Em tempos longínquos, a grande biblioteca de Alexandria pegou fogo. Apenas um único livro se salvou. Era um livro comum, enfadonho e desinteressante, por isso foi vendido por alguns centavos a um homem pobre que mal sabia ler.
Ora, aquele livro que parecia enfadonho e desinteressante era, com muita probabilidade, o mais valioso livro do mundo, pois na última página estavam rabiscadas, em grandes letras redondas, algumas sentenças que continham o segredo da Pedra de Toque – um pedregulho que podia transformar em ouro puro tudo o que tocasse.
O texto declarava que a preciosa pedrinha jazia em algum lugar da praia do Mar Negro entre milhares de outros pedregulhos exatamente iguais a ela, exceto por um único pormenor: enquanto os pedregulhos eram frios ao toque, ela era quente como se estivesse viva.
O homem pobre alegrou-se com sua boa sorte. Vendeu tudo o que tinha, tomou emprestada uma grande soma em dinheiro que, calculava, o manteria por um ano, e partiu para o Mar Negro. Lá armou uma tenda e iniciou a paciente tarefa de procurar a Pedra do Toque.
Ele trabalhava da seguinte maneira: pegava uma pedrinha; se fosse fria ao toque não a jogava à praia, porque, se o fizesse, acabaria levantando e apalpando a mesma pedra dezenas de vezes. Não, ele a jogava no mar
Todo o dia, por horas a fio, perseverava em sua tarefa: erguia um pedregulho e se lhe parecia frio ao toque o jogava no mar, erguia outro... E assim sucessivamente, num esforço repetitivo e sem fim.
Passou uma semana, um mês, oito meses, dez meses... Todo um ano se passou nesta tarefa. Então, tomou mais dinheiro emprestado e continuou neste empenho, por mais dois anos. Trabalhava ininterruptamente: erguia uma pedrinha, apalpava e, se estava fria, atirava-a ao mar. Hora após hora, dia após dia, semana após semana, Mês após mês, ano após ano, como um autômato. E nada da Pedra de Toque.
Uma tarde ergueu uma pedra e... Ela estava quente ao toque ! Mas a força do hábito era tanta que a lançou ao Mar Negro !
Conto sufista
10/12/08 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Que os povos de todo o mundo possam compor e cantar suas histórias, diferentes e igualmente encantadoras.
Ora, aquele livro que parecia enfadonho e desinteressante era, com muita probabilidade, o mais valioso livro do mundo, pois na última página estavam rabiscadas, em grandes letras redondas, algumas sentenças que continham o segredo da Pedra de Toque – um pedregulho que podia transformar em ouro puro tudo o que tocasse.
O texto declarava que a preciosa pedrinha jazia em algum lugar da praia do Mar Negro entre milhares de outros pedregulhos exatamente iguais a ela, exceto por um único pormenor: enquanto os pedregulhos eram frios ao toque, ela era quente como se estivesse viva.
O homem pobre alegrou-se com sua boa sorte. Vendeu tudo o que tinha, tomou emprestada uma grande soma em dinheiro que, calculava, o manteria por um ano, e partiu para o Mar Negro. Lá armou uma tenda e iniciou a paciente tarefa de procurar a Pedra do Toque.
Ele trabalhava da seguinte maneira: pegava uma pedrinha; se fosse fria ao toque não a jogava à praia, porque, se o fizesse, acabaria levantando e apalpando a mesma pedra dezenas de vezes. Não, ele a jogava no mar
Todo o dia, por horas a fio, perseverava em sua tarefa: erguia um pedregulho e se lhe parecia frio ao toque o jogava no mar, erguia outro... E assim sucessivamente, num esforço repetitivo e sem fim.
Passou uma semana, um mês, oito meses, dez meses... Todo um ano se passou nesta tarefa. Então, tomou mais dinheiro emprestado e continuou neste empenho, por mais dois anos. Trabalhava ininterruptamente: erguia uma pedrinha, apalpava e, se estava fria, atirava-a ao mar. Hora após hora, dia após dia, semana após semana, Mês após mês, ano após ano, como um autômato. E nada da Pedra de Toque.
Uma tarde ergueu uma pedra e... Ela estava quente ao toque ! Mas a força do hábito era tanta que a lançou ao Mar Negro !
Conto sufista
10/12/08 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos: Que os povos de todo o mundo possam compor e cantar suas histórias, diferentes e igualmente encantadoras.
Um comentário:
Este texto me faz refletir sobre o que deixo para trás quando faço novas escolhas. Após lê-lo, passei a me preocupar mais com isso.
Esforçarei-me ao máximo para deixar sempre uma porta aberta, caso precise voltar.
Luzia Batista
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