda trêmula.
- Eu sou a Esperança!
- Esperança, o que é isso?

- É aquela que aparece quando tudo parece desabar à sua volta, quando parece que o mundo vai terminar. É aquela com quem você sempre pode contar.

- Vocês não a conheciam, tinham tudo mas não tinham a esperança. A Caixa de Pandora trouxe a desgraça e a doença, mas junto com tudo isso, acabou trazendo a esperança. Não há mal suficiente para me barrar, eu sempre existirei e aparecerei para recomeçar e acreditar que tudo vai e pode melhorar!

Dizendo isso, ela ofereceu a sua cesta brilhante à Epimeteu e disse:

- Vá, distribua a esperança para seu povo. Estes homens conheceram os tormentos do mal, é hora de se alimentarem e se tornarem fortes para perseguirem novamente a felicidade!

Epimeteu se pôs em pé e seguiu, cheio de esperança, para cumprir as ordens da senhorita de verde.


Fim

Participe da Semana do Vídeo Popular

PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DO VÍDEO POPULAR
O TEMPO TODO Festa do Rolo, todos poderão trocar vídeos, poesia, música...

SEXTA-FEIRA - 28/11/2008
19h - ABERTURA - Exibições de curtas produzidas pelos grupos que participam do movimento do vídeo popular em São Paulo e abertura da feira do rolo.

EXIBIÇÃO DO VÍDEO POPULAR - PROGRAMA 1
O que pode ser diferente - Realização Coletiva, 15', São Paulo/SP, 2008
Real Conquista - Movimento do Vídeo Popular, 12', Goiânia/GO, 2008
Na real do Real - Favela Atitude, 10', São Paulo/SP, 2008
Narrativas da Sé - Diogo Noventa, 20', São Paulo/SP, 2008

SÁBADO - 29/11/2008
14H - DEBATE ABERTO. Entre os presentes:- Luiz Fernando Santoro- Wilq Vicente – mediador/apresentação da nossa caminhada
além de diversos coletivos audiovisuais!

19H - EXIBIÇÃO DO VÍDEO POPULAR - PROGRAMA 2
Paralelo: espasmos de realidade - NCA – Núcleo de Comunicação Alternativa, 17', São Paulo/SP, 2006
Azia Amazônica - Jussara Félix Figueiredo, 4', São Paulo/SP, 2008
Se eu não puder falar eu grito: a Brasilândia tem fome de direitos - Realização Coletiva, 10', São Paulo/SP, 2006Desencontros - Coletivo Fabicine, 10', São Paulo/SP, 2007
Marcha dos 5000 - MTST, 9', São Paulo/SP, 2007
Difusão Comunitária Heliópolis - Nossa Tela, 12', São Paulo/SP, 2008

DOMINGO - 30/11/2008
14H - DEBATE ABERTO. Entre os presentes:
- Altair Moreira – Secretaria Estadual de Cultura – Projeto Fábrica de Cultura- Celso Santiago – Coordenadoria de Cultura dos CEU's (a confirmar)- Nabil Bonduki - vereador (um dos proponentes do Programa VAI)
- Luis Eduardo Tavares - Instituto Pólis - mediador
além dos coletivos audiovisuais

19H - EXIBIÇÃO DO VÍDEO POPULAR - PROGRAMA 3
Negro Drama - Cláudio Nunes, 25', São Paulo/SP, 2008
Espaguete a brasileira - Instituto Criar, 9', São Paulo/SP, 2007
A casa caiu - Cine Favela, 15', São Paulo/SP, 2007
Arte na Rua Keller - Oficinas Kinoforum, 5', São Paulo/SP, 2008
Uma velha bola murcha - Graffiti com pipoca, 5', São Paulo/SP, 2007
Solitude pontocom - Rodrigo Ribeiro, 15' min, São Paulo/SP, 2008
O Preço da luz é um roubo - Brigada de Audiovisual da Via Campesina, 9', São Paulo/SP, 2008

Semana do Vídeo Popular Dias 28, 29 e 30 de novembro
Local:Galeria Olido, Av. São João, 473
Informações: videopopular@gmail.com

Fadas negras nordestinas

Eu quero uma história nova
Não este conto de fadas brancas e ordinárias
Donas de nossas façanhas.
Eu quero um direito antigo
Engavetado em discursos
Contidos, paliativos
(cheios de maçãs e peras)
Bordados de culpa e crimes

Eu quero de volta, de pronto
As chaves dessas gavetas
Dos arquivos trancafiados
Onde jazem meus heróis
Uma “nova” história velha
Cheia de fadas beiçudas
Fazendo auê, algazarras
Com argolas nas orelhas,
De cabelo pixaim
Engasgando príncipes brancos
Com talos de abacaxi

Nossos Pés

Os pés da gente
Recebem do chão um fato
Uma nota, informação
Seja lá de quem, onde for.
Pelos pés
Os ancestrais se comunicam
Elevam elegun como pégasos
Estufam o peito, ou dobram a planta
Ou a ponta, quem sabe?
São capazes de ceifar, arremessar
Se fazem de outro pela metade
Impingem a vingança ou riso
Se dizem peixes e orientam
A queda, a varredura e...zap !
São assim os pés da gente
Capazes de nos levar, nos conduzir
Impor, fazer o sonho...
Ou esmo ancestralizar.
Ah, como são maravilhosos
Esses nossos pés pretos!

Lepê Correia - Caxinguelê

II Bahia Afro Film Festival

O Festival Luz, câmera, ação. Salvador já está pronta para receber o II Bahia Afro Film Festival, Festival Internacional de Cinema Afro, que será realizado de16 a 21, Dezembro de 2008, logo-após a passagem das comemorações do dia Nacional da Consciência Negra, estendendo assim uma homenagem ao grande herói Zumbi dos Palmares, promovendo um reflexão em torno da data mais importante para o calendário afro- descendente no Brasil.

Imagine Todo Povo Afro Juntos

O Bahia Afro Film Festival é um projeto da Casa de Cinema da Bahia, dirigida pelo cineasta Lázaro Faria e tem como principal objetivo divulgar, integrar e promover discussões em torno da produção de cinema e vídeos nacionais e estrangeiros, que tenham o povo afro-descendente como tema principal. O lema do Festival coordenado por Adailton Borges (Dhay) é "Imagine todo povo Afro juntos" - para registrar a mobilização cinematográfica da cultura afro-brasileira no territótio nacional.

Para tanto, propõe mundializar essa campanha a partir da cidade do Salvador/Bahia, trazendo e usando como recorte a experiência e sabedoria africana que hoje possuem um dos maiores pólos de cinema Ênfase será dada a essa experiêcia e suas influencias na diáspora africana no mundo e sincretismo cultural e preservação das raizes e valores.

Para o presidente da Casa de Cinema da Bahia, Lázaro Faria, a comunidade afro-descendente já merecia - há muito - um festival internacional como este. " É um povo que veio como escravo, despojado de roupas, auto estima e chegou aqui para construir e refazer sua vida. E fizeram isso com uma alegria e uma beleza genial", opina Faria, que já assinou filmes conhecidos internacionalmente, entre eles, Orixás da Bahia, Mandinga em Manhattan e Cidade das Mulheres. Para Faria, Salvador é o lugar certo para um festival de filmes voltado para os afro-descendentes."Foi aqui que a África foi reiventada", conclui. Entre as pautas a serem discutidas no Festival destaques para a discussão do processo de profissionalização e crescimento da produção audiovisual na Bahia, a popularização da sétima arte, a formação de público e a promoção do cinema afro como gerador de debates. Estarão entre os sub-temas do evento, assuntos como Raízes e ancestralidade, Sincretismo Cultural, Diáspora Africana e Reparações . O Festival resgatará ainda, a velha ambição de tornar a Bahia, já conhecida mundialmente por sua essência e autenticidade cultural, um pólo internacional do audiovisual.

Para estas, entre outras questões pertinentes a ambiência da produção cinematográfica, serão montados oficinas palestras,seminário, manifestações artísticas e culturais que resgatem e valorizem o cinema afro-descendente. Além disso, um acervo audiovisual será instalado na Casa de Cinema e disponibilizado ao público para mostras e exibições especiais durante todo o ano.

http://www.bahiaafrofilmfestival.com/

HORA DO CONTO - SESC PINHEIROS

O Sopro Sagrado de Olorum

Um mergulho no universo das crenças, mitos e na tradição oral, trazendo um mundo cheio de mistérios e beleza da cultura africana. Com a Cia Circo de Trapo. 100 vagas. Livre. Sala de Oficinas ou Sala de Leitura, 2º andar.

SESC Pinheiros


Dia(s) 20/11, 23/11 Quinta e domingo, às 14h.

Confira outros contos no site: http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=141204

BALADA LITERÁRIA

O evento reúne quase uma centena de autores, nacionais e internacionais, participando de bate-papos, saraus e shows, que acontecem de 20 a 23 de novembro de 2008, também nos bairros da Vila Madalena e Pinheiros. Curadoria do escritor Marcelino Freire e da escritora Maria Alzira Brum Lemos.
Dia(s) 20/11 - Ricardo Soares, Cecília Giannetti, Juan Diego Incardona e Pedro Mairal
O jornalista, escritor e diretor de TV, Ricardo Soares conversa com a carioca Cecília Giannetti, autora do romance "Luga...

Dia(s) 21/11 - Ivana Arruda Leite, Luiz Vilela e Menalton Braff
A escritora Ivana Arruda Leite, autora do livro de contos "Falo de Mulher", conversa com dois dos mais importantes e pre...

Gratuito

SESC Pinheiros
Confira a programação no site: http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/busca.cfm?conjunto_id=5548

Oficina de Linguagem "Quem conta um conto, aumenta um ponto"


A UMAPAZ promove nos dias 14 e 28 de novembro; e 5 e 12 de dezembro (às sextas-feiras), das 14h às 18h, a Oficina de Linguagem "Quem conta um conto, aumenta um ponto", ministrada por Maria Cecília Martin Ferri. São 40 vagas, aberta a educadores, animadores culturais, coordenadores pedagógicos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e interessados de áreas afins.

O curso pretende abrir caminhos para uma aprendizagem afetuosa e significativa, integrando várias áreas do conhecimento, favorecendo o desenvolvimento da Comunicação oral e escrita, promovendo a cultura de paz.


A arte de ouvir e contar histórias remonta às origens da comunicação do ser humano e, ao mesmo tempo, à preservação da cultura dos povos. Histórias contadas, cantadas, desenhadas em ciranda mobilizam memórias e suas relações simbólicas.


Programa:

· Roda da Conversa

· "Historinhas de contar"

· Fazendo Arte

· Canções, cirandas e poemas

· ABC da literatura

· Histórias Desenhadas

· Uma lenda brasileira ... em jogo

A focalizadora, Maria Cecília Martin Ferri é fonoaudióloga e Terapeuta Ramain, responsável pelo Setor de Fonoaudiologia Clínica e Educacional da FUNSAI - Fundação Nossa Sra. Auxiliadora do Ipiranga e pelas Oficinas de Linguagem da Escola Nossa Sra. das Graças.


Serviço: Oficina de Linguagem "Quem conta um conto, aumenta um ponto"

Coordenação: Maricy Montenegro

Público focalizado: Educadores, animadores culturais, coordenadores pedagógicos, psicopedagogos, fonoaudiólogos e demais interessados;

Datas e Horário: 14 e 28/11; 05 e 12/12 (sextas-feiras), das 14h às 18h.

Local: UMAPAZ - Universidade Livre do Meio Ambiente e Cultura de Paz

End.: Av. IV Centenário, 1268 Portão 7-A - Parque Ibirapuera.

Inscrições pelo e-mail: inscricoesumapaz@prefeitura.sp.gov.br


Lendas africanas: e a força dos tambores cruzou o mar" será lançado no dia 15

Livro de contos infantis africanos recontados por Denise Carreira é uma das atrações de evento que também contará com oficinas e exposições voltadas à africanidade

Em sua estada de nove meses na África do Sul, Denise Carreira procurou contos africanos antigos para sua filha, Julia. Desta esforço, sete histórias foram selecionadas e recontadas pela jornalista no livro “Lendas Africanas: e a força dos tambores cruzou o mar”, com ilustrações de Rubem Filho. O lançamento ocorrerá dia 15 de novembro, às 14:30, na Ação Educativa.

Em todos os contos está o esforço de reafirmar valores fundamentais, como a luta pela democracia e contra o racismo, conta a autora. Além do livro, o evento contará com várias outras atrações voltadas para as crianças: oficinas de dança, música, artes plásticas, “contação” de histórias, jogos africanos, e exposição de brinquedos e vídeos.

Haverá também exposições de livros voltados para o público infantil da Editora Sobá, de Belo Horizonte e da Editora Toró.

A entrada é gratuita.

Quando: 15/11/08
Horário: das 14h às 18h30
Local: Ação Educativa
Rua General Jardim, 660

Xirê Reverb

Xirê Reverb é um espetáculo de música e dança em que o público é convidado a partilhar da celebração cantando e dançando.

Guga Stroeter & HB Tronix debruçaram-se sobre os toques e cantos dos orixás, na seqüência em que transcorre na cerimônia do Candomblé. Este entendimento, no entanto, distancia-se do ritual na medida em que privilegiou-se a musicalidade e a celebração das mais ancestrais relações universais entre o homem a vida e as forças da natureza; sem enfatizar qualquer questão de devoção ou fé religiosas.

De 9 a 23 de novembro
13h
SESC Vila Mariana

BookCrossing ganha a terceira Zona Oficial em São Paulo

Salommão Bar integra o roteiro do movimento literário a partir desta quinta-feira, 30/11.

São Paulo vai ganhar mais um ponto de libertação e troca de livros gratuitos do movimento literário internacional BookCrossing.com: a partir de quinta-feira, 30/11, o Salommão Bar (Av. Angélica, 2435 – Higienópolis) entra oficialmente para o roteiro mundial de Zonas de BookCrossing, passando a integrar uma rede que conta com mais de 710 mil membros e 5 milhões de livros cadastrados no mundo todo.

"É mais uma oportunidade de difundir o conceito do movimento, ´Leia, Registre e Liberte´, além de estimular a circulação de bens culturais e a formação de novos leitores", comenta Helena Castello Branco, gestora das Zonas de BookCrossing de São Paulo.


A primeira Zona Oficial de BookCrossing do Brasil foi criada em outubro de 2007 no restaurante Central das Artes, em São Paulo. No primeiro semestre de 2008, foram abertas as Zonas do Lunático Café (Rio de Janeiro, RJ) e da Biblioteca Solidária do distrito de São Francisco Xavier, SP. Desde então, o BookCrossing tem participado de eventos importantes da cena paulista e carioca, como o Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura, Festa Literária Internacional de Parati (FLIP) e 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
Em novembro de 2008, os integrantes brasileiros do BookCrossing.com colocam no ar o site de apoio à comunidade internacional, no endereço www.bookcrossing.com.br.

Transformando o mundo inteiro numa biblioteca

O BookCrossing.com é o maior clube literário, gratuito e online, do mundo. A prática de bookcrossing consiste em deixar um livro em um local público para ser pego e lido por outros, que por sua vez repetem esta ação. Antes de ser disponibilizado para outro leitor, cada livro deve ser registrado no site para receber um número de identificação, que deve ser anotado na contracapa. Quem encontra o exemplar, deve também fazer um registro na Internet, com o número anotado, informando assim aos leitores anteriores que o livro está agora em suas mãos.

Além de permitir este rastreamento dos livros pelo mundo, o BookCrossing.com, que surgiu em 2001 nos EUA, facilita e estimula a troca gratuita de livros em sua comunidade virtual, presente em mais de 130 países, com cerca de 710 mil membros e 5 milhões de livros cadastrados. No Brasil, há mais de quatro mil usuários.


SERVIÇO

Inauguração Zona Oficial de BookCrossing Salommão Bar

Quando: 30/11, a partir das 20h, com cocktail para convidados

Onde: Av. Angélica, 2435 – Higienópolis - tel: 11 3257 0390

Contribuição: ou livro (ou mais) em bom estado

www.salommao.com.br


BookCrossing.com

Faça do mundo uma biblioteca

www.bookcrossing.com

Tariq Modood no próximo encontro do Fronteiras Braskem do Pensamento

O paquistanês residente na Inglaterra Tariq Modood é o palestrante do próximo encontro, que será na terça-feira, 28 de outubro, às 20h, no Auditório Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo. Modood, que é uma das principais autoridades em questões étnicas, abordará o tema Multiculturalismo, etnicidade e integração: desafios contemporâneos.

No final de 2006, a palestra do historiador inglês Paul Kennedy lançou a pedra fundamental do que viria a ser o Fronteiras Braskem do Pensamento.Durante todo o ano de 2007, 26 conferências permitiram a Porto Alegremergulhar nas questões mais agudas da contemporaneidade. As conferênciasatraíram mais de 26 mil acessos ao auditório da Universidade Federal do RioGrande do Sul com os temas arte, cultura, mundo e pensamento.

Em 2008, 25 conferencistas contribuíram com a reflexão sobre A arte e a linguagem nacultura contemporânea. Simultaneamente o projeto chegou a Salvador e oteatro Castro Alves tornou-se um lugar de efervescência de idéias, de produção de pensamento e de novos modos de olhar o presente. Sociólogo paquistanês, teórico do multiculturalismo, Tariq Modood é fundadore diretor do Centro de Pesquisa para o Estudo da Etnia e Cidadania da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Autor de Church, state and religiousminorities (PSI, 1997), Modood é uma das principais autoridades em questões étnicas, à frente de projetos envolvendo capital social e gênero,identidade nacional e religião, educação superior e globalização. Suas pesquisas focam temas como a teoria e a política do racismo, a igualdade racial,multiculturalismo e secularismo, com especial referência aos muçulmanosbritânicos asiáticos.

Em conjunto com colegas de diferentes países, é um dos diretores do Leverhulme Programme on Migration and Citizenship, que analisa oito situações distintas quanto às migrações dos seres humanos e suas conseqüências para a sociedade. O sociólogo também é criador e co-editordapublicação Ethnicities, que analisa questões sociológicas e políticas relacionadas a etnias, nacionalismo e direitos das minorias. Em 2001,recebeu o título MBE (Member of the Order of the British Empire), e em 2004foi eleito para a Academy of Social Sciences.

No mês de novembro, o Fronteiras Braskem do Pensamento irá receber, em SãoPaulo, o historiador britânico especialista em Revolução Francesa, Simon Schama. Schama ficou conhecido por suas séries de documentários para a redede TV britânica BBC e é professor de História e História da Arte naColumbiaUniversity, nos Estados Unidos.

O Fronteiras Braskem do Pensamento atravessa mais uma fronteira e consolidao projeto na maior cidade do hemisfério sul, São Paulo, metrópolebrasileiramais influente no cenário nacional e global. As duas primeiras conferênciasse realizaram na Pinacoteca do Estado, e agora a sede é o Centro CulturalSão Paulo, sempre com o tema Arte, etnicidade e culturas urbanas. Em 2009, oevento será realizado no Memorial da América Latina.

Acesse site www.fronteirasdopensamento.com.br e faça seu cadastro parareceber as informações do Fronteiras Braskem do Pensamento 2009 em SãoPaulo.

O QUÊ: Tariq Modood em Fronteiras Braskem do Pensamento.
QUANDO: Dia 28 de outubro, terça-feira, 20h.
ONDE: Auditório Jardel Filho do Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro,1000 – Bairro Paraíso), em São Paulo.
QUANTO: Entrada franca
INFORMAÇÕES: www.fronteirasdopensamento.com.br INSCRIÇÕES: 11 5633.4741 e fronteirasdopensamento@teleeventos.com.br

Literatura

Encontro com Milton Hatoum, sábado, às 16h (Entrada Franca)

A Diretoria Cultural e o Núcleo de Cultura Árabe do Esporte Clube Sírio convidam para o Encontro com Milton Hatoum. Nascido em Manaus, de família árabe, lecionou literatura na Universidade do Amazonas e na Universidade da Califórnia – Berkeley. Ganhador de 3 prêmios Jabuti de melhor romance por “Relato de um Certo Oriente”, “Dois Irmãos” e “Cinzas do Norte”.
No final do evento, haverá sessão de autógrafos com o escritor.

O que: Encontro com Milton Hatoum
Quando: sábado, às 16h (Entrada Franca)
Local: Esporte Clube Sírio, Auditório - av. Indianópolis, 1192 – Planalto Paulista

CINEMA

3ª MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA DO SUL
TRAZ FILMES DE PAULO CALDAS, FERNANDO BIRRI, FERNANDO MEIRELLES, LUIS BUÑUEL, EDUARDO ESCOREL E DO GRUPO ARGENTINO CINE OJO


*** no período de 6 de outubro a 6 de novembro 12 capitais brasileiras receberão festival com programação grátis ***

Filmes contemporâneos - como o longa-metragem inédito comercialmente “Deserto Feliz”, de Paulo Caldas, e a série “Marco Universal - Direitos humanos: A Exceção e a Regra”, com episódios assinados por Eduardo Escorel, Sandra Kogut, Tetê Moraes, João Jardim e Kiko Goifman, entre outros - e uma retrospectiva histórica que destaca obras de Luis Buñuel, Fernando Birri e Fernando Meirelles, estão na programação da 3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que tem início na próxima segunda-feira, dia 6/10, em São Paulo.

Realizado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira e do Sesc São Paulo, o evento ainda promove uma homenagem ao coletivo argentino Cine Ojo, que há 22 anos produz premiados documentários de criação voltados às questões dos direitos humanos.

A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é dedicada a obras audiovisuais que abordam questões referentes aos direitos humanos, produzidas recentemente nos países sul-americanos e celebra nesta edição os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O evento acontece em 12 capitais brasileiras: São Paulo (6 a 12/10, no Cinesesc e Sala Cinemateca Petrobras, Curitiba (7 a 15/10, na Cinemateca de Curitiba), Salvador (10 a 16/10, na Sala Walter da Silveira), Fortaleza (13 a 19/10, no Cine Benjamin Abrahão), Brasília (13 a 19/10, no Centro Cultural Banco do Brasil), Teresina (14 a 19/10, na Sala Torquato Neto/Clube dos Diários), Rio de Janeiro (13 a 19/10, no Centro Cultural Banco do Brasil), Recife (20 a 26/10, no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco), Porto Alegre (21 a 27/10, no Cine Santander Cultural), Belém (22/10 a 2/11, no Cine Libero Luxardo), Belo Horizonte (27/10 a 2/11, no Cine Humberto Mauro) e Goiânia (31/10 a 6/11, no Cine Goiânia Ouro).

Patrocinada pela Petrobras, a 3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores e da TV Brasil – esta vai conceder prêmios aquisição aos favoritos eleitos pelo público das 12 capitais. O site oficial do evento é www.cinedireitoshumanos.org.br.

Pela primeira vez a escolha dos filmes contemporâneos também é feita por meio de convocatória, diferentemente das edições anteriores, em que exclusivamente os filmes recebiam convite da curadoria. Ao todo foram inscritos 182 trabalhos, de 11 países e de 12 estados brasileiros, que foram vistos pelo curador do evento, o cineasta e produtor cultural Francisco Cesar Filho.

O longa-metragem “Os Esquecidos”, de Luis Buñuel, terá sessão com áudio-descrição, para pessoas com deficiência visual, em todas as cidades participantes do evento.

Longa-metragem de ficção, inédito comercialmente, “Deserto Feliz”, de Paulo Caldas, acompanha uma adolescente (vivida pela estreante Naish Laila) que, após ser violentada pelo padrasto, foge para a cidade grande onde passa a trabalhar no turismo sexual. Vencedora no Festival de Gramado dos prêmios de melhor direção, fotografia, direção de arte, do júri popular e da crítica, a obra tem no elenco Zezé Motta, João Miguel e Hermila Guedes e sua estréia comercial está prevista para novembro.

“O Aborto dos Outros”, de Carla Gallo, aborda com delicadeza a situação de mulheres diante da interrupção da gravidez. O longa já foi classificado pela imprensa como uma ultra-sonografia da alma feminina, no momento delicado em que elas decidem não ter o filho.

A vida de quatro mulheres que integram o movimento dos sem-teto em São Paulo, incluindo os preparativos para a realização de sete ocupações simultâneas, está em “Dia de Festa”, longa de Toni Venturi e Pablo Georgieff. "Encontramos um verdadeiro matriarcado - no movimento, quem manda são as mulheres", afirma Venturi.

A diretora Miriam Chnaiderman focaliza no média-metragem “Procura-se Janaína” uma criança negra, pobre e institucionalizada na Febem dos anos 1980 que se machucava, não falava e não se relacionava com outras crianças. Duas décadas depois, o documentário indaga o que teria acontecido com ela.

Em “Sonhos Distantes” o diretor peruano Alejandro Legaspi parte em busca dos personagens retratados há 20 anos no curta-metragem “Encontro de Homenzinhos” – dois garotos que trabalhavam em um mercado de frutas de Lima – e descobre que o país mudou, assim como a vida dessas crianças, seu trabalho e seus sonhos. O longa foi o único representante latino-americano na competição do último Festival de Amsterdã, prestigioso evento considerada a “Cannes do documentário”.

A descoberta, em 2004, de centenas de cisnes mortos no Santuário do Rio Cruces (Valdivia, Chile), devido à contaminação de uma indústria de papel, detonou um movimento da população que surpreendeu por sua força e a diversidade de rostos e manifestações. E a diretora Claudia Sepúlveda Luque relatou, no filme “Cidade de Papel” os episódios mais significativos deste conflito ambiental que levou a uma ruptura histórica nas instituições e leis ambientais chilenas. A cineasta criou um envolvente caleidoscópico dos diversos rostos e vozes cidadãs e arquetípico do conflito, seus atores e interesses em questão.

“MBYA, Terra Vermelha”, dirigido por Philip Cox e Valeria Mapelman, focaliza a pouco conhecida selva da Argentina onde duas comunidades indígenas, Kaaguy Poty (Flor do Monte) e Yvy Pyta (Terra Vermelha), enfrentam a intromissão do “mundo dos brancos”. O documentário mostra como as religiões oficiais, os meios de comunicação e o turismo tentam se impor sobre essas culturas ancestrais. No mesmo programa é exibido o média-metragem “América Minada”, no qual imagens e depoimentos impactantes colhidos pelos brasileiros Vinicius Souza e Maria Eugênia de Souza revelam que nada menos 11 países da América Latina têm problemas com minas terrestres em seus territórios (sendo a Colômbia campeã mundial em novas vítimas desses explosivos).

Em “Férias sem Volta” a diretora Marta Lucía Vélez conta a história de sete mulheres estrangeiras condenadas por tráfico de drogas, denominadas "mulas", em uma prisão de Bogotá. O filme acompanha durante quatro anos estas mulheres pelas diferentes etapas que passaram durante sua penosa estadia nos cárceres colombianos.

Questões sobre menores – foco da Retrospectiva Histórica da Mostra - estão no centro do longa “Juízo” (Maria Augusta Ramos, Brasil), que acompanha a trajetória de jovens menores de 18 anos e sua situação perante a lei. São meninas e meninos pobres entre o instante da prisão e o do julgamento por roubo, tráfico, homicídio. Como a identificação de jovens infratores é vedada por lei, no filme eles são representados por jovens não-infratores que vivem em condições sociais similares.


“Marco Universal”

O projeto de documentários “Marco Universal” reuniu os diretores Sandra Kogut, Tetê Moraes, Eduardo Escorel, João Jardim, Jeferson De, Kiko Goifman, Alexandre Stockler e Victor Lopes, convidados através de uma curadoria assinada por Carla Esmeralda. Também participa o coletivo de jovens da ONG Spectaculu (dirigida pelo designer e cenógrafo Gringo Cardia), que apresenta em “Flor na Lama” quatro episódios suas visões da periferia do Rio de Janeiro, onde convivem com a falta dos direitos humanos.

Em "Vidas no Lixo", Alexandre Stockler flagra uma história de adolescentes que vivem do lixo de São Paulo. "O Pequeno e o Grande" (de João Jardim, Fábio Gavião e Markão Oliveira) é sobre Morrinho, trabalho de jovens cariocas da Favela Pereirão, que ganhou o mundo. Em "Jonas, Só mais Um", Jeferson De narra a história do assassinato de um jovem negro, executado na porta do banco do qual era cliente, em dezembro de 2006. Já "Amapô", de Kiko Goifman, foca a violência contra travestis e permite reflexões da sociedade.

Eduardo Escorel mostra em “J” a fragilidade da rede de proteção de direitos humanos a partir da história de um líder comunitário que denunciou a ação criminosa de uma milícia. Sandra Kogut retrata em "Cavalão" a mudança na qualidade de vida em uma comunidade de Niterói após a chegada do Capitão Romeu, do Grupamento de Policiamento para Áreas Especiais.

"Escola Eldorado", de Victor Lopes, é o depoimento de um sobrevivente ao massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996. Com "Fruto da Terra", Tetê Moraes mostra o que aconteceu com Marcos Tiarajú, primeiro bebê nascido na Fazenda Annoni, e fecha sua trilogia de filmes que focam a ocupação realizada pelo MST e tem como personagem principal Rose (a mãe de Marcos), que morreu durante uma luta entre agricultores e policiais.



retrospectiva histórica

A retrospectiva histórica da 3ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul reúne obras realizadas nas últimas seis décadas cuja temática aborde a criança e o adolescente. Nela estão títulos clássicos como “Tire Dié” (1960), do argentino Fernando Birri, considerado um dos documentários mais influentes de todos os tempos, “Os Esquecidos”, feito pelo espanhol Luis Buñuel em 1950 no México, e “Couro de Gato” (1961), curta-metragem do brasileiro Joaquim Pedro de Andrade.

Também produções recentes integram a seção, como o longa colombiano “A Vendedora de Rosas” (1998), de Victor Gaviria, obra selecionada para o Festival de Cannes que conquistou múltipla premiação no Festival de Havana, e “Palace II” (2001), de Fernando Meirelles e Kátia Lund, curta-metragem que originou o longa “Cidade de Deus”.

Destaque da retrospectiva, o colombiano “Delinqüente” (“Gamin”, 1978) focaliza crianças que vão para as ruas de Bogotá para roubar, mendigar e se prostituir.



homenagem

Capitaneado pelos cineastas Marcelo Céspedes e Carmen Guarini, o Cine Ojo inaugura a seção homenagem da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, com cinco títulos em exibição. Todos os trabalhos do grupo tratam de temáticas sociais vinculadas aos direitos humanos, “um selo que marca a produtora”, segundo Céspedes.

Produção de 1995, “Jaime de Nevares, A Última Viagem” (de Guarini e Céspedes) narra a viagem de despedida do Bispo. Conhecido por atuar em defesa dos direitos dos indígenas, dos operários, dos camponeses e dirigentes políticos, o filme trata dos 30 anos de luta por justiça e liberdade.

“Eu, Madre Alice” (2001, de Alberto Marquardt) acompanha o percurso de Alice Domon, uma religiosa francesa que foi seqüestrada pela ditadura militar por atuar socialmente em favor dos pobres. A visão da própria Alice sobre esses anos difíceis é narrada através da leitura da correspondência que manteve com sua família.

“H.I.J.O.S., A Alma em Dois” (2002, de Guarini e Céspedes), percorre a busca de identidades encarnadas por protagonistas individuais, mas inseridos na busca coletiva. Estas histórias nos permitem questionar tanto o passado recente quanto o presente da Argentina. H.I.J.O.S. são as iniciais para Hijos por la Identidad y la Justicia contra el Olvido (Filhos pela Identidade e Justiça contra o Esquecimento).

Direção solo de Carmen Guarini, “O Diabo Entre as Flores” (2004) mostra o choque da chegada de um ex-repressor ao povoado de Escobar, que celebra há 40 anos a Festa Nacional da Flor e onde a cada edição uma flor diferente é inventada e exposta como símbolo da criatividade dos floricultores desta região.

O cineasta Alejandro Fernández Mouján relata no longa inédito no Brasil “Pulqui, Um Instante na Pátria da Felicidade” o caso do primeiro avião de motor a jato projetado e construído totalmente na Argentina (em 1951, durante o governo do presidente Juan Domingo Perón). O projeto da aeronave desapareceu após o golpe militar de 1955, mas cinco décadas depois, o pintor Daniel Santoro se propõe construir um objeto artístico inusitado: um avião Pulqui com metade do tamanho do modelo original, feito inteiro em alumínio – e que possa voar.

A programação do evento em cada cidade e os dados dos filmes estão disponíveis no site oficial da mostra: www.cinedireitoshumanos.com.br

IV FESTIVAL A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS - EM SP

De 14 a 26 de outubro

Durante séculos, a milenar Arte de Contar Histórias nos foi transmitida por meio da oralidade e até hoje, ainda nos fascinam os contos, fábulas lendas e causos de todos os povos. O Festival "A Arte de Contar Histórias" proporciona ao público a oportunidade de conhecer diversas maneiras de se contar uma história e também favorece o acesso a essa literatura, disponível nas bibliotecas da cidade. Nesta 4ª edição do Festival, a Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas oferece aos contadores de histórias e interessados, o tema da narração de histórias para adultos e também reflexões sobre contação de histórias para pessoas com deficiência, através de debate, oficina sensorial e mesas redondas. Haverá intérprete de Libras na programação de quatro bibliotecas da cidade, uma de cada região.
As contações de histórias acontecem em 34 Bibliotecas da cidade de São Paulo e em seis Bosques da Leitura, oferecendo gratuitamente às pessoas de todas as faixas etárias, um repertório diversificado e de qualidade. Os interessados poderão se encantar com contos de fadas, lendas do Japão, fábulas em cordel, histórias da cultura popular brasileira, contos populares de várias partes do mundo, mitologia grega, cultura africana e afro-brasileira, histórias indígenas e muito mais.

Veja a programação no site:http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/noticias/?p=5354

I Seminário Internacional África em Movimento

I Seminário Internacional
África em Movimento:
Interconexões e desconexões de saberes ao SUL
Período: 22 a 24 de outubro 2008

PROGRAMA
Evento Gratuito
Dia 22/10
10h PUC-SP sala 239
AberturaAutoridades, realizadores e representantes das entidades
Conferência
Modernidade em África: a hegemonização cultural como violênciaElísio Macamo

Dia 22/10
14h30 PUC-SP sala 239
Saberes em movimento em contextos multilíngües e multiculturais em ÁfricaCoordenação: Paulo Farah
Adivinhação na era da migração: reflexões sobre globalização, subjetividade e caminhos de viagens no Senegal e GâmbiaKnut Graw
Línguas maternas e expressões literárias em Angola: construção da memória socialTânia Macedo
Produção literária em línguas locais na África do SulFernando Rosa Ribeiro
Espaços de confrontos e negociação: a influência da língua materna no ensino da matemática em ÁfricaSaddo Ag Almouloud
SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil 05435-001 fone: 55 11...
Dia 23/10
9h USP Anfiteatro da História
Movimentos políticos: desafios reiteradosCoordenação: Cristina Wissenbach
Tudo o que tem nome existe: nomes e símbolos coloniais em São Tomé e PríncipeMarina Berthet
Costa do Marfim de nossos dias: a crise vista por suas mídiasAghi Bahi
Reinterpretando: impressões, informações e dados de Luanda antes das eleições (brasileiros e angolanos)Dagoberto José Fonseca
Estratégias matrimoniais e laços de compadrios: por dentro dos negócios na Luanda do século XVIIISelma Pantoja

Dia 23/10
14h30h USP Anfiteatro da História
Sentidos dos deslocamentos: interconexões e desconexõesCoordenação : Dagoberto Fonseca
O Brasil no fluxo das novas migrações africanasAcácio Almeida
Estudar no Brasil está na moda: experiências de estudantes dos PALOPs em São PauloCarlos Subuhana
Universos do desejo: dinâmicas transfronteiriças de relacionamentos em Dahab (Egito)Mustafa Abdalla
Sonhar a cidade e construir pertencimentos múltiplos: entre a Songho e Bamako (Mali)Denise Dias Barros

Dia 24/10
9h USP Anfiteatro da História
Saberes que se deslocam: desafios contemporâneos das Práticas de SaúdeCoordenação: Carlos Subuhana
Exportando terapias: terapeutas guineenses construindo os seus caminhos no mercado globalizado.Clara Carvalho
Transferência das normas jurídicas ocidentais para África no campo da saúdeAugustin Emane
SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil 05435-001 fone: 55 11 3812388
Nossa terra, nossa vida: acesso à terra e à saúde em comunidades tradicionais quilombolasMaria Palmira da Silva
Sexualidade e prevenção às DST/Aids: perspectiva comparada Brasil e África do SulLaura Moutinho

Dia 24/10
14h30 - USP Anfiteatro da História
Saberes em movimento em contextos históricos multiculturais Brasil-AfricaCoordenação : Tânia Macedo
Transmissão de saberes e processos de ensinamento doutrinal e ritual entre muçulmanos brasileiros, africanos e árabesPaulo Farah
Africanos em trânsito: circulação de pessoas e saberes entre os Rios de Guiné e o arquipélago de Cabo Verde (séculos XV-XVII)José da Silva Horta
Africanos e a cultura letrada no Brasil ColonialMariza Soares
Cantos, ganhadores e resistências no espaço da exclusão socialWilson Roberto de Mattos
Escravidão, produção epistolar e escrita entre africanos e afrodescendentes no mundo atlântico (século XIX)Cristina Wissenbach

ATIVIDADES CONEXAS
REUNIÃO da rede interdisciplinar de pesquisa SSIM:
Ateliê Southern Spaces in Movement de 17 a 21 de outubro – São Paulowww.southern-spaces.net

CURSO – UNEB-SSIM
“História contemporânea e dos modos de expressão da atual crise Costa do Marfim: perspectiva interna das mídias locais - série popular de vídeo-ficção, desenhos animados e Internet”Prof. Dr. Aghi Bahi – Universidade de Cocody / SSIM
Local e data: UNEB – de 3 a 7 de novembro/2008 – Salvador
SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil 05435-001 fone: 55 11...
Locais:
dia 22/10: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Rua Ministro de Godói, 969 Perdizes - São Paulo - Sala 239

dias 23 e 24/10:
Faculdade de História da FFLCH - Universidade de São Paulo
Av. Professor Lineu Prestes, 338 Cidade Universitária - São Paulo
Sala : anfiteatro da História da FFLCH

Informações:
Eva Pereira RochaTelefone: 11 ... ou eva.ssim@gmail
SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil cep 05435-001Inscrições: ssim.seminar@gmail.com

APRESENTAÇÃO
A aproximação entre o Brasil e os países africanos, há tempos, vem sendo assinalada como um passo importante para a retomada, noutros parâmetros, das relações que foram fundamentais na constituição dos nossos patrimônios culturais, sociais, políticos, econômicos e histórico.
A relevância dos laços que nos unem aponta para a necessidade de iniciativas que ampliem e aprofundem o nosso conhecimento mútuo. É imperativo construir bases mais sólidas, permitindo, inclusive, que se desfaçam equívocos que o desconhecimento alimenta. SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil 05435-001 fone: 55 11... 2
O Seminário Internacional África em movimento: interconexões e desconexões de saberes ao sul desdobra-se do debate alimentado no seio da SSIM, rede interdisciplinar de pesquisa que reúne interessados em compreender experiências contemporâneas produzidas e partilhadas nas margens. Ou seja, pretende-se abrir espaço de trocas no diálogo com/sobre o continente africano e o Brasil, destacando como temática os saberes produzidos a partir dos espaços descentrados, minoritários e não hegemônicos assim como as formas e as línguas de sua expressão, tradução e circulação.
Com a finalidade de traduzir-se num diálogo enriquecedor, o I Seminário Internacional “África em Movimento: interconexões e desconexões de saberes no Sul” contará com a presença de intelectuais africanos, brasileiros e europeus envolvidos com a tarefa de vencer a distância geográfica e fortalecer a discussão em torno de problemas que são altamente significativos em nossos processos históricos. O intuito central é criar um fórum para manter aceso o debate sobre as contribuições do pensamento social em África e no Brasil sobre memória social, desigualdade, saúde, aprendizagem e transmissão de saberes.
O debate atenta, igualmente, para a problemática da produção em línguas minoritárias (definição relacional e política que faz, por exemplo, com que o português, ainda que majoritário no Brasil, seja minoritário em outros contextos).SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil 05435-001 fone: 55 11 38123880
REALIZAÇÃO
SSIM - Southern Spaces in Movement - rede interdisciplinar de pesquisa
USP – Universidade de São Paulo
NIME/ USP – Núcleo Interdisciplinar do Imaginário e Memória
Programa de Pós- Graduação em História Social
CEA – Centro de Estudos Africanos
Projeto METUIA – Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional – Faculdade de Medicina

PUC – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Grupo de pesquisa: Relações Raciais: Memória, Identidade e Imaginário

CO- REALIZAÇÃO
UNESCO/UNICAMP
Cátedra Multilinguismo e Conteúdo Digital
UNEB – Universidade Estadual da Bahia

UNESP – Universidade Estadual Júlio de Mesquita
CLADIN – Centro de Estudos das Culturas e Línguas Africanas e da Diáspora Negra / Araraquara

USP – Universidade de São Paulo
Programa de Pós- Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa
Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social

Casa das Áfricas
APOIOS INSTITUCIONAIS

UNESP – Universidade Estadual Júlio de Mesquita
NUPE- Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão
LEAD - Laboratório de Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e da Diversidade
FCL - Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais

CEAO/UFBa - Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia

SEPPIR – Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial
SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil 05435-001 fone: 55 11...

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS DE OUTROS PAÍSES
Universidade de Cocody – Abidjan, Costa do Marfim
Universidade de Lisboa – Centro de Estudos Africanos, Portugal
Universidade de Nantes, França.
Comitê Científico
Acácio AlmeidaAghi BahiCristina WissenbachDagoberto José FonsecaDenise Dias BarrosElisio MacamoKabengele MunangaLaura MoutinhoTânia MacedoValdemir ZamparoniVagner Gonçalves da SilvaWilson Roberto de Mattos
Comitê Executivo
Denise Dias Barros - coordenaçãoAcácio Sidinei de Almeida Santos – coordenaçãoAghi BahiCristina WissenbachDagoberto José FonsecaMarina Berthet
Arte GráficaGiselle Dias BarrosFábio MarinoDenise Dias Barros
Secretaria
Eva Pereira Rocha
Equipe de Tradutores
Bruno OloudowaMarina BerthetMichel Kouakou KouameRobert Koffi Badou
Programação do website SSIM e Seminário
Davi Garms
SSIM - Rua Harmonia, 1150 São Paulo-SP/ Brasil 05435-001 fone: 55 11...
LISTA DE PARTICIPANTES - PALESTRANTES
Residentes no Brasil
Acácio Almeida Southern Spaces in Movement - SSIM / PUC-SP / NIME / Casa das ÁfricasCarlos Subuhana Southern Spaces in Movement / Casa das ÁfricasDagoberto José Fonseca CLADIN-LEAD-NUPE/UNESP/Southern Spaces in Movement - SSIMCristina Wissenbach Universidade de São Paulo - USPDenise Dias Barros Southern Spaces in Movement - SSIM / Universidade de São Paulo – USPFernando Rosa Ribeiro Universidade de Campinas – UNICAMP / UNESCOKabengele Munanga Centro de Estudos Africanos CEA - USPLaura Montinho Universidade de São Paulo - USPMarina Berthet Southern Spaces in Movement - SSIM - NIME/USPMariza Soares Universidade Federal Fluminense - UFFPaulo Daniel Farah Universidade de São Paulo - USPMaria Palmira da Silva Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIRSaddo Ag Almouloud Pontifícia Universidade Católica São Paulo - PUCSPSelma Pantoja Universidade de Brasília – UNBTânia Macedo Universidade de São Paulo – USPWilson Roberto de Mattos - Universidade Estadual da Bahia – UNEB
Residentes no exterior
Aghi Bahi SSIM / Universidade de Cocody-AbidjanAugustin Emane SSIM / Universidade de Nantes / Instituto de Estudos AvançadosNorte-Sul-NantesJosé da Silva Horta Faculdade de Letras da Universidade de LisboaCentro de História da Universidade LivreClara Carvalho SSIM / Universidade de LisboaElisio Macamo SSIM / University of Bayreuth (Alemanha) / CODESRIAKnut Graw SSIM / Zentrum Moderner Orient, Berlin, GermanyCatholic University of Leuven, BelgiumMustafa Abdalla SSIM / Universidade Livre de Berlim