Ler o ABC do Mundo Árabe, de Paulo Daniel Farah, me possibilitou uma viagem pelo mundo árabe, identificando elementos específicos desse povo que na sua diversidade apresenta suas semelhanças. Pensar no espaço como o Hamman ideal para negócios e confraternizações, perceber a importância do árabe, como a língua utilizada no Islã, sem esquecer o espaço onde os mulçumanos se reúnem para orar, as mesquitas. Imagine um local onde tudo pode ser encontrado, estou falando do Suq, oras ficou curioso? Leia o livro inteiro, pois é uma leitura rápida e saborosa, que apresenta belíssimas ilustrações e nos aproxima de uma cultura tão marcante em nossa sociedade.
Os contos no livro Ulomma – a casa da beleza e outros contos de Sunny é possível observar o quanto de magia é utilizada para explicar fatos e acontecimentos. Em Ulomma a casa da beleza, apresenta a história de Ulomma uma das esposas do rei que não conseguia engravidar, isso na cultura africana era inaceitável, contudo no decorrer do conto relata como foi possível a gravidez do tão desejado herdeiro do rei.
Em Unu Nile - todos vocês, o conto apresenta porque o casco da tartaruga apresenta-se todo remendado, além de abordar questões sobre valores.
Já em Okpija o conto serve para apontar o quanto a vaidade pode ser um sentimento negativo.
Em Inine apresenta-se a importância da determinação, quando perdemos o foco do nosso objetivo perdemos a possibilidade de alcançar o que desejamos.
Em Olukwe – homem da lua destaca que o trabalho é importante, mas não é tudo. Devemos ter discernimento para não cometer exageros.
Na obra, Histórias trazidas por um cavalo marinho, há o uso de contos para compreender certos fenômenos da vida. Em “O livro amarelo com páginas brancas” apresenta o aspecto de que o olhar pode estar viciado e fazer com que não vejamos a beleza que há na diversidade, mas para enxergar melhor é necessário ter sonhos, a máquina de transformar o mundo.
Em “O pastor de pássaros”, o encantamento que as palavras nos causam em viajar por descrições de imagens imperdíveis possibilita compreender a importância de que tudo se transforme dentro de nós mesmos, e que podemos mudar nossa condição de pastor para navegador. Lindo!
Já em “O nome do sol”, destaca o quanto não damos importância para a natureza, contudo ela nos cobra sobre ações que não realizamos. Devemos ter claramente a consciência de que recursos naturais devem ser respeitados.
Em “O menino de argila”, retrata a história de um artesão frustrado com suas obras que não tinham vida, criando um desafio a senhora das águas; que ao seu peixe respirar, ele daria seu filho para ela. Contudo o filho do artesão bem esperto usou de sua astúcia para fugir e retornar para seus pais.
Todos os contos nos aproximam de questões da humanidade e nada mais é do que transmissão de valores com o uso das histórias maravilhosas.
Amkoullel, O Menino Fula, de Amadou Hampaté Ba, retrata tradições do mundo árabe no contexto africano. Rico de lições de vida e de valorização dos laços de família este é o livro que vem desmistificar a organização das sociedades africanas e seu contato com o povo europeu, sem perder na essência o preço da manutenção de suas tradições, espaços em que as relações são estabelecidas por princípios étnicos, presentes no uso da palavra.
Um verdadeiro livro de aventuras, narrado de forma simples. É detalhista, faz uso de palavras e situações características desse povo. É uma viagem que vale à pena.
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