Provavelmente tenham começado com Luzia e continuaram com Theodosina Rosário Ribeiro, Claudete Alves, Jurema Batista, Francisca Trindade, Benedita da Silva, Telma de Souza, Marina Silva, Lélia González, Maria Beatriz Nascimento, Sueli Carneiro, Zezé Mota, Elisa Lucinda, Via Negromonte, Sandra de Sá, Alcione, Watusi, Rosa Maria, Leci Brandão, Jovelina Pérola Negra, Eliana Pitman, Clara Nunes, Alaíde Costa, Leny Andrade, Elza Soares, Dolores Duran, Aracy de Almeida, Ivone Lara, Chica Xavier, Neuza Borges, Ruth de Souza, Pinah, Margarete Menezes, Daúde, Paula Lima, Virgínia Rosa, Mart’nália, Luciana Mello, Matilde Ribeiro e centenas, talvez milhares de outras comprometidas e unidas na luta em tantos coletivos de mulheres negras pelo Brasil inteiro. Tantas outras não citadas, porém igualmente atuantes e importantes. Nós. Continua conosco.
O último dia do nosso curso - espero que seja nosso primeiro de muitos outros cursos - foi maravilhoso.
Eu havia passado uma semana de muitos problemas de saúde e ainda não me sentia muito bem, mas ao menos durante aquelas horas eu estive curada. Até comi acarajé. Quente...
Em algum momento conversávamos - Nilda, Neide e eu - sobre mulheres negras e a falta de “quadro” de que sofremos. Naquele momento me lembrei do maravilhoso livro que estava comigo já há algumas semanas, emprestado por um amigo, e que é simplesmente um documento e tanto sobre este tema.
Mulheres negras do Brasil. O livro faz parte do projeto Mulher, 500 anos atrás dos panos e apresenta inúmeras experiências das mulheres negras e sua participação no processo histórico, social, político e cultural do nosso país.
Nem comentei nada. Fiquei com vergonha. De novo a vergonha por ter separado tantos materiais, lido alguns e ainda não ter escrito nenhuma linha a respeito. Meu diário de leituras e descobertas ainda permanecia em branco... Decidi, naquele momento, que iniciaria por aí. Por este livro maravilhoso por suas palavras e imagens.
Consegui. Comecei. As palavras iniciais deste texto foram baseadas em uma leitura inspiradora da mencionada obra, apesar de bastante dinâmica e transversal.
Fiquei muito feliz. Como está escrito, há centenas, talvez milhares de outros nomes que não foram citados. Nós temos quadro sim, Nilda. Fique tranqüila. Podemos “estar por nossa própria conta”, mas não estamos sozinhas.
Ana Paula Ribeiro
Schumaher, Schuma; Brazil, Érico Vital. Mulheres negras do Brasil. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário