Campo Limpo Taboão

Quando nasci, tinha seis anos.
No lugar em que nasci,
Sonhava que tudo era nosso.
Tinha os campinhos e os terrenos baldios.
Era meu território.
Já foi interior,
Hoje periferia com as casas cruas.
As vacas com tetas gruas
Não existem mais.
A cerca virou muro. Óbvio.
A cidade cresce,
O muro cresce.
Vieram os prédios, as delegacias, os puteiros
e as Casas Bahia.
Também cresci
Fiquei grande.
Já não caibo dentro de mim
E de tão solitário
Sou meu próprio vizinho.
E de tão solitário
Sou meu próprio vizinho.

por Binho (Robinson Padial), 24/05/2007

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