Elizandra e Elizângela arrancavam mudubim

Morávamos no interior da Bahia, numa cidade pequena. Todos da nossa família moravam na área rural e quando as férias de julho chegavam, era época da colheita do amendoim.

Íamos passar as férias na casa dos nossos avós ou da nossa tia. Mas tínhamos que acordar cedo, junto com os adultos para ir “arrancar mudubim” – era assim que chamavam para colher o amendoim. Não íamos juntas não, era uma semana para cada uma.

Eram muitas as novidades. Tudo o que aprendíamos na escola levávamos para a roça. E para saber se tudo o que diziam na escola era verdade, perguntávamos para o nosso avô. Por exemplo, sobre o orvalho nas folhas, ele disse que eram lágrimas do céu. Achava que era por isso que tinha neblina, mas não entendia o porquê da fumaça ao amanhecer.

O amendoim sempre fez parte da nossa vida, e na infância foi muito mais presente. Tenho lembrança de quando o meu pai vendia amendoim cozido nas feiras das cidades vizinhas. Uma de nós sempre ia com ele para ajudar. Adorávamos! Era um bom pretexto para passearmos.

Elizângela e Elizandra Batista de Souza, 28/04/07

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